VÍDEO: Asfalto ‘amolece’ após onda de calor em SC e especialista explica; ‘não é comum’

Um vídeo que tem circulado nas redes sociais mostra parte de um asfalto que amoleceu após uma intensa onda de calor em Santa Catarina. O fato foi registrado em Maracajá, no Extremo Sul do estado, na última terça-feira, dia 11 de fevereiro.

Morador registrou asfalto “mole” em Maracajá – Foto: Divulgação/ND

O vídeo foi feito por um morador de Maracajá, durante a tarde de terça-feira, quando as temperaturas atingiam a casa dos 40°C no município. O registro aconteceu na Avenida Nossa Senhora da Conceição, que passou por uma revitalização em 2024.

Em nota, a Prefeitura de Maracajá informou que verifica a situação com o corpo técnico de engenheiros “em conjunto com a empresa que realizou a obra em toda a extensão da Avenida Nossa Senhora da Conceição”, diz o comunicado.

Temperaturas amoleceram o asfalto?

Segundo o professor da Unesc (Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina),engenheiro especialista em pavimentos, Luiz Renato Steiner, o asfalto “derreter” não é comum. “Principalmente, na nossa região, que é considerada de clima e de temperaturas mais amenas”, disse ao ND Mais.

Especialista explica o que levou asfalto a derreter – Foto: Divulgação/ND

No entanto, o asfalto é suscetível às temperaturas. “Tanto que os ligantes asfálticos utilizados nas misturas são testados para verificar o ponto de amolecimento que varia dependendo do tipo de CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo”, acrescenta o professor.

Ainda conforme o especialista, o CAP mais comum usado nas misturas convencionadas no Sul de Santa Catarina é o 50/70. “Ele amolece entre 50 e 70 graus”, frisou. “Nesses dias de muito calor, o revestimento asfáltico pode amolecer e não ‘derreter’, mas dentro de padrões aceitáveis e da carga dos veículos”, completou.

Entenda o que aconteceu na asfalto em Maracajá

Em Maracajá, segundo o professor, o que aconteceu no revestimento do pavimento da avenida é uma ocorrência chamada de exsudação do ligante CAP. “No ramo da engenharia rodoviária, é considerada uma patologia não muito grave”, ressaltou.

O especialista ainda afirma que, geralmente, essa manifestação patológica leva algum tempo para aparecer e depende principalmente das cargas atuantes, ou seja, se o tráfego é muito intenso e pesado.

“É algo que não me parece, pois conheço a região, e o tráfego local não tem essas características. Se não fosse as altas temperaturas, incomuns na nossa região, talvez a patologia não iria se manifestar ao longo da vida útil da pavimentação“, ponderou Steiner.

Para o professor, muitas estradas da região podem passar pela mesma situação, em função da intensidade da onda de calor. “No caso de Maracajá, as temperaturas altas dos últimos dias favoreceram em desencadear a ocorrência, talvez durante a vida útil do pavimento, essa patologia poderia nem aparecer. Inclusive, passei varias vezes por essa via e nunca percebi algo ou vi sinais que isso ia ocorrer”, finalizou.

Confira o vídeo que mostra o asfalto que derreteu em SC


Morador registrou o fato na última terça-feira (11) – Vídeo: Reprodução/Redes Sociais/ND

 

 

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