Diagnóstico de dengue: conheça as três principais formas de confirmação e perigos da doença

Um levantamento exclusivo do Google Trends aponta que houve um aumento nas buscas por “dengue”, com os moradores de Santa Catarina entre os principais interessados no país. A dengue é uma doença viral exantemática (infecciosa aguda), transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e seus sintomas devem ser identificados e tratados adequadamente durante os sete dias de evolução da doença.

Conheça diferentes formas de diagnóstico da dengue, doença viral que assola Santa Catarina

Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue – Foto: Pexels/Reprodução/ND

Infectologista Martoni Moura e Silva – Foto: Martoni Moura e Silva/Divulgação/ND

Para esclarecer como identificar a presença do vírus no organismo o ND+ conversou com o médico infectologista Martoni Moura e Silva, que explicou todos os sintomas e seus fundamentos.

Segundo o médico, os sintomas iniciais da dengue incluem febre alta de início repentino (39°C a 40°C), dor de cabeça (cefaleia), dores musculares (mialgia), dor atrás dos olhos (dor retroocular), diminuição do apetite, náuseas, vômitos, dor abdominal e manifestações hemorrágicas, que podem não estar visíveis de imediato, explica o infectologista.

“O exame da prova do laço, um procedimento simples, é fundamental para confirmar a suspeita, especialmente quando não há evidência externa de sangramento”.

A prova do laço consiste em fazer o desenho de um quadrado no antebraço do paciente. Então, a pressão arterial é verificada e o aparelho continua apertando o braço até que seja possível verificar a existência de pontinhos vermelhos dentro do quadrado, o que confirmaria o diagnóstico de dengue.

Como confirmar o diagnóstico

De acordo com o médico existem três formas de confirmar o diagnóstico de dengue, de acordo com o médico. A primeira é por meio do diagnóstico clínico, que requer uma análise criteriosa da história clínica do paciente e dos dados epidemiológicos da região afetada.

A segunda opção é o teste rápido para Dengue Antígeno NS-1, que deve ser realizado do primeiro ao terceiro dia do início dos sintomas. Após esse período, pode ocorrer um falso resultado negativo, o que dificulta o manejo clínico.

A terceira forma é a sorologia IgM/IgG, que detecta anticorpos IgM (imunoglobulina M) a partir do sexto dia da doença e IgG (imunoglobulina G) a partir do nono dia (para a primeira infecção), confirmando o diagnóstico.

“É importante ressaltar que a avaliação precoce deve ser realizada com precisão para evitar atrasos no tratamento e prejuízos à saúde do paciente”, afirma o especialista.

Variações dos sintomas

Quando questionado sobre a variação dos sintomas de pessoa para pessoa, Moura e Silva explica que todas as doenças podem apresentar variações individuais.

“No caso da dengue, quem já teve uma infecção anterior tem maior probabilidade de complicações, pois o processo inflamatório tende a ser mais intenso devido à presença de anticorpos circulantes do sorotipo anterior”.

Quanto à variação conforme as épocas do ano, o médico destaca que o mosquito Aedes aegypti se prolifera em ambientes com umidade e calor, que são favoráveis para a eclosão dos ovos.

“Portanto, quando esses fenômenos naturais ocorrem simultaneamente ou quando há água parada em períodos de calor, há um aumento na população de mosquitos e, consequentemente, na transmissibilidade da doença”.

Formas de tratamento e alerta sobre a automedicação

Martoni Moura e Silva afirma que o tratamento específico da dengue é a hidratação.

“Ao início dos sintomas, aumente a ingestão de água e procure avaliação médica. A quantidade de líquido diária vai variar conforme seu quadro clínico e peso corporal. O médico irá lhe orientar corretamente”, aconselha.

Médico explica os riscos de se automedicar de forma equivocada – Foto: Pexels/Reprodução/ND

Segundo o infectologista, é preciso ter muito atenção aos início dos sintomas: “Utilizar dipirona ou paracetamol para dor e febre. Não utilizar nenhum outro anti-inflamatório não hormonal como AAS, diclofenaco, ibuprofeno… pois pode precipitar sangramentos/hemorragias agravando o quadro, podendo levar a choque e óbito”, alerta.

“Existem 2 tipos de vacinas para Dengue, a Dengvaxia (mais antiga e só serve para quem já teve dengue) e a mais nova e mais eficaz, sem necessidade de histórico de dengue prévia que é a Qdenga, aprovada pela Anvisa no início de março deste ano”.

Dengue e Covid-19: combinação preocupante

Indagado sobre a gravidade da dengue em pessoas infectadas com Covid-19, o médico esclarece que qualquer pessoa que esteja com uma doença e adquira outra apresenta um maior risco de complicações.

Moura e Silva também ressalta a importância de manter o cartão de vacinação contra a Covid-19 atualizado, uma vez que a vacina bivalente está disponível.

“É preciso combater o mosquito transmissor e vacinar a população. Mas fique atento ao início dos sintomas e procure uma avaliação adequada”, finaliza o especialista.

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