
Uma falsa líder religiosa, acusada de tortura e exploração sexual de adolescentes, foi presa em Brasilinha, Goiás, na última quinta-feira (6). Hayra Vitória Pereira Nunes, de 22 anos, também responderá por lesão corporal grave e associação criminosa. Os crimes ocorreram em um terreiro de Umbanda em Gama, no Distrito Federal.

Hayra Vitória Pereira Nunes, falsa líder religiosa, é acusada de tortura e exploração sexual – Foto: Reprodução/Instagram
Segundo o delegado William Ricardo, ela não demonstrou arrependimento nem confessou os crimes. “Ela afirmou saber das lesões nos corpos dos jovens, mas disse não saber como ocorreram”, conta o delegado.
A Polícia Civil de Goiás prendeu Hayra enquanto ela preparava a fuga com o marido. Ele também é investigado por assistir às sessões de tortura, sem participação direta.
Falsa líder religiosa torturava e explorava sexualmente suas vítimas

Vítima ficou com as mãos e a boca machucadas – Foto: Reprodução/Breno Esaki
Segundo informações do portal Terra, Hayra Vitória Pereira Nunes era uma figura conhecida no Gama, Distrito Federal. Mãe de três filhos e casada, ela era vista como carismática e acolhedora. Além de organizar eventos no terreiro, Hayra usava a religião para ganhar a confiança de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Ela atraía as vítimas para o terreiro com promessas de emprego e acolhimento. No entanto, as adolescentes logo eram isoladas da família, torturadas e exploradas sexualmente.
“Ela (Hayara) era uma pessoa simples e superacolhedora, fez a minha cabeça. Quando fui ver, já estava no fundo do buraco, vi que ela agredia a outra menina a pauladas, sempre no rosto, e a próxima com certeza seria eu”, relatou ao Metrópoles a adolescente fez as denúncias.
Após um período realizando serviços domésticos no local, a jovem passou a ser explorada sexualmente. “Ela nos transformou em escravos, éramos obrigadas a nos prostituir. Também posávamos para fotos íntimas para atrair clientes. Toda a quantia ia para a conta dela”, contou a adolescente.
Como as investigações tiveram início?

Mãe de santo torturava e explorava sexualmente as vítimas – Foto: Reprodução Redes Sociais
As investigações começaram em janeiro, quando a jovem de 17 anos conseguiu escapar do terreiro e procurou seu pai. Foi registrado o Boletim de Ocorrência denunciando os abusos. A polícia encaminhou a vítima ao IML (Instituto Médico Legal) e coletou mais de duas horas de depoimentos detalhados sobre as torturas.
A jovem revelou que sofria agressões, ameaças à família e coerção para prostituição. “Ela me ameaçava, dizendo que, se eu fugisse ou denunciasse, mataria minha mãe e meus irmãos”, relatou a vítima.
Em determinado momento, a vítima foi acusada de roubo pelo casal, que feriu suas mãos e língua. Uma mulher de 35 anos também sofria torturas e coerção para prostituição, mas fugiu do Distrito Federal com medo do casal.
A falsa líder religiosa pode ser condenada a até 20 anos de detenção.