Exposição virtual ‘Para não deixar esquecer’ destaca direitos humanos nos 60 anos do Golpe Militar

Em referência aos 60 anos do Golpe Militar em 2024, o Instituto de Memórias e Direitos Humanos (IMDH) e o Serviço de Acolhimento a Vítimas de Violências (SEAVis/Proafe) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizam a exposição virtual Para não deixar esquecer: Direitos Humanos e os 60 anos do golpe militar. A iniciativa se dá por meio de fotos em que uma pessoa segura um cartaz com um artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Ao todo serão expostos os 30 artigos da Declaração, com posts semanais, às quartas-feiras, nas páginas do Instagram do IMDH e do SEAVis. Cada postagem trará na legenda uma reflexão pontual sobre a atualidade e urgência do artigo. A exposição conta com a participação de todos os campi da UFSC e de pessoas externas à Universidade.

Segundo o relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) no Brasil, em torno de 210 pessoas que se opuseram ao regime militar estão até hoje desaparecidas. “Os agentes de repressão responsáveis pelas torturas e pelos assassinatos, ainda que identificados, não foram punidos pelo crime perpetrado, diferentemente do que aconteceu na Argentina e no Chile. Destacamos que a CNV foi instaurada apenas em 2012 e foi finalizada em 2014, quase 30 anos depois do fim da ditadura”, afirmam organizadores.

Nesse período, parte significante das Universidades foi uma das importantes forças de resistência e articulação social frente ao regime. O IMDH e o SEAVis destacam a perseguição ao movimento estudantil. De acordo com os organizadores da mostra on-line, a sociedade defronta-se hoje “com uma amnésia sistemática da ilegalidade e brutalidade do Estado brasileiro na Ditadura, o que é um sintoma de uma tendência antidemocrática que se mantém no país e engendra a formação do povo brasileiro, desde sua fundação colonizadora, que é fundamenta o capitalismo, o racismo, o patriarcalismo, a misoginia, a homotransfobia, dentre tantas outras violências que integram o cotidiano brasileiro”.

“Partimos do pressuposto que a efetivação dos Direitos Humanos passa pelo reconhecimento, respeito e compromisso com a humanidade do outro. Assim, apostamos que, por meio da exposição, a experiência com múltiplos rostos e olhares e a menção a artigos da Declaração dos Direitos Humanos são vias para suscitar a sensibilização para o reconhecimento recíproco da humanidade em nós, pois ao mesmo tempo em que o rosto na sua nudez revela nossa radical condição de precariedade, portanto, de vulnerabilidade, o rosto também relembra a nossa interdependência como condição humana, o que nos conduziria ao compromisso e à responsabilidade com a vida”, afirmam.

> Confira as postagens nos perfis @imdh.ufsc e @seavis.ufsc.

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