Maior produtor de cebola do Brasil sob risco de perder espaço para Argentina

Neste fim de semana, o deputado federal Rafael Pezenti (MDB) fez o alerta do risco que o agronegócio catarinense corre de perder o título de maior produtor de cebola do Brasil. A economia está ameaçada pelo que ele considera concorrência desleal com Santa Catarina, em relação a Argentina.

Maior produtor de cebola do Brasil sofre com a entrada de produção argentina

Rafael Pezenti (MDB) faz apelo ao Presidente Lula em defesa da cebola catarinense – Foto: Reprodução Redes Sociais/ND  

Santa Catarina maior produtor de cebola do Brasil

Na safra 2022/2023, o estado foi responsável pelo cultivo de 551 mil toneladas. Isso representa cerca de 30% da produtividade nacional. Na Safra 2023/2024, o volume produzido superou as 400 mil toneladas.

São pelo menos 10 mil famílias que vivem da plantação da hortaliça. Só que essa riqueza do agro no catarinense pode sofrer grande impactos econômicos. Com preço da produção em cerca de R$ 1,20 o quilo, a comercialização tem variado entre R$ 0,80 e R$ 1.

Pezenti afirma que o acordo de livre comércio no Mercosul, tem prejudicado a produção nacional. O deputado disse que a TEC – Tarifa Externa Comum é flexível.  Pezenti, usou como exemplo o açúcar, que a Argentina tarifa o produto brasileiro em 20% para manter aquecido o mercado interno de lá.

Só que quando o assunto é a cebola brasileira, o Brasil não faz o mesmo. A Argentina tem exportado cada vez mais, encalhando os estoques, em especial o que é cultivado em Santa Catarina. Além de prejudicar o estado pode comprometer o título de maior produtor de cebola do Brasil.

Recentemente Pezenti cobrou do Ministério da Agricultura uma taxação do produto externo. O encontro foi com Carlos Goulart, secretário de defesa agropecuária do MAP, na presença do presidente da Anace, Rafael Corsino. Agora, Pezenti pressiona o presidente Lula (PT), uma posição em defesa do agro catarinense.

Santa Catarina é o maior produtor de cebola do Brasil, responsável por 30% do volume total em território nacional

Reunião no Ministério da Agricultura sobre a ameaça argentina ao maior produtor de cebola do Brasil – Foto: Divulgação/ND

Alho também sente efeitos da produção argentina

Não é de hoje, que o agronegócio brasileiro sofre com a entrada de produções estrangeiras. Além da cebola, o Alho argentino também tem sido prejudicado a região do Meio Oeste Catarinense. Não bastasse a influência climática, produtores reclamam que o produto estrangeiro entra pelos portos secos do Extremo Oeste e tornam o produto catarinense inviável na comercialização.

Na safra de 2023/2024, a produção de alho chegou a marca de 7,7 mil toneladas. São cerca de 900 hectares de plantio no estado e a área de produção no ano passado, representa 41,7% do terreno que produzia na safra 2018/2019.

Reclamação comum

Sobre a cebola, Rafael Pezenti lembrou que a falta de ação do governo federal pode prejudicar uma receita de mais de R$ 300 milhões na economia de Santa Catarina. Isso porque, o produto argentino não é tarifado, o custo de produção interna está acima do preço de venda.

Além disso, a produção nacional, segue determinações sanitárias rigorosas para chegar a mesa do consumidor. No caso do produto importado, não tem controle, fiscalização sobre agrotóxicos utilizados na Argentina.

Produtores de alho da região de Lebon Régis, também cobram mais eficiência na fiscalização aduaneira e controle da entrada dos produtos no Brasil. Caso contrário, a redução da área de plantio percebida nos últimos anos pode se tornar ainda maior, extinguindo o alho da receita econômica catarinense.

 

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