Epônima lança 1º EP com músicas solares sobre ‘saguis saqueadores’ e vivências em Florianópolis

A Epônima, banda formada por quatro manezinhos de todos os cantos de Florianópolis em 2016, lança nesta sexta-feira (19) o seu primeiro EP. O trabalha leva o nome da banda e conta com seis canções. Ele pode ser conferido no YouTube, na página do Spotify e nas redes sociais do grupo.

Epônima lança 1º EP com músicas solares sobre 'saguis saqueadores' e vivências em Florianópolis

“Nós fazemos um som de certa forma solar, melódico, relativamente leve, com inspiração nas nossas vivências aqui na cidade”, conta o integrante Giovanni Vellozo – Foto: Divulgação/ND

O show de lançamento é realizado na noite deste sábado (20). A apresentação ocorre a partir das 22h no Haôma Baixo Centro Bar, localizado na avenida Hercílio Luz. O evento conta com a abertura da banda Monumento Invisível.

O trabalho nasce após “anos de ensaios entre os verdes morros e mares gelados de Florianópolis” e com a possibilidade inédita de gravar as canções em estúdio. Neste primeiro trabalho a banda traz um som solar, “melódico e relativamente leve”, destacam.

Vivências em Florianópolis, o ingresso na vida adulta e o amadurecimento são temáticas abordadas Laura Malmegrin (vozes e identidade visual), Vinícius Rigotti (baixo), Arthur Magdaleno (guitarra) e Giovanni Vellozo (teclado).

“Ao mesmo tempo temos algumas pretensões maiores em termos de composição, com arranjos diferenciados, brincando com fórmulas de compasso, criando harmonias vocais, pensando bem as letras”, destaca Vellozo.

“Acho que é essa a linha que desenvolvemos no EP, que foi pra nós uma experiência importante para nos habituarmos a usar os recursos da gravação e retrabalhar músicas que a gente tinha composto há muito tempo. Mas não como se a gente já tivesse um som totalmente acabado”, acrescenta.

O ND+ conversou com Giovanni Vellozo e Malmegrin.

Como definem o som de vocês?

Giovanni: Acho que a gente poderia definir como uma mistura de MPB, Indie e Rock Progressivo. A gente até colocou uma caixa de perguntas numa rede social dia desses, perguntando pra galera que acompanha a gente como que eles nos descreveriam, e uma das descrições que eu achei bem bacana ia numa linha de progressivo praieiro ou litorâneo.

Quando o grupo foi formado? Como vocês se conheceram?

Giovanni: Eu e Laura Malmegrin nos conhecemos em 2015 no show de uma banda de amigos em comum. A primeira formação era eu nas teclas, ela no vocal e um amigo baterista que conheço desde a época da pré-escola. Era mais uma reunião de amigos pra tocar versões de músicas, com algumas composições já surgindo.

Eventualmente se juntou ao grupo o Arthur, que estudou com a Laura. A banda teve essa formação até por volta de 2017, quando o baterista saiu. No início de 2019 entrou Vinícius no baixo, que conheci via outro amigo em comum. Foi já nessa formação de quarteto que batizamos o grupo de Epônima e a coisa das composições autorais se solidificou.

Atualmente, nós já temos um baterista, o João Vitor “Jovi” Moraes, e estamos num processo de troca de guitarristas, porque o Arthur foi cursar mestrado em Brasília. No lugar assumiu a Júlia Mello, que tem ensaiado conosco nas últimas semanas.

Quais são as influências da Epônima?

Giovanni: As referências mais óbvias são do universo da MPB. Até hoje nós tocamos nos shows versões de Você Não Entende Nada, do Caetano, e de Flor de Maracujá, do Donato, que tem a versão famosa da Gal também. E aí a gente poderia ir longe falando de artistas. A Marisa Monte eu sei que é uma grande referência pra Laura em termos de vocal e repertório; também lembro que lá no início uma das primeiras músicas que tiramos junto foi Dói, do Tom Zé, que é outro nome da MPB que a gente gosta bastante por causa dessa verve mais fora da caixa que ele tem até hoje.

Também gostamos muito daquele som do Clube da Esquina, acho que sobretudo no quesito mais melódico deve haver influência direta. Um grupo que a gente também curtia era o finado Baleia, que fazia uma ponte entre MPB e algo mais progressivo também, lembro que Casa, primeira música do primeiro disco deles, era uma música bem recorrente lá no início da Epônima.

Singles são divulgados em bandeiras – Foto: Divulgação/ND

Vocês são de quais regiões da ilha?

Considerando os membros que gravaram o EP, eu (Giovanni) sou do Balneário dos Açores, Laura do Porto da Lagoa, Arthur do Santa Mônica, Vinícius mora no Estreito. Agora com os membros atuais da banda, Jovi mora na Tapera da Base e a Júlia mora nos Ingleses, então temos gente literalmente de cada canto da cidade, com leve prevalência do Sul da Ilha.

Qual o lance com as bandeiras dos singles?

Laura: Então, eu sou das artes visuais por formação e passei um bom tempo pensando emcomo fazer a identidade visual da banda. Queria transmitir uma ideia de brasilidade, cheguei nesse tipo de bandeira que lembra as decorações da cultura popular, como as bandeirolas de festa junina, os estandartes de escolas de samba, e até mesmo de movimentos sociais em manifestações nas ruas…

Eu vejo o processo de elaboração do EP como algo muito “feito à mão” pela gente, com todo um cuidado que colocamos nas músicas e nos arranjos, como banda independente, e a escolha do bordado reflete isso. Inclusive passei várias sessões de mixagem bordando as capas enquanto a gente ouvia e ajustava as músicas. Além da capa do EP, tem uma bandeira para cada música (não apenas os singles), todas bem coloridas e feitas com muito carinho. Elas foram fotografadas em frente a diferentes plantas, já que a relação com a natureza é um dos temas que se repetem nas nossas músicas.

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