Por que a JBS decidiu investir R$ 1,3 bilhão em SC nos próximos cinco anos

O CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, conversou com a reportagem do Grupo ND nesta sexta-feira (19) sobre R$ 1,3 bilhão em investimentos previstos para os próximos cinco anos em Santa Catarina.

A JBS, maior empresa de alimentos do mundo, emprega 25 mil catarinenses e este número deve aumentar nos próximos anos, impulsionado pelo investimento bilionário, que começa já este ano, com a previsão de aporte de R$ 200 milhões.

CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, – Foto: Filipe Scotti/Fiesc/Divulgação/ND

A conversa aconteceu após o executivo receber a Ordem do Mérito Industrial de Santa Catarina, condecoração ocorrida em cerimônia na sede da Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina), em Florianópolis.

“Santa Catarina tem uma situação privilegiada em termos de sanitários, posições logísticas, um povo muito trabalhador e por isso temos feito muitos investimentos aqui em prol dessas condições. Estamos construindo um caminho que, além de aumentar os produtos já existentes, vai trazer um valor agregado.”

Com o objetivo de alavancar a presença através do maior oferecimento dos produtos existentes no mercado, a JBS, além dos mais de 2 mil produtores catarinenses integrados, ampliou a capacidade de processamento de suínos em São Miguel do Oeste através de um investimento de R$ 166 milhões desde 2018. Assim como a instalação do 3º turno de abate, produção e fábrica de farinha e óleo em Nova Veneza e o 2º turno em São José.

Inovação e tecnologia para produzir proteína

O CEO destaca ainda a JBS Biotech Innovation Center, em Florianópolis, que tem como objetivo o desenvolvimento na área de biotecnologia de alimentos, detalha Tomazoni.

“Estamos colocando o Brasil entre os melhores centros de desenvolvimento de biotecnologia do mundo. Tivemos a felicidade de contratar brasileiros que estavam no Vale do Silício. Criamos uma parceria com eles e estamos construindo o centro em Florianópolis. Acreditamos que a biotecnologia ajudará a fechar o gap de produção de proteína.”

O executivo destaca que o grupo fez a aquisição de uma empresa espanhola com o objetivo de produzir mil toneladas de proteína cultivada, que consiste na produção de alimentos em laboratório a partir de células animais, e deve auxiliar o mercado em atender a demanda global. Apesar da novidade, ele garante que o sabor dos produtos é o mesmo da carne tradicional.

“Temos que levar em consideração que o bife não é 100% proteína e o que vamos fazer em San Sebastián, na Espanha, é proteína pura que será trabalhada para ter uma equivalência”, complementa.

Ainda com o objetivo de buscar uma produção mais sustentável, a JBS também conta com um empreendimento em Santa Catarina voltado ao biodiesel. Trata-se da fábrica de Mafra, que tem capacidade de produzir 370 milhões de litros por ano.

Fábrica de Biodiesel da JBS em Mafra – Foto: JBS/Divulgação/ND

“Seguramente, Mafra foi um investimento importante para nós. Com esse passo, temos uma estratégia de sustentabilidade e isso deixará a companhia mais competitiva pois seremos mais sustentáveis. Então, o primeiro conceito é aproveitar o máximo. Gostaríamos de não ter desperdício, mas usamos essas sobras dos processos como matéria-prima para aumentar a economia circular”, complementa Tomazoni.

Consumo de alimentos em casa e na rua

A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou, em 5 de maio deste ano, o fim da pandemia do coronavírus, que durou três anos. Apesar do longo período, o CEO da JBS aponta que o mundo se saiu bem deste período, mesmo que desafiador.

“Vimos que muitos dos consumidores ficaram em casa e aprenderam a fazer comida e isso levou ao maior consumo no lar, que favorece os nossos negócios de produção de alimentos. Assim como o food service, que sofreu muito neste período, mas está praticamente voltando ao normal em relação ao período anterior da pandemia.”

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