‘Não pode ser ignorado e nem banalizado’, diz deputada de SC após denunciar assédio na Câmara


Júlia Zanatta (PL) afirmou, em comunicado, que está tomando medidas legais. Márcio Jerry (PCdoB – MA) nega assédio. Deputada de SC denuncia parlamentar que se aproximou do pescoço dela em sessão
A deputada Júlia Zanatta (PL- SC) afirmou na noite desta quarta-feira (12) que o comportamento do parlamentar Márcio Jerry (PCdoB – MA), que se aproximou do pescoço dela por trás durante uma sessão na Câmara, “não pode ser ignorado e nem banalizado”. Em comunicado, a catarinense afirmou que está tomando providências legais.
A deputada acusou Jerry de assédio após ele se aproximar por trás dela para cochichar em meio a uma discussão generalizada na comissão de segurança pública da Câmara, nesta terça-feira (11).
Ao g1 SC, o político negou que tenha assediado a colega e encaminhou um trecho de um vídeo em que mostra a discussão (assista acima). O PCdoB disse que vai entrar com representação contra a deputada no Conselho de Ética por fake news.
Deputada usou redes sociais para falar sobre o caso
Reprodução/Redes Sociais
Júlia e Jerry participavam da Comissão de Segurança Pública no plenário. Conforme a assessoria da deputada, ela foi abordada por ele durante uma discussão. No vídeo, é possível ver o deputado se aproximando de Júlia e falando algo próximo ao ouvido dela. Depois, a parlamentar se vira e inicia uma conversa.
“Nunca dei liberdade para esse deputado e nem sabia qual era o nome dele, mas ele se sentiu livre para chegar por trás de mim”, escreveu Júlia na publicação.
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Caso
A comissão ouvia o ministro da Justiça, Flávio Dino, quando parlamentares do governo e da oposição, após vários desentendimentos ao longo da sessão, partiram de vez para um bate-boca acalorado.
Zanatta discutia com uma parlamentar quando Jerry se aproximou por trás da deputada do PL e cochichou algo.
O deputado afirma que, naquele momento, pediu para Zanatta respeitar a deputada com quem debatia.
O que disse o deputado
Além de encaminhar o vídeo, o deputado Jerry escreveu nas redes sociais que a deputada “deturpou, distorceu” a cena. “Fake news absurda. Apelei a ela para respeitar a deputada”, escreveu.
O que disse a deputada
Ainda consternada com a situação envolvendo o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA) durante reunião da Comissão de Segurança Pública, na Câmara dos Deputados, na terça-feira (11), e após ampla divulgação de imagens do fato, nesta quarta-feira, a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) reforça que repudia a atitude do deputado e está tomando as providências legais cabíveis.
Após reunir-se com o líder da bancada, deputado Altineu Cortes (PL-RJ), e em conversa com o presidente Valdemar da Costa Neto, ficou definido que o PL irá representar o deputado do PCdoB no Conselho de Ética de Câmara.
Para Júlia Zanatta, este tipo de comportamento não pode ser ignorado e nem banalizado. Não se trata de uma questão ideológica, mas sim de um comportamento completamente inadequado e inaceitável do parlamentar.
Caso pode ser enquadrado em violência política
Tammy Fortunato, advogada e especialista em gênero, avaliou que o caso pode ser enquadrado em assédio ou violência política de gênero, que é prevista no Código Penal por meio da Lei 14.192. O texto considera violência qualquer conduta, ação ou omissão que tenha como objetivo impedir, obstaculizar ou restringir os direitos políticos da mulher.
“Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo”, diz a legilação.
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