Bombeiro que atuou em Brumadinho agora atua com empreendedorismo social

Léo Farah, capitão da reserva do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, falou sobre resiliência, trabalho em equipe e, principalmente, liderança no Empreende Brazil 2023, sábado (27), no Hard Rock Live.

Depois da palestra – que emocionou a plateia ao falar de empatia e da dor das famílias que perderam pais, mães e filhos em Brumadinho e outros desastres – ele conversou com a coluna sobre sua trajetória e o trabalho atual com a ONG Humus.

Léo Farh, capitão da reserva do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais – Foto: Fabio Gadotti/ND

Cite um momento difícil da sua trajetória de 19 anos no Corpo de Bombeiros de Minas?
Um dos momentos mais difíceis, e que falei na palestra, foi o resgate de dois bombeiros militares que estavam soterrados. Foi necessário muito foco.

A gente está preparado para salvar as pessoas, mas trabalhar no salvamento de alguém da família e da própria equipe é complicado.

O que é importante para um líder, seja em qualquer área?
São três principais lições. Saber ouvir o time, demonstrar vulnerabilidade – o líder não tem todas respostas, vai passar dificuldade e pode passar vulnerabilidade e, acima de tudo,  ter coragem para tomar decisões difíceis. É nessa hora que vc vai realmente se portar como líder, assumindo aquela responsabilidade.

Como é o trabalho da Humus, ONG que você criou?
A Humus visa capacitar comunidades que vivem em áreas de risco, além de responder a grandes desastres. Fomos para a Turquia, Petrópolis (RJ), São Sebastião (SP). Somos muitos focados em ajudar as pessoas para que elas saibam o que fazer quando acontecer um desastre.

O Brasil virou referência em resgate para muitos países, não é?
Sim, especialmente depois de Brumadinho. Os bombeiros brasileiros adquiram um protagonismo muito grande, principalmente pelo fato de conseguirem mostrar como fazer a gestão de um acidente extremamente complexo como aquele, chamando a atenção da comunidade de resgate do mundo inteiro.

Porque a gente conseguiu algo que parecia impossível: encontrar praticamente 100% das vítimas em quatro milhões de metros quadrados. Somos reconhecidos hoje no mundo inteiro por causa disso.

Você falta bastante também sobre a importância de manter a humanidade. Por quê?
Quis trazer isso a um evento de empreendedorismo. Acho que as pessoas tem que entender que se você fizer as coisas certas, se tratar seus funcionários bem, se fizer uma empresa humana ela vai dar lucro. Trazer essa humanidade ao empreendedorismo é muito importante para que a gente consiga fazer negócios sustentáveis.

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