Dados prévios alertam para mortalidade materna em Itajaí, com cinco mortes em 2022

A morte materna é aquela em que a mãe perde a vida por causas relacionadas à gestação, ao parto ou puerpério que segue em até 42 dias após o parto, sendo um índice importante que revela o desenvolvimento humano e socioeconômico de um país, além de demonstrar determinação política em ações de saúde.

A informação é do primeiro boletim epidemiológico sobre mortalidade materna em Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, divulgado em 2019 pelo Município.

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Itajaí registrou 33 mortes maternas relacionadas à gravidez entre 2007 e 2018 – Foto: Freepik/Divulgação/ND

Uma nova versão da pesquisa foi elaborada e será divulgada nesta semana pela secretaria municipal de Saúde e a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Itajaí. O documento será entregue primeiramente ao secretário municipal de Saúde, Emerson Roberto Duarte, e ao Conselho Municipal de Saúde, apresentando dados de 2012 a 2022.

A iniciativa é alusiva ao Dia Nacional da Redução de Mortalidade Materna, comemorado em 28 de maio.

Dados apresentados nos boletins

Com informações coletadas de 2007 a 2018, a primeira edição do boletim epidemiológico indicou que ocorreram 33 mortes maternas no período. Conforme o estudo, o maior número de mortes em um ano foi registrado em 2014, com seis óbitos. Em 2018, último ano analisado, foram três óbitos.

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O maior número de mortes em um ano foi registrado em 2014, com seis óbitos – Foto: Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) de Itajaí/Reprodução

Confira as principais causas de mortes maternas entre 2007 e 2018 em Itajaí:

Foto: Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) de Itajaí/Reprodução

Já de acordo com dados divulgados previamente do boletim deste ano, Itajaí teve cinco mortes maternas em 2022. Ele apontou que entre as causas, predominam as obstétricas diretas, com destaque para as doenças hipertensivas e as síndromes hemorrágicas. Os números também sofrem forte influência por infecções puerperais, aborto e doenças do coração complicadas pela gravidez.

As informações serão atualizadas a partir da divulgação completa do documento, o qual aborda, ainda, características como a distribuição dos óbitos maternos sobre aspectos demográficos, sociodemográficos, por bairros, número de consultas pré-natal segundo o período de ocorrência de óbito, entre outros.

Combate à mortalidade materna em Itajaí

Em Itajaí, os óbitos maternos são discutidos desde 2005, através de comitês ou grupos técnicos. Atualmente, existe uma Comissão Gestora do Grupo Técnico da Vigilância do Óbito, com o objetivo de dar visibilidade às condições de saúde da mulher e da criança.

A comissão é responsável por buscar e reconhecer os determinantes de saúde e propor ações para o fortalecimento das políticas públicas que impactam na qualidade de vida em suas áreas de atuação.

Além disso, o município conta com serviços públicos e privados que oferecem assistência pré-natal, incluindo 32 unidades de saúde de atenção básica (a porta de entrada para todas as gestantes). O hospital Marieta Konder Bornhausen contempla ainda uma maternidade com Centro Obstétrico, que é referência na realização de partos de alto risco.

Segundo boletim epidemiológico de mortalidade materna em Itajaí deve ser divulgado nesta semana – Foto: SECOM Itajaí/Divulgação ND

Desde 2012, a secretaria municipal de Saúde integra o programa nacional Rede Cegonha, estratégia do Ministério da Saúde com princípios de humanização e assistência. Através dele, mulheres, recém-nascidos e crianças têm direito à ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do pré-natal.

Razão de Mortalidade Materna no Brasil

Países como Chile, Cuba, Costa Rica e Uruguai apresentam uma RMM (Razão da Mortalidade Materna) menor que 40 por 100 mil nascidos vivos, taxa já conquistada durante a década de 90. Enquanto isso, segundo informações do Ministério da Saúde, no Brasil o índice passou de 55,3 em 2019 para 72 em 2020 e 110,2 em 2021.

A meta assumida pelo Governo junto às Nações Unidades é reduzir a RMM a 30 mortes por 100 mil nascidos vivos até 2030.

Em 2022, mais de 66,8 mil mulheres morreram no Brasil por causas relativas à gravidez. A região Sul do país registrou cerca de 9 mil óbitos naquele ano, dos quais 2,1 mil foram em Santa Catarina.

*Com informações do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), do OOBr (Observatório Obstétrico Brasileiro) e do MS (Ministério da Saúde)

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