Conheça as charmosas cidades da Rota da Amizade, no Meio-Oeste catarinense

Com o objetivo de reforçar o turismo no Meio-Oeste de Santa Catarina, no ano de 2005 foi criada uma associação chamada Rota da Amizade Convention & Visitors Bureau. O nome faz referência a uma antiga estrada que ligava cidades da região. Sua principal finalidade é divulgar as atrações turísticas dos municípios associados. Atualmente sete cidades compõem a Rota da Amizade.

Portal turístico de Arrio Trinta – Foto: Rota da Amizade/Divulgação

Em sua maioria localizados em um raio de até 50 quilômetros de distância um do outro, esses municípios compartilham diversas coisas em comum: grande parte são cidades pequenas, cortadas pelo Rio do Peixe, colonizadas por imigrantes italianos e possuem propriedades rurais dedicadas ao plantio de uvas, maçãs e demais frutas. Outra característica que os aproxima é terem uma população hospitaleira e religiosa.

Por isso, espere desfrutar de muitos passeios rurais, visitas a vinícolas, museus, estações ferroviárias e equipamentos religiosos por elas. A “Capital Catarinense da Cultura Italiana”, a “Capital Catarinense da Uva e do Espumante”, a “Capital Catarinense do Voo Livre” e a “Terra da Maçã” fazem parte da Rota da Amizade. Você sabe quais cidades são elas? Descubra agora mesmo!

Arroio Trinta

Mirante de Nossa Senhora Aparecida em Arroio Trinta – Foto: Rota da Amizade/Divulgação

Arroio Trinta é um município do Meio-Oeste catarinense com apenas 3.500 habitantes. Ali, o clima familiar e campestre imperam. Mesmo sendo uma pequena cidade, ganhou o título de capital. Arroio Trinta é “Capital Catarinense da Cultura Italiana”, reconhecimento pela preservação da cultura de seus imigrantes, como o idioma italiano, que desde 1994 está no currículo escolar.

Você encontrará na cidade diferentes referências à Itália e em homenagem aos agricultores de origem italiana que chegaram por ali em 1923, vindos do Sul de Santa Catarina.

A primeira alusão está no Portal de Acesso a esse município da Rota da Amizade. Localizado na SC-464, sua arquitetura é baseada na Ponte de Rialto, uma ponte em arco na cidade de Veneza. Na cidade catarinense é um dos pontos turísticos mais visitados e charmosos para tirar fotos.

O portal fica anexo à Asmoart (Associação dos Motoristas de Arroio Trinta), um local igualmente turístico. Com uma grande área verde, você poderá fazer caminhadas, trilhas, visitar a gruta e admirar o lago por lá.

Por apenas um minuto dali está uma das muitas vinícolas dessa cidadezinha italiana da Rota da Amizade. A Vinícola Giovanni Felippo abre todos os dias para visitação e degustação de vinhos.Nas sextas e sábados abre o restaurante e galeteria para o jantar, aos domingos para almoço.

Seguindo em direção à região central de Arroio Trinta, a apenas um quilômetro da entrada da cidade, você encontrará vários outros atrativos. Anexo ao prédio da Prefeitura Municipal, que tem como referência a arquitetura italiana, está a Piazza San Polo di Piave.

A pequena praça conta com elementos referenciais à Itália, como um chafariz com uvas, o barril de madeira, um muro de pedras e balaústres nas cores da bandeira do país. Do outro lado da rua fica a  Praça do Cinquentenário, onde você verá um monumento em homenagem aos imigrantes e réplicas das primeiras casas da cidade, que na década de 1920 se chamava Encruzilhada.

Este, aliás, é o nome da ponte de madeira que liga a Praça do Cinquentenário à Casa da Cultura. Ela foi construída próxima ao local de encontro entre dois caminhos que serviam como trilha para os tropeiros e que por se cruzarem deram origem ao primeiro nome do território: Encruzilhada. Atravessando a ponte, seu destino é mais um ponto turístico na Rota da Amizade.

A Casa da Cultura abriga o Museu do Colonizador, que guarda objetos que ajudam a contar a história do município. Ainda na região central de Arroio Trinta, você encontra o Centro de Eventos, conhecido como Coliseu, por ter o formato arredondado, assim como é o antigo anfiteatro romano. A quatro quilômetros dali fica o Sítio De Bortoli, onde poderá comprar produtos coloniais e participar da colheita do pêssego de outubro a dezembro.

Por fim, um dos principais pontos turísticos da cidade fica a cerca de oito quilômetros de distância do Centro. Estamos falando do Mirante da Aparecida, localizado no pico mais alto da região. A 1.350 metros de altitude, a vista lá de cima é linda, especialmente para contemplar o nascer e o pôr do sol.

Ao lado do mirante há uma estátua de 18 metros de Nossa Senhora Aparecida. O local conta também com um santuário, uma gruta, área de recreação para crianças e até quiosques com churrasqueira.

Dos municípios que fazem parte da Rota da Amizade, Arroio Trinta faz divisa com outros dois: Iomerê e Videira.

Iomerê

Gruta dos Quatro Pedidos no Parque Santa Paulina em Iomerê – Foto: Rota da Amizade/Divulgação

Iomerê é outra pequena cidade da Rota da Amizade, com apenas três mil habitantes. Está a apenas 20 quilômetros de distância de Arroio Trinta, com quem faz divisa. Assim como em sua vizinha, os primeiros colonizadores do município foram imigrantes italianos, vindos de cidades do Rio Grande do Sul.

No Museu do Resgate Histórico, na comunidade de Bom Sucesso (dez quilômetros do Centro), encontra-se parte da história. Entre as 750 peças, há uma réplica de engenho, fotos dos pioneiros, quadros históricos, ferramentas, louças, além de objetos vindos da Itália. O espaço fica dentro da Escola de Ensino Fundamental Laércio Caldeira de Andrade.

Atrás da escola, fica outro ponto turístico da Rota da Amizade. O Parque Santa Paulina é um enorme espaço verde, completamente arborizado cujo principal atrativo é a Gruta dos Quatro Pedidos, no centro da qual está a imagem de Santa Paulina. Ao redor e em diferentes partes do parque há bancos e mesas dispostas para descansos e piqueniques.

O turismo religioso é muito presente em Iomerê. Além do parque e da gruta, há outros pontos turísticos na cidade relacionados com a fé católica, tradição trazida para cá pelos imigrantes italianos.

A Igreja São Luiz Gonzaga, a Igreja São Paulo e o Juvenato Santa Marcelina são alguns deles. A arquitetura da Igreja São Luiz Gonzaga, por exemplo, foi inspirada na arquitetura de uma igreja da região de Vêneto, na Itália.

No mês de julho, a tradicional Festa Julina toma conta do município. São três dias de evento durante os quais ocorrem shows regionais e nacionais, acendem-se fogueiras e rola muita comida e bebida típicas. O evento costuma atrair milhares de visitantes. Você pode aproveitar a ocasião para conhecer os municípios da Rota da Amizade.

Por fim, outra atração turística de Iomerê fica bem em sua porta de entrada. No KM 7 da SC-453 está instalada a loja Frutos da Terra. Ali é um bom ponto para adquirir artesanatos, presentes, geleias, vinhos, pães, entre outros produtos coloniais para levar para casa. Pode ser também uma parada antes de seguir para a próxima cidade da Rota da Amizade.

Videira

Museu do Vinho Mário Pellegrin em Videira – Foto: Rota da Amizade/Divulgação

Videira é o município que faz divisa com a maior quantidade de outras cidades da Rota da Amizade. É vizinha de Tangará, Iomerê, Arroio Trinta e Fraiburgo. É também o que conta com a maior população, somando aproximadamente 54 mil habitantes.

A história de Videira, assim como do município próximo de Piratuba, está intimamente ligada à construção da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande do Sul, nos anos de 1910. Surgiu primeiro como vila, depois se constituiu como cidade e em 2017 alçou à “Capital Catarinense da Uva e do Espumante”. O título já indica o que você irá encontrar como atrativo turístico nesta cidade da Rota da Amizade.

As vinícolas devem estar em seu roteiro. Algumas delas produzem vinhos coloniais e sucos. Outras fabricam vinhos finos de altitude e espumantes. É o caso da Vinícola Santa Augusta, na zona rural de Videira, que abre sua propriedade à visitação dos turistas, mediante agendamento.

Na região central da cidade, você encontrará um espaço de memória da produção de vinhos em Videira. O Museu do Vinho Mário Pellegrin guarda a história da vitivinicultura local por meio de antigos objetos de plantio, de colheita e fabricação do vinho.

O acervo está guardado na chamada Casa Canônica, uma construção de madeira, de arquitetura imponente construída em 1931 e tombada como patrimônio estadual. Ao lado dele fica a réplica de um coreto da década de 1930. A estrutura circular com adornos típicos da arquitetura europeia fazem dele um espaço de muitos registros fotográficos.

O museu e o coreto ficam em uma grande praça onde dividem o espaço com outros pontos turísticos da Rota da Amizade. É o caso, por exemplo, da Igreja Matriz Imaculada Conceição. Foi construída em estilo neoclássico e conta com vitrais, pinturas sacras na abóboda em cima do altar e um altar-mor feito de mármore italiano.

Na torre do templo religioso há o Memorial Padre Clemente Pinto, responsável pela construção da igreja. Seu acervo guarda objetos como imagens de santos, vestimentas religiosas, o antigo relógio, entre outros. É possível conhecer o espaço, mediante agendamento.

Saindo da igreja mas se mantendo na mesma praça, você encontrará o Armazém Araucária, um grande espaço que reúne lojas de produtos coloniais, de artesanato, adega, restaurante e café. Em alguns dias da semana há uma feira tradicional do produtor rural.

A apenas 350 metros dali, ou quatro minutos a pé, está o Parque Linear Rio do Peixe. Trata-se de uma ampla área verde ao lado esquerdo da margem do rio. O espaço conta com academia ao ar livre, pista de skate, quadra de areia, anfiteatro ao ar livre e um playground para crianças.

Por falar nelas, Videira dispõe de um parque especialmente feito para elas. Localizado no bairro Cidade Alta, a dois quilômetros do Centro, o Parque da Criança é uma área de 60 mil m² em meio à natureza. Ele fica bem próximo ao Parque da Uva.

Coloque ainda em seu roteiro pela Rota da Amizade a Antiga Estação Ferroviária de Videira, a Casa do Telégrafo, o Centro Histórico Irmãs Salvatorianas e o Observatório Astronômico Domingos Forlin. Neste último, durante a semana à noite, é possível observar o céu videirense por meio de telescópios.

Tangará

Morro Agudo em Tangará, onde ocorrem os voos livres – Foto: Rota da Amizade/Divulgação

Apenas 24 quilômetros de distância separam as cidades vizinhas de Videira e Tangará, que compartilham muitas coisas em comum. A história de Tangará também está relacionada à construção da estrada de ferra São Paulo – Rio Grande do Sul e a ocupação de imigrantes italianos, alemães e de origem portuguesa em seu território.

O plantio de uvas e a produção de vinhos também aproximam as duas. Tangará é um dos maiores produtores de uvas de Santa Catarina e ostenta o título de “Terra dos Bons Vinhos”. Por isso mesmo é outra boa cidade da Rota da Amizade para você conhecer vinícolas instaladas em meio a uma paisagem rural bonita e acolhedora.

O principal roteiro turístico na cidade é o Circuito do Caravaggio, onde o turista percorre toda a comunidade de Caravaggio, próxima ao Centro da cidade. Além das lindas paisagens pelo caminho, você encontrará vinícolas, produtores de sucos e doces e por fim a pousada e restaurante Sítio São Pedro, já na comunidade de Bracatinga.

Por lá, com agendamento prévio, você poderá experimentar a simples e gostosa comida da “nona”, como a polenta com galinha ao molho, o tortei recheado de moranga, o macarrão caseiro, lasanha, entre outros.

Ainda no interior, você encontra um dos principais pontos turísticos do município: o Morro Agudo. Do alto de seus 1.075 metros de altitude, pessoas corajosas praticam voo livre. O local, inclusive, sedia etapas estaduais de parapente. A prática esportiva rendeu a Tangará um outro título, o de “Capital Catarinense do Voo Livre”. Viu só? A Rota da Amizade é um tour que contempla também a aventura!

Por fim, na localidade de Leãozinho, fica a Vinícola Panceri, onde poderá visitar o Museu da Vitivinicultura de Santa Catarina. O espaço guarda peças desde os anos de 1900, por meio das quais se conta a história dos imigrantes, da produção de vinho e da família. Um atrativo imperdível da Rota da Amizade.

Na área central, a Igreja Matriz de Santo Antônio é um dos pontos turísticos da cidade, com seus vitrais coloridos, seu altar-mor feito em madeira maciça e os painéis laterais com pinturas da Via Sacra.

É também uma atração turística e histórica a antiga Estação Ferroviária, que conta sua história ao longo de 100 anos e pode ser visitada mediante agendamento.  Assim como são atrativos a Praça dos Monumentos, que fica ao lado da estação, e a Praça Darcy Casagrande.

Fraiburgo

Passeio rural em Fraiburgo – Foto: Rota da Amizade/Divulgação

Seja bem-vindo à Terra da Maçã, mais uma cidade que faz parte da Rota da Amizade. Muitos visitantes buscam pelo município em busca de apreciar bonitas paisagens e experimentar baixas temperaturas, devido à sua altitude de 1.048 metros.

Em Fraiburgo uma coisa é certa: você poderá comer muita maçã, preparada de diferentes formas e usada até em procedimentos estéticos. Caso queira, pode também visitar pomares e participar da colheita da fruta, de janeiro a abril.

Nos demais meses do ano, há propriedades que colhem outras frutas, como caqui, ameixa, pêssego e nectarina e permitem que os turistas conheçam o processo de perto. Há igualmente empresas turísticas na cidade que organizam passeios nas áreas rurais do interior do município.

Quando você entrar em Fraiburgo pelo Portal Turístico, no KM 29 da SC-355, terá uma primeira oportunidade de comprar maçãs. Anexo ao portal há um estabelecimento que comercializa frutas frescas todos os dias.

Você encontrará o principal cartão-postal dessa cidade da Rota da Amizade na região central. O Lago das Araucárias é um grande lago artificial que tem ao seu redor uma área de gramado, onde se pode fazer piquenique, assim como uma pista de caminhada e um parquinho infantil.

A apenas 800 metros do lago está mais um ponto turístico de Fraiburgo: a Casa da Cultura Lydia Frey. A antiga residência de um dos fundadores do município abriga atualmente o Museu Histórico do município, aberto à visitação.

Nas proximidades, visite também a Praça do Chaminé, onde era o antigo pátio da serraria que ajudou a impulsionar o desenvolvimento da cidade; a Casa do Artesão e a Floresta René Frey. Esta última é considerada uma das raras florestas nativas em espaços urbanos no Brasil. Nela estão três das 35 araucárias gigantes cadastradas em todo território nacional. Por lá, você pode fazer trilhas ecológicas, piqueniques e passeios em um jipe de safari.

Quanto ao turismo religioso, aproveite para visitar a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, próxima ao Centro, e o Santuário Diocesano Nossa Senhora de Fátima. São mais de 100 mil m² cercados pela mata, um extenso gramado aberto, oratórios, gruta e imagem de Fátima. O espaço é aberto à comunidade e deve ser incluído no roteiro pela Rota da Amizade.

Seguimos, por fim, à última cidade pertencente à Rota da Amizade: Joaçaba, a 85 quilômetros de distância de Fraiburgo.

Joaçaba

O Carnaval é a maior festa de Joaçaba – Foto: Rota da Amizade/Divulgação

Joaçaba é a única cidade que não faz divisa com nenhuma outra da Rota da Amizade. No município, de aproximadamente 30 mil habitantes, a maior festa do ano é o Carnaval.

Reconhecido nacionalmente, a festa em Joaçaba recebe turistas de diferentes regiões do Brasil para brincar nos blocos de rua, assistir aos shows nacionais e ao tradicional desfile das escolas de samba, realizado desde 1994. As crianças têm um Carnaval pensado exclusivamente para elas, onde podem brincar, cantar e dançar na companhia dos pais.

Assim como nos outros municípios da Rota da Amizade, a religiosidade também é muito presente em Joaçaba. Tanto é que um de seus principais cartões-postais é o Monumento Frei Bruno. A enorme estátua de 37 metros de altura, instalada no topo de um morro na região central, homenageia o religioso que viveu na cidade. Aos pés da escultura fica um mirante de onde é possível observar Joaçaba e a vizinha Herval d’Oeste, divididas pelo Rio do Peixe.

No mês de março, uma romaria reúne milhares de pessoas que caminham descalças por cerca de três quilômetros para lembrar o aniversário de morte de Frei Bruno. O trajeto inicia na Catedral Santa Terezinha, que também é cartão-postal de Joaçaba, e termina no Cemitério Municipal, onde o corpo do religioso está enterrado.

Ainda pela região central do município, coloque em seu roteiro o Parque Municipal Ivan Oreste Bonato. A área de quase 20 mil m² é um espaço para prática de esportes, caminhada, para andar de bicicleta ou se exercitar na academia ao ar livre. As crianças têm à disposição um parquinho. A área gramada, por sua vez, oferece espaço para um piquenique ou por uma roda de chimarrão, tradicional também em outras cidades da Rota da Amizade.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.