A indicação do advogado Cristiano Zanin para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal causa grande polêmica no Brasil e também em Santa Catarina.
Advogados, políticos e parlamentares ligados ao governo defendem a indicação, alegando tratar-se de prerrogativa do presidente e também que o beneficiado tem experiência na área jurídica e que preencheria as condições da Constituição Federal.
Já os independentes e oposicionistas atacam uma questão moral que o senado não vai apreciar: Zanin é advogado e amigo pessoal do presidente Lula. E o próprio padrinho já declarou que sua escolha representa o propósito de ter um ministro com absoluta fidelidade à sua pessoa. Portanto, não fiel e leal à Constituição e às leis do país.
Alegam, também, que não cabe o comparativo com o ex-presidente Bolsonaro, que escolheu dois nomes para o Supremo. Um dos novos ministros veio de carreira no Poder Judiciário. E o outro, com vocação e experiência jurídica e voltado para o serviço público.
Quer dizer: Zanin não vai para o Supremo para cumprir e fazer cumprir a Constituição. Nos termos em que se manifestou o presidente, vai para defender Lula pessoalmente, durante e depois do governo. E este é um aspecto moral que não encontra justificativa.
Esta indicação provoca forte reação em parcelas consideráveis da população e apenas comprova a urgente necessidade de mudança no critério de escolha de ministros do Supremo Tribunal Federal. Ao contrário do STJ e dos Tribunais Estaduais, cuja nomeação fica condicionada a listas das corporações – Judiciário, Ministério Publico e Advocacia – no caso do Supremo, a escolha é subjetiva e personalíssima.