Além da sala de aula: quando o aprendizado transforma vidas

Ao admirar um mecanismo preciso (ou quando observamos construções e projetos que foram pensados nos mínimos detalhes), na maioria dos casos, quase nunca imaginamos a trajetória entre o planejamento e a execução. Se a convivência em comunidade fosse pensada como uma engrenagem, ficaria visível a função de cada peça para atingir o êxito na operação.

Projetos que extrapolam a sala de aula fazem a diferença na educação catarinense

Projetos escolares, desenvolvidos em unidades da rede pública, que extrapolam a sala de aula fazem a diferença na educação catarinense  – Foto: Divulgação/ND

Seguindo a metáfora, a educação ganharia destaque, papel de protagonista nas novas gerações e entre aqueles que estão dispostos a aprender continuamente. Entretanto, na engrenagem da vida, existe uma outra palavra que faz a diferença: o empreendedorismo. Mas quais são os resultados quando ambas atuam em conjunto?

Em um Estado reconhecido — seja na produção ou na tecnologia — existem exemplos que marcam o elo entre aprender e praticar. No Oeste catarinense, por exemplo, Fraiburgo ganha notoriedade com uma horta que planta e colhe muito mais do que legumes e verduras — aqui a colheita é para o futuro.

Em contrapartida, Vale do Itajaí, em Indaial, o intuito é colocar os animais no centro do processo, auxiliando aqueles que precisam de ajuda — seja na busca por um novo lar ou em tratamentos que incluem órteses e cadeiras de roda.

Seja em Indaial, no Vale do Itajaí, ou em Fraiburgo, a junção da educação e do empreendedorismo é uma característica do Estado  – Arte: Letícia Martendal/Divulgação/ND

Mente criativa

Em um país em que os números de empreendedorismo não param de crescer, com 43 milhões de profissionais à frente do próprio negócio, de acordo com dados da GEM (Global Entrepreneurship Monitor), de 2021, trazer à sala de aula mais do que exemplos é o caminho para continuar girando a engrenagem que mantém a sociedade.

“Para ganhar a vida porque os empregos são escassos” ou “para fazer a diferença no mundo” são algumas das principais razões para aqueles que se arriscaram nos últimos anos. Para além da dificuldade em conquistar um espaço no mercado de trabalho ou o cargo dos sonhos, a vontade de fazer diferente também tem sido determinante.

Viajar pelo Brasil, comprar uma casa e comprar um carro, por exemplo, são alguns dos desejos mais latentes, metas que, em alguns casos, acabam abrindo as portas do empreendedorismo. Mais do que a aptidão pela inovação e a criatividade, características brasileiras, existem outros fatores que colocam à frente de adultos e jovens a necessidade — ou desejo — de gerenciar o próprio tempo.

Porém, como “dar as caras” em algo novo sem ter tido o primeiro contato durante a adolescência? Como descobrir áreas e identificar habilidades sem a aproximação dos negócios com a educação?

Se por muito tempo o empreender foi visto como um caminho para a escassez — cenário que continua se repetindo — também existem aqueles que usam a aprendizagem da sala de aula para pensar em novas soluções, dando um novo significado para o termo.

Alimentando ciclos

Em pleno 2023, ainda existem aqueles que não conseguem imaginar como é o cotidiano no campo. Seja pela falta de proximidade com a realidade ou a agitação dos espaços urbanos, existe uma comunidade capaz de provar que é possível residir e sobreviver nas áreas rurais. Em Fraiburgo, no assentamento de terra Vitória da Conquista, o cenário começou a ser transformado no final da década de 80.

Com a chegada de algumas famílias, a primeira mudança foi na educação. Mais do que ensinar português ou matemática, o objetivo do coletivo era que o espaço pudesse formar os novos integrantes do campo, mantendo a tradição.

“A intenção inicial era formar os jovens para a permanência no campo, fazer uma sucessão geracional. Ir para o campo para permanecer nele, estudar para permanecer”, explica o diretor da Escola de Educação Básica (EEB) Vinte e Cinco de Maio Agnaldo Cordeiro.

Entretanto, o que era um pedido dos familiares, ganhou estrutura em 2009 quando o curso técnico de agroecologia passou a ser reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação e pelo Governo do Estado de Santa Catarina — por mais que a proximidade com o campo seja uma marca desde o início, a aprovação foi o passo para aproximar as turmas do empreendedorismo rural.

Dia de plantação na unidade - EEB Vinte e Cinco de Maio/Divulgação/ND
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Dia de plantação na unidade – EEB Vinte e Cinco de Maio/Divulgação/ND

Sede da EEB Vinte e Cinco de Maio - EEB Vinte e Cinco de Maio/Divulgação/ND
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Sede da EEB Vinte e Cinco de Maio – EEB Vinte e Cinco de Maio/Divulgação/ND

Estudantes que participam do projeto - EEB Vinte e Cinco de Maio/Divulgação/ND
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Estudantes que participam do projeto – EEB Vinte e Cinco de Maio/Divulgação/ND

As produções são sem agrotóxicos - EEB Vinte e Cinco de Maio/Divulgação/ND
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As produções são sem agrotóxicos – EEB Vinte e Cinco de Maio/Divulgação/ND

Alunos colocam a mão na massa para garantir a horta escolar - EEB Vinte e Cinco de Maio/Divulgação/ND
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Alunos colocam a mão na massa para garantir a horta escolar – EEB Vinte e Cinco de Maio/Divulgação/ND

Com base na agroecologia, a horta produz alimentação saudável para a comunidade - EEB Vinte e Cinco de Maio/Divulgação/ND
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Com base na agroecologia, a horta produz alimentação saudável para a comunidade – EEB Vinte e Cinco de Maio/Divulgação/ND

Verduras fazem parte da plantação escolar - EEB Vinte e Cinco de Maio/Divulgação/ND
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Verduras fazem parte da plantação escolar – EEB Vinte e Cinco de Maio/Divulgação/ND

“De 1986 até 2009 nós tivemos experiências de produção na escola, que era no agrícola. Não era no convencional, era na perspectiva agroecológica, orgânica, experimentando essa trajetória, e as famílias sempre dizendo que existem coisas que você precisa fazer na escola como experimento, mas tem coisas que precisa produzir também”, comenta Agnaldo, que cresceu no local, mas precisou ir para o Rio Grande do Sul em busca de formação, oportunidade que não existia naquela época.

Seja com o objetivo de produzir alimentos saudáveis ou com o foco na sustentabilidade, as experiências na unidade trazem um leque de opções aos jovens, desde o conhecimento sobre o solo até os valores necessários para manter uma horta em funcionamento.

O conhecimento transversal só é possível por meio da união entre a natureza e a teoria — e aqui eles aprendem sobre números, história e até geografia. “A ementa da matemática é voltada para a área agrícola, desde as construções, medição de terra, altura dos canteiros, em fazer as experiências”, explica o diretor.

Em Fraiburgo, o propósito é que o conhecimento seja aplicado para além da vida escolar, unindo a proximidade com o verde e transformando a rotina no campo em um mecanismo de sobrevivência. É por isso que as quartas-feiras e sábados, alunos e professores vão à feira da cidade vender os itens que são produzidos no assentamento, junto com os pastéis que também são feitos pela turma.

Na escola de Fraiburgo, o lucro adquirido é investido em itens e compras para manter a horta na unidade   – Arte: Letícia Martendal/Divulgação/ND

Com as vendas, o valor que retorna  é utilizado para comprar os insumos que auxiliam na produção. Entretanto, a proximidade com os compradores é o primeiro passo para aprender sobre a ligação que existe entre quem vende e quem compra.

“Quando você cria uma relação com as pessoas que vão consumir o produto, você precisa garantir essa responsabilidade com eles. Faça chuva ou faça sol nós temos que estar lá, temos que ir à feira”, comenta Agnaldo.

Na sequência entre semear as sementes, esperar o crescimento e preparar a colheita, aqueles que escolheram viver do solo também colhem o reconhecimento dos que estão por perto. “A própria comunidade começou a perceber a qualidade no produto, a relação com o consumidor, quer dizer, não é só vender, é um diálogo”, finaliza o diretor.

Há quem vem de longe

Na busca por um estilo de vida pautado no ecológico e na economia colaborativa, existem aqueles que mudam de município para desfrutar do método de ensino aplicado na EEB Vinte e Cinco de Maio.

É no primeiro contato com a família que os envolvidos compreendem que os próximos anos serão focados nas plantas, grãos e animais — o cuidado com a produção também inclui a vivência com os bichos, matéria explorada durante o ensino técnico.

Para aqueles que escolhem se mudar, a unidade conta com alojamentos preparados para receber meninas e meninos.

Estudantes de mais de cinco munícipios utilizam o alojamento da unidade – Arte: Letícia Martendal/Divulgação/ND

“Quando eles vêm com a família para fazer a matrícula, dizemos: ‘Você vai atuar em várias atividades aqui na escola’. Eles ficam responsáveis por determinadas atividades, desde a irrigação, tratar dos animais, ajudar a fazer a feira. Eles têm esse processo de acompanhar a questão das culturas (horta) e implementação do pomar.”

 

Experiência na horta orgânica agroecológica da Escola Vinte e Cinco de Maio – Vídeo produzido e cedido pela unidade para divulgação – Vídeo: Reprodução/Facebook

Prazer, Neomar Pinto Ribeiro

Em um país conta com cerca de cinco milhões de produtores rurais, conforme informações do Censo Agropecuário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), não faltam histórias para ilustrar a vida no campo. Para seguir a vida entre a lavoura e o plantio, o aprendizado na sala de aula foi decisivo, pelo menos para Neomar Pinto Ribeiro.

Formado no curso técnico e com outros certificados, a escolha pelo campo foi a forma de colocar em prática a vida vislumbrada quando ainda estava em sala de aula. Atualmente, a moradia é no assentamento Irmã Jandira, em Curitibanos. É lá que ele e a família vivem com os ganhos da terra.

Participante de uma das primeiras turmas, o conhecimento no início era dividido em um espaço da agroindústria que tinha ao lado da escola, mesmo lugar que servia de dormitório. Entretanto, os ensinamentos superaram os obstáculos.

“Conseguimos aprender muitas coisas. A escola abriu vários caminhos, oportunidades na linha do conhecimento. Foi muito importante quanto pessoa, quanto estudante”, conta o profissional que já atuou em uma cooperativa, mas hoje cuida da própria produção.

É no campo que ele, a companheira e o filho plantam e colhem os itens que fazem parte da alimentação familiar, além de garantir as frutas e verduras de muitos outros lares. “A nossa renda principal é da agricultura, produtos orgânicos. Nosso carro-chefe é o morango e a uva, vendemos in natura e também processamos geleias de morango e uva”, conta Neomar.

O trabalho com o orgânico existe desde 2009 e a lista de produtos é extensa, incluindo alface, tempero verde, couve, brócolis, feijão, arroz, milho e até aipim.

“A gente prioriza a questão do autoconsumo da família e o excedente sempre plantamos mais, o excedente fazemos a comercialização”, além da preocupação com o que é ofertado para a comunidade e o consumo consciente, a família também é responsável pela produção dos biofertilizantes e compostagens.

O foco é conquistar uma vida digna, com alimentação saudável e produtos de qualidade.

“Vários dias você está enfrentando vários desafios porque a produção orgânica vai além da produção, né? Vai nas relações com a comunidade, relações com o meio ambiente e relações com a sua unidade familiar, com a sua propriedade.”

 

 

Neomar e seu filho na colheita dos alimentos - Arquivo pessoal/Divulgação/ND
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Neomar e seu filho na colheita dos alimentos – Arquivo pessoal/Divulgação/ND

O morango é um dos carros-chefes nas vendas - Arquivo pessoal/Divulgação/ND
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O morango é um dos carros-chefes nas vendas – Arquivo pessoal/Divulgação/ND

A uva também é uma das principais receitas da família - Arquivo pessoal/Divulgação/ND
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A uva também é uma das principais receitas da família – Arquivo pessoal/Divulgação/ND

Além de frutas, Neomar produz uma variedade de verduras, como o alface - Arquivo pessoal/Divulgação/ND
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Além de frutas, Neomar produz uma variedade de verduras, como o alface – Arquivo pessoal/Divulgação/ND

Criando bons exemplos

Mas se engana quem pensa que o empreendedorismo é capaz de gerar resultados apenas quando há ganhos financeiros. Se para alguns o ponto de partida foi o cuidado com o meio ambiente, a vontade de usar a tecnologia para melhorar a vida dos animais foi o princípio para os professores e alunos de Indaial, cidade que faz parte do Vale do Itajaí.

Por lá, a Escola de Educação Básica (EEB) Frederico Hardt é palco de um projeto que une o espaço pedagógico, os pets e a comunidade, tendo como foco o desenvolvimento de órteses, cadeiras de roda e roupinhas para cães e gatos.

Com a construção de peças que podem facilitar a caminhada dos amigos de quatro patas, o auxílio não para por aí. O projeto também conta com uma equipe focada na divulgação de fotos e adoção.

A iniciativa ganhou vida no ano passado, a partir de uma outra ação dos profissionais. Com a vontade de ter uma impressora 3D, o desejo de atender cães e gatos partiu dos professores Flávio Cristóvão Júnior e Rafaela dos Santos Timm.

A decisão de unir exatas e humanas em prol de uma causa maior saiu do papel quando os educadores começaram a pensar naquilo que seria ofertados aos estudantes, manuseando o objeto e utilizando os recursos tecnológicos para apresentar possibilidades aos jovens — seja na hora de escolher uma carreira ou para entender os impactos causados pelo abandono de animais.

Foi analisando os componente curriculares e as exigências em cada tema que a matemática passou a ser desenvolvida para compreender os cálculos necessários na construção de cada material, envolvendo as partes teóricas no entendimento sobre o abandono e a relação entre dono e animal.

E a ampliação do projeto começou a ganhar forma neste ano, com a criação de uma lojinha virtual, espaço em que os alunos disponibilizam aquilo que é produzido em sala de aula — é possível escolher entre roupinha, cama, lenço e ecobag.

Além da órtese, o projeto da escola também contempla a venda de lenços, caminhas e roupas para os pets – Arte: Letícia Martendal/Divulgação/ND

Seja na venda das órteses ou na comercialização das produções, o dinheiro arrecadado volta para a unidade, sempre pensando no projeto e nos materiais que devem ser comprados. À frente da turma que fica com a confecção, a professora Cristine Machado apresenta as profissões, mas sem deixar de lado o empreendedorismo e a base para, no futuro, abrir o próprio negócio.

“Usei os métodos de empreendedorismo, de parceria, doação, sem que tenha muito custo de início para fazer, para que a gente tenha o máximo de lucro possível para ajudar o projeto. A intenção não era gastar tudo: ‘vou investir tudo e depois eu vejo’. Tudo é calculado antes para que a gente gaste o mínimo possível para que tenha o retorno máximo”, explica a educadora.

Na relação entre o que é feito pelos alunos da segunda série do Ensino Médio, a passagem pelas tarefas vai sendo alternada, entretanto, existe algo que não muda: a satisfação em fazer parte.

“É muito diferente porque eles fazem algo de verdade. Estávamos finalizando uma órtese, um dos grupos colocou na impressão, cuidou da impressão e finalizou a confecção da espuma e do velcro, e a gente vê no rostinho deles o orgulho de começar a produzir sozinhos e ver aquela peça fruto do trabalho deles”, explica Rafaela.

E, sem perceber, aquilo que começou com o desejo de auxiliar aqueles que foram deixados nas ruas acaba sendo um instrumento de aproximação entre a educação e o social, mostrando a relevância das ações e como o empreendedorismo é capaz de apresentar mecanismos que unem o lucro e a mudança da realidade.

Vídeo feito pelos alunos que fazem parte do projeto na EEB Frederico Hardt – Vídeo: Escola Estadual Básica Frederico Hardt/Divulgação/ND

Causa social, ganho coletivo

Seja em uma cidade afastada ou nos grandes centros, existe uma cena que costuma se repetir: o abandono de animais. Conforme dados do Instituto Pet Brasil, de 2021, o Brasil é o terceiro país com o maior número de animais domésticos, com mais de 149 milhões de pets.

Seja pela proximidade ou pela vontade de fazer a diferença na causa, as turmas se envolvem e começam a compreender, ainda na adolescência, as ações que fazem a diferença na vida adulta.

Ao compartilhar casos de animais desaparecidos nas redes sociais, pensar na órtese adequada para cada limitação (ou na busca por parcerias para a confecção dos itens), é assim que alguns princípios do empreendedorismo começam a fazer parte do cotidiano, oferecendo uma oportunidade de testar mecanismos e soluções.

Lenços produzidos pelas estudantes - EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND
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Lenços produzidos pelas estudantes – EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND

Gatinho beneficiado pelo projeto - EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND
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Gatinho beneficiado pelo projeto – EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND

Estudantes manuseando a impressora 3D - EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND
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Estudantes manuseando a impressora 3D – EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND

Aluna na fabricação da órtese - EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND
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Aluna na fabricação da órtese – EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND

O processo começa na sala de aula - EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND
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O processo começa na sala de aula – EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND

Os discentes também participam do processo - EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND
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Os discentes também participam do processo – EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND

Turma da EEB Frederico Hardt - EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND
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Turma da EEB Frederico Hardt – EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND

Estudantes que participam do projeto - EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND
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Estudantes que participam do projeto – EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND

Frederica, a mascote da escola - EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND
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Frederica, a mascote da escola – EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND

Ecobags e lenços confeccionados pelos alunos - EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND
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Ecobags e lenços confeccionados pelos alunos – EEB Frederico Hardt/Divulgação/ND

Profissional x educacional

Diante de uma realidade desafiadora e imediata, já se foi o tempo em que a educação apresentava apenas os livros e conteúdos teóricos. Agora é preciso apresentar aquilo que tem conexão com o presente, com as redes e com as estimativas para o futuro. De acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), no Censo Escolar de 2022 foram registrados mais de 47 milhões de alunos no país, em mais de 178 mil escolas.

Mas como aproximar a realidade e mostrar que o cotidiano escolar também é um preparo para as próximas fases da vida adulta? O segredo, na maioria dos casos, pode estar na escolha dos temas e abordagens — e o mesmo funciona para o empreendedorismo. A descoberta é entender que o ato de empreender vai além de começar o próprio negócio, pensamento que acompanha o diretor da Vertical de Educação da Acate (Associação Catarinense de Tecnologia), Otavio Pinheiro Auler.

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Ter em mente que aquilo que começa na sala de aula pode ultrapassar os muros da escola e transformar a vida em sociedade também é um ganho para o futuro. É assim que projetos sociais nascem, modificando a vida daqueles que estão ao redor, como no exemplo mencionado por Otavio.

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Assim como a engrenagem da vida, que está sempre em transformação, a junção da educação e do empreendedorismo, assim como nos projetos mencionados, é a chance de desenvolver as capacidades que serão diferenciais nos próximos anos, as soft skills do amanhã.

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É na relação entre aquilo que é visto em sala de aula e as práticas profissionais que alunos incentivam a mudança de professores, capazes de repensar a educação.

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