“Dungeons & Dragons” une magia, jogo de RPG e uma dose de fan service

Adolescentes dos anos 1990 acabam de ganhar mais um alento. Estreou nesta quinta-feira (13) o filme que se passa no mesmo universo de Caverna do Dragão, um dos maiores clássicos da nossa geração. “Dungeons & Dragons”, que nasceu no RPG e teve uma versão flopada nos anos 2000, chega agora em um remake, ou melhor, uma nova história.

Filme “Dungeons & Dragons” é inspirado no clássico jogo de mesa apresenta um desfile de criaturas em enredo com direção que se assemelha a um mestre de RPG – Foto: Divulgação

O filme está em cartaz nos principais cinemas de Santa Catarina, mas na noite de estreia ainda era cedo para dizer se será um sucesso ou apenas mais um momento para saudosistas matarem as saudades de ver um grupo de jovens em um mundo mágico.

Despretensioso, provoca a vontade do espectador para conhecer mais dos vales, reinos e infernos retratados pelos diretores John Francis Daley e Jonathan Goldstein, os mestres da mesa de jogo a que somos convidados, inconscientemente, a participar.

Em pouco mais de duas horas de tela e excelente qualidade no CGI de um dragão pançudo e outro feito de pedra, há um desfile de criaturas, magia e locais do universo fantástico em que vivem o ladrão e músico Edgin (Chis Pine) e sua trupe de larápios fracassados.

Espaço no Shopping Beiramar remete a ambientes do filme Dungeons & Dragons – Foto: Divulgação

Os rebeldes – ou ladrões, na versão brasileira – estão no centro da trama e cumprem toda a clássica jornada do herói para ajudar o protagonista Edgin a reconstruir sua família. Para isso, estão dispostos a enfrentar cavaleiros mortos-vivos e interrogar cadáveres.

Menção honrosa para a escolha dos diretores em privilegiar cenas diurnas, iluminadas e com fotografia cuidadosa, assim como as coreografias das batalhas, editadas de forma frenética e sem esconder os participantes em penumbras e meia-luz.

Sem se preocupar com a apresentação desse mundo mágico, o espectador mergulha na história para entender os motivos que o fizeram entrar em uma aventura para tentar reconstruir o mundo que possuía antes de sua prisão e arrastar seus amigos.

Apesar de não empunhar uma espada ou outra arma durante praticamente todo o filme, Edgin lidera o grupo que parte para resgatar uma relíquia mágica, capaz de ressuscitar sua esposa e recuperar a confiança de sua filha Kira (Chloe Coleman), além de enfrentar o exército de Forge (Hugh Grant) e da feiticeira Sofina (Daisy Head), cuja relação só se revela no clímax do filme.

O grupo liderado por Edgin (Chris Pine) enfrenta dragões e outras criaturas mágicas em Dungeons & Dragons – Foto: Foto: Divulgação

Vem uma trilogia por aí?

“Dungeons & Dragons – Honra entre Rebeldes” chegou às telonas recheado de mensagens motivacionais e com acenos à série que ficou devendo o tão esperado prólogo após 27 episódios (se você não assistiu as adaptações em algum canal do YouTube, vale se perguntar se você realmente viveu aquela aventura). Até sua origem é celebrada, no quarto final do filme, com uma mesa de RPG acontecendo na ala vip da arena onde acontece o Jogos Meridianos.

Apesar de não prometer, “Dungeons & Dragons” deixa fortes sinais de que pode se tornar uma trilogia ou quem sabe uma série, já que seu universo é tão vasto quanto pode conceber um mestre do RPG que está prestes a completar 50 anos de existência e é aclamado no mundo inteiro, tendo influenciado até mesmo nomes como John Favreau, o criativo por trás das principais obras do Universo Cinematográfico Marvel.

Com ação na medida, um tom de emoção ali e outro acolá, a obra consegue caminhar na corda bamba de um pretenso blockbuster com uma pegada cult e forte candidato a passar nas tardes de domingo da tevê aberta – um outro picote será necessário, mas nada que comprometa o centro da história.

Fan service: presente!

Batizado com o mesmo nome do jogo e da animação rebatizada de Caverna do Dragão no Brasil, é quase impensável que não haveria a presença dos protagonistas do desenho.

As referências à turma de Presto, Eric e Hank ficam evidentes quando conhecemos Simon (Justice Smith), outro mago desastrado, e Holga (Michelle Rodriguez), uma espécie de releitura de Diana, ou ainda a druida Doric (Sophia Lillis) – a união das personas de Bobby e sua inseparável Uni.

Até mesmo a contraparte do grupo, formada pelo ex-parceiro e traidor Forge (Hugh Grant) e a feiticeira Sofina (Daisy Head) nos lembram do mítico Vingador. O que dizer então do cavaleiro incorruptível Xenk (Regé-Jean Page), que leva tudo ao pé da letra e ainda domina espada melhor do que o Duque Simon, de Bridgerton, e desaparece da história como o Mestre dos Magos.

Assista a cena com a participação da turma de Caverna do Dragão:

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