Onde aprender sobre os mais de 80 sambaquis de Florianópolis; veja museus e mapa interativo

Você já ouviu falar em sambaqui? Calma, não estamos falando do bairro de Florianópolis, mas sim da história da cidade. Mais precisamente, de arqueologia, a ciência que estuda as culturas e os modos de vida das diferentes sociedades humanas – tanto do passado como do presente.

Sítios arqueológicos estão espalhados pela Ilha e pelo Continente – Foto: Floripa Arqueológica/Divulgação/ND

Os sambaquis são resquícios dos povos primitivos. A palavra vem do Tupi e significa “monte de conchas”. Florianópolis conta com mais de 80 desses locais, considerados sítios arqueológicos. Eles ficam tanto na Ilha quanto no Continente. Essas áreas ajudam a contar a história dos primeiros povos que escolheram a Ilha da Magia para viver.

Homem do sambaqui

Se hoje muita gente vem pra cá em busca das belezas e riquezas naturais, imagina só há mais de 5 mil anos, quando tudo era muito mais preservado. Quem viveu aqui naquele tempo é chamado de homem do sambaqui.

Sítio conchífero situado sobre pontal rochoso conhecido como “Bico da Ponte” ou “Ponta dos Limões”, na porção sul da praia do Curtume, localidade José Mendes – Foto: Floripa Arqueológica/Divulgação/ND

A vocação natural de Florianópolis era muito favorável para atraí-los, como explicou a arqueóloga do MArquE (Museu de Arqueologia e Etnografia da Universidade Federal de Santa Catarina), Luciane Zanenga Scherer.

“A Ilha é um lugar maravilhoso para se viver. Hoje em dia todo mundo quer vir para cá. Imagina isso aqui há 6.000 anos, sem poluição, com águas lindas, natureza exuberante, com comida fácil, tanto do mar quanto da terra, rios para navegar”, disse Luciane.

Amontoado de conchas

Mais do que um amontoado de conchas, os sambaquis, segundo os estudiosos, seriam uma espécie de cemitério desses povos. Nesses locais também foram encontrados numerosos vestígios ósseos de animais, artefatos líticos e ósseos e restos vegetais. Em muitos é possível ver ainda hoje manchas de fogueiras, marcas de estacas e até pinturas rupestres, como as registradas na da praia do Santinho.

A professora Luciane Zanenga Scherer explica que por muito tempo os sambaquis eram considerados uma espécie de lixeira pré-histórica. “As pesquisas indicam que era uma construção, grande parte usada para enterrar os mortos. Aquele povo colocava esqueletos e pequenos montes de conchas por cima, junto com oferendas funerárias, com comida, objetos”, explicou.

Esqueleto humano pré-histórico foi encontrado em agosto de 2018 durante obras de construção do elevado do Rio Tavares – Foto: Daniel Queiroz/Arquivo/ND

Um dos sambaquis mais antigos já descoberto na Capital fica no bairro Rio Vermelho. Foi lá que os arqueólogos dataram artefatos de 5 mil anos atrás. A descoberta mais recente foi em agosto de 2018, quando um esqueleto humano pré-histórico foi encontrado no sítio arqueológico localizado no terreno onde eram feitas obras de construção do elevado do Rio Tavares.

Site traz mapa interativo dos sítios arqueológicos

Se você ficou interessado em ver de perto toda esta história da Ilha de Santa Catarina, a dica é visitar dois espaços de pesquisa bem interessantes: o Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral da Universidade Federal de Santa Catarina e o Museu do Homem do Sambaqui.

Já se a intenção é ver in loco a dica é se jogar pela cidade, tanto na Ilha quanto no Continente. O site Floripa Arqueológica traz uma relação bem completa de todos os sambaquis de Florianópolis. Na página você também encontra um mapa interativo com os sítios arqueológicos do município.

Serviço

MArquE/UFSCMuseu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral da Universidade Federal de Santa Catarina

Quando visitar: De terça a sexta-feira, das 9h às 17h;

Quanto: Entrada gratuita;

Telefone: (48) 3721-9325;

Site: museu.ufsc.br.

Museu do Homem do Sambaqui Padre João Alfredo Rohr do Colégio Catarinense

Quando visitar: de terça à sextas-feira, das 9h às 12h e 13h às 16h;

Quanto: Entrada gratuita;

Telefone: (48) 3251-1516;

Site: www.colegiocatarinense.g12.br/museuhomemdosambaqui

Floripa 350

O projeto Floripa 350 é uma iniciativa do Grupo ND em comemoração ao aniversário de 350 anos de Florianópolis. Ao longo de dez meses, reportagens especiais sobre a cultura, o desenvolvimento e personalidades da cidade serão publicadas e exibidas no jornal ND, no portal ND+ e na NDTV RecordTV.

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