A resposta do professor de direito da UnB (Universidade de Brasília) José Geraldo de Souza a uma fala da deputada federal de Santa Catarina Caroline de Toni (PL) repercutiu nas redes sociais. O caso aconteceu na quarta-feira (14) na CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).

Resposta de professor a deputada de SC durante a CPI do MST viraliza nas redes sociais. – Foto: @noseconexoes/Twitter/Reprodução/ND
Durante o vídeo, o professor afirma não poder discutir com a deputada por ela só enxergar aquilo que “já tem escrito na sua cognição”. Caroline entendeu a fala de José Geraldo como um deboche “com categoria acadêmica”.
Na manhã desta quinta-feira (15), o professor de direito enviou uma carta à parlamentar e ao presidente da comissão para desmentir que tenha agido com desrespeito.
Ao portal UOL, Souza disse que tratou a todos com respeito e consideração. “Eu tenho intenção de estabelecer aquilo que é a nossa luta histórica de ter um parlamento onde as diferentes concepções de mundo possam ser debatidas”.
“A prática de apropriação do MST foi definida como OCUPAÇÃO. Não foi por mim ou pelos meus escritos, foi pelo STJ. Que em acordão escreveu que não pode ser considerado esbulhador aquele que ocupada terra para fazer cumprir a promessa constitucional da reforma agrária.” pic.twitter.com/TRnklPcOss
— Nós e Conexões (@noseconexoes) June 14, 2023
Entenda o bate-boca
Durante a CPI, José Geraldo de Souza explicou aos deputados os motivos que levaram o STJ (Superior Tribunal de Justiça) a considerar a atuação do MST como algo legal, mesmo em caso de ocupações.
Entretanto, durante sua intervenção, a deputada Caroline atacou o MST e disse que seus líderes praticam crimes quando ocupam terras.
“Os números são bem diferentes desse plano ideal que se propaga do movimento. Esses movimentos que se dizem lutar pela terra, na verdade, não dão a titulação da terra”, afirmou a deputada.
Souza respondeu que a parlamentar faz um recorte da realidade que lhe convém.
“Não tenho como discutir com a deputada, porque sua visão de mundo, sua percepção só lhe permite enxergar o que a senhora já tem escrito na sua cognição. A senhora vai ver não o que existe, mas é o que a senhora recorta da realidade. A realidade é recortada por um processo cognitivo de historialização. Então eu não posso discutir um tema que contrapõe visão de mundo, concepção de mundo”, disse ele, sob aplausos de parte dos presentes.
A deputada não gostou do comentário e se disse ofendida “com categoria acadêmica”.
“Só pedi para ver as estatísticas concretas do TCU, do Incra, estatísticas reais. Ele me ofendeu, presidente, com toda categoria acadêmica, vindo debochar da nossa cara. Por favor, né?”, concluiu.