Limpeza dos oceanos: entenda a importância de preservar o litoral em SC


Iniciativas têm sido adotadas para garantir a sustentabilidade em toda a costa marítima Santa Catarina possui um patrimônio natural rico, com uma costa litorânea composta por mais de 100 praias cercadas pela Mata Atlântica. Muito além do benefício turístico, já que o litoral atrai milhares de visitantes todos os anos, o litoral exerce uma profunda importância para o equilíbrio global, já que é rico em biodiversidade e ecologia. Mas, os frequentes registros de lixo e poluição nos mares geram ameaça a um dos principais legados catarinenses.
De acordo com um levantamento da equipe de Biodiversidades e Florestas do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), para Santa Catarina o oceano é fundamental não só para os animais e plantas que ali habitam, mas, para todos os ecossistemas adjacentes. Ou seja, um oceano saudável interfere em toda a biodiversidade, exercendo um impacto significativo diretamente na vida dos catarinenses.
Além disso, os especialistas do IMA ressaltam que, quando o oceano entra em contato com a terra, ele forma muitos ambientes diferentes que também têm ecossistemas próprios, a exemplo das lagunas, estuários, manguezais, costões, rochosos, praias e o próprio mar aberto. Cada um deles têm características individuais, influenciadas diretamente pela saúde do oceano. No caso dos estuários, lagunas e manguezais, os ecossistemas representam a transição entre os rios e os mares, processo que varia dependendo de condições climáticas — como marés, enchentes e vazantes.
Os trechos onde a água doce e salgada se misturam são essenciais para manter o ecossistema em equilíbrio, já que servem de berçário e locais de reprodução para peixes e crustáceos. Com o desequilíbrio, além de comprometer a vida animal, as práticas profissionais ligadas aos oceanos — a exemplo das pescarias — também sofrem impactos.
Até mesmo a areia da praia é fundamental para que todo esse cenário funcione sem danos. Afinal, ela é fundamental para proteger as cidades da ação do mar e abriga diversos crustáceos e moluscos. Em Santa Catarina, uma característica que se destaca é a presença de tartarugas, já que muitas delas vêm até as praias para se alimentarem devido à temperatura acima da média.
De acordo com a equipe do IMA, toda a poluição, lixo ou esgoto produzido na terra pode eventualmente chegar aos oceanos. A biodiversidade marinha também sofre outros impactos, como a pesca em quantidades exageradas, ou a presença de espécies exóticas invasoras que se transportam pela água de lastros em navios. Devido a urgência dessas demandas, o estado de Santa Catarina investe constantemente em ações para reverter os riscos e manter o ecossistema longe de prejuízos.
O que tem sido feito
Em Santa Catarina, uma das principais estratégias é a atuação de Unidades de Conservação Estaduais, que ajudam a proteger o ambiente costeiro e marinho. Atualmente, há três delas no litoral: o Parque Estadual Acaraí, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e o Parque Estadual do Rio Vermelho.
O biólogo Daniel de Araujo Costa já atuou na Unidade de Conservação do Parque Estadual do Rio Vermelho, e hoje atua em todo o estado através do IMA. De acordo com ele, o espaço exerce uma importante função de preservar uma área natural nas proximidades do oceano, para garantir o equilíbrio ambiental tão necessário para a preservação das espécies. Ainda, conforme explica o profissional, preservar a natureza nas proximidades das praias é fundamental para evitar desastres ambientais, a exemplo de enchentes ou zoonoses.
Além disso, o Parque Estadual do Rio Vermelho conta com um Centro de Tratamento de Animais Marinhos e Terrestres, especialista em receber animais que sofrem com os impactos ambientais. Depois de recuperados, eles podem retornar ao ambiente natural. Ainda no tópico de preservação das espécies, existem Planos de Ação como o do boto-pescador, em que o IMA, a Polícia Militar Ambiental e outras entidades se juntam para evitar as mortes dos animais, e engajar a comunidade na conservação das espécies.
No entanto, Daniel destaca que essa missão não pertence apenas à estrutura dos parques ou instituições responsáveis pelo equilíbrio ambiental — é uma responsabilidade de todos.
— É necessário que todo o entorno reflita sobre as atitudes com relação ao meio ambiente para alcançar a sustentabilidade. Alguns simples que podem ser adotados são: evitar o aporte de lixo, esgoto, a supressão da vegetação, e outros — comenta o profissional.
Outras ações do Estado
Para a preservação dos recursos hídricos, o Governo de Santa Catarina tem trabalhado para orientar os municípios na gestão dos recursos. A intenção é despoluir os cursos de água, auxiliar na fiscalização de ligações clandestinas de esgoto, administrar as redes pluviais, e garantir a melhoria da qualidade ambiental da água, que chega ao mar e afeta diretamente as condições dos oceanos.
Também, ações e projetos de educação ambiental acontecem com frequência com a parceria do IMA, para instigar a população a ajudar e defender a proteção do meio ambiente. A maioria das ações são realizadas nas escolas, já que crianças e adolescentes exercem um importante papel na influência de mudanças de hábitos.
Programas de controle ambiental e fiscalização à atitudes ilegais ou que agridem o meio ambiente também são prioridade, para contribuir com o desenvolvimento sustentável do Estado e preservar todos os ecossistemas. Todos os anos, ainda, é feito um monitoramento da balneabilidade, para garantir uma melhoria constante na qualidade das águas do litoral catarinense.
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