O agronegócio catarinense também é sustentável; Entenda


Práticas têm sido adotadas pelos agricultores para garantir uma operação ecologicamente limpa O agronegócio é um grande impulsionador para a economia de Santa Catarina, com altos índices que movimentam todos os setores tanto no estado quanto no país. Apenas no ano passado, a atividade bateu um recorde histórico no Valor da Produção Agropecuária (VPA), e no faturamento das exportações. Um levantamento do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa),mostra que o VPA catarinense de 2022 chegou a R$ 61,4 bilhões, o que representa um crescimento de 13,9% em relação ao ano anterior. Já as exportações foram responsáveis por movimentar US$ 7,5 bilhões, 8,5% a mais do que em 2021.
Esse resultado é fruto do trabalho de excelência desempenhado por todos os envolvidos na operação, sejam os agricultores e produtores rurais dos mais diversos portes, as agroindústrias, as entidades que representam o setor, os centros de pesquisa e as ações governamentais.
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A produção de proteína animal (suínos, aves e gado leiteiro) é uma das principais responsáveis pelos bons índices, movimentando grandes lucros e atuando como geradora de empregos em diferentes áreas de conhecimento. São mais de 60 mil profissionais empregados de forma direta com a agroindústria, e cerca de 480 mil indiretos, além de uma base produtiva que agrega mais de 60 mil produtores rurais.
Neste contexto de constante crescimento, o sistema produtivo abre espaço para algumas importantes transformações, como aplicação da tecnologia, que permite reduzir custos e desperdícios, aumentando a produtividade. Na mesma linha, o setor tem apostado em sustentabilidade com o propósito de reduzir o impacto ambiental e garantir benefícios econômicos, sociais e ambientais, além de contribuir para a construção de um futuro mais sustentável para o estado.
Prioridade para o crescimento sustentável
Atualmente, em Santa Catarina, os produtores rurais já atuam com prioridade na proteção dos recursos ambientais, já que a ecologia também é um fator indispensável para o sucesso da produção. A agricultura depende do equilíbrio sustentável para se desenvolver, e por isso, o produtor rural atua para garantir resultados, mas com responsabilidade.
É o que indica José Zeferino Pedrozo, que atua como presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC). Em artigo, ele afirma que embora parte da sociedade acredite que o agronegócio é composto apenas por grandes produtores e empresários interessados apenas no lucro, a realidade do agronegócio é muito diferente.
— A agricultura e a pecuária, dois segmentos essenciais do setor primário da economia brasileira, têm como principais responsáveis os pequenos, médios e grandes produtores rurais. Esse público tem se comprometido de forma intensa com a proteção dos recursos naturais (o solo, a água, a fauna e a flora), pois é apenas assim que é possível continuar as atividades do setor —, reforça.
Um exemplo desse aspecto é a preocupação dos proprietários de áreas rurais em manter áreas de proteção permanente (APP) e de reserva legal (RL), dois trechos que fazem parte da legislação brasileira — conhecida como uma das mais severas do mundo.
Ainda segundo Pedrozo, outro aspecto relevante que tem mostrado a preocupação desse público é o investimento e preocupação em inserir ciência e tecnologia nas atividades rurais. O próprio Senar tem atuado intensamente na capacitação gratuita para os produtores rurais e suas famílias, com mais de quatro mil técnicos, instrutores e orientadores com a responsabilidade de qualificá-los em temas que tornarão o campo mais tecnológico, sustentável e produtivo.
A meta é reduzir a emissão de carbono
Um dos tópicos mais urgentes para o meio-ambiente nos dias de hoje é a alta emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, principalmente o dióxido de carbono (CO2) — ou gás carbônico. Preocupado com reduzir os índices na prática do agronegócio, Santa Catarina lançou o Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC+SC) em fevereiro deste ano.
De acordo com o Governo do Estado, uma das metas é transformá-lo em uma potência agroambiental, somando os bons números de produção de alimentos às práticas sustentáveis. Por isso, um dos passos da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural foi a adoção deste projeto. O governador Jorginho Mello destaca que essa ação pretende mostrar ao mundo a eficiência, competitividade e preocupação ambiental da agricultura catarinense.
Com o projeto, o estado pretende mitigar a emissão de gases de efeito estufa em 86,78 milhões de toneladas de carbono – o que equivale a um investimento de US$ 4 bilhões até 2030.
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