Prudência e preocupação: o que as pessoas acham sobre a volta dos patinetes em Florianópolis?

Os patinetes elétricos voltaram às ruas de Florianópolis na última sexta-feira (16). O portal ND+ entrevistou algumas pessoas nesta terça-feira (20) que usam o serviço para saber, afinal, o que a população pensa sobre o meio de transporte.

Patinetes elétricos voltaram às ruas de Florianópolis na última sexta-feira

População de Florianópolis opina sobre o uso de patinetes na cidade e CEO da empresa responde dúvidas – Foto: Léo Munhoz/ND

O empresário Lucas Daniel, de 23 anos, usava os patinetes antes deles serem banidos da cidade, em 2019. Segundo ele, a retirada trouxe prejuízo para a população.

“Eu particularmente não tinha curtido quando retiraram os patinetes de circulação. Assim como existe carro, que pode ser perigoso, acho que não o poder público não tem o direito de proibir algo por questão de segurança, pois tudo vai da prudência da pessoa em dirigir”, fala.

Questionado sobre a questão da segurança para o uso dos patinetes, o jovem explicou que não gostaria, mas que o pedido do uso de capacetes poderia evitar alguns acidentes.

“A cabeça é sempre algo mais perigoso, sabe? Talvez se obrigassem a usar capacete isso ajudasse nas quedas. Mas eu não gostaria de usar. No entanto, isso poderia gerar até mais empregos na cidade com o comércio de capacetes”, explica.

O CEO da empresa Whoosh, Francisco Forbes, explicou que a empresa também recomenda o uso dos itens, que podem funcionar com o mesmo intuito da proteção com o uso de bicicletas.

“Para pensarmos nisso é sempre bom a gente lembrar de como são as bicicletas, que é o meio de transporte mais parecido com um patinete. Achamos super legal e importante, porém, não é lei, mas a gente recomenda”, cita.

Segundo Forbes, a legislação que rege o uso de patinete é como as de bicicleta, chamada de CONTRAN. De acordo com o CEO, a empresa possui acesso via GPS de onde o usuário roda com o veículo, mas não como ele utiliza aquele aparelho.

Patinetes “largados”

Enquanto a reportagem do ND+ procurava patinetes pelas ruas do centro de Florianópolis encontrou alguns dos veículos no meio de calçadas, longe dos chamados “estacionamentos de patinetes”.

Próximo ao parque da Luz, na região ponte Hercílio Luz, por exemplo, havia apenas um patinete em meio à calçada.

Questionada, uma moradora que pediu para não ser identificada, disse que é comum encontrar patinetes “largados” no meio das ruas. Confira um dos registros:

Patinetes elétricos aparecem largados pela cidade

Imagem mostra patinetes “largados” no Parque da Luz, em Florianópolis – Foto: Ana Schoeller/ND

Questionado o CEO da empresa explicou que atualmente os estacionamentos virtuais estão sinalizados somente nos aplicativos, e que os usuários podem estacionar os patinetes em uma área de até 20 metros destes locais indicados.

“Nas próximas semanas vamos sinalizar esses estacionamentos e diminuir a área, que será de 10 metros, para ajudar a solucionar esse problema”, diz.

Patinetes elétricos na Mauro Ramos, em Florianópolis

Próximo à ALESC alguns patinetes ficam estacionados – Foto: Ana Schoeller/ND

No final da Rua Mauro Ramos, também no centro da cidade, alguns patinetes também estavam estacionados. No entanto, segundo o aplicativo da empresa, aquele não era um ponto oficial de parada.

O local fica em frente à uma lanchonete tradicional. Josiane Jacinto, de 35 anos, trabalha no estabelecimento e conversou com o portal.

“Começaram a deixar os patinetes aqui no domingo, geralmente é a ‘gurizada mais nova’, deixam de qualquer forma aí na frente”, conta.

Forbes explica que a empresa incentiva a população a denunciar o mau uso dos equipamentos, mas fala que a empresa portuguesa enxerga com bons olhos o público da Capital.

“Temos operações em cidades como Lisboa, cidades da Polônia, Santiago no Chile, e nenhuma população foi tão educada quanto a de Florianópolis”, elogia. E continua:

“A gente encoraja as pessoas a denunciarem evidências de mau uso, e temos condições de suspender o usuário. Primeiro, podemos notificá-lo e depois suspendê-lo. Uma das medidas que temos é que nosso patinete chega até 25 km/h e em algumas ruas ele reduz automaticamente para 10 km/h, realmente para ficar mais seguro”, reitera.

Uso para o trabalho

Caetano Cardoso, de 31 anos, é gerente de loja e vai normalmente de bicicleta para o trabalho. Aproveitando o sol, Cardoso decidiu experimentar os patinetes para ir da cabeceira da Ponte Hercílio Luz até o Shopping Beira-mar, onde trabalha. Confira o depoimento:

Caetano Cardoso conta sobre sua ida ao trabalho usando o patinete – Vídeo: Ana Schoeller/ND

Lucas Daniel também concorda que o transporte pode ser usado para trabalho, principalmente para os entregadores pelo que chamou de “baixo custo de uso”. Confira o depoimento em vídeo:

Lucas Daniel fala sobre os patinetes elétricos na cidade e o uso para trabalho – Vídeo: Ana Schoeller/ND

Aumento da frota e expansão da rota

Segundo o CEO da empresa, a Whoosh vai aumentar sua frota de patinetes elétricos em Florianópolis, que hoje conta com 200 patinetes e passará para 1000.

“Até o começo de julho vamos colocar mais 800 patinetes”, promete.

O empresário explica ainda que além do número de patinetes, a empresa vai expandir a disponibilidade de patinete, que hoje está focada apenas no centro da cidade, para regiões da Trindade, próximo à UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Lagoa da Conceição, Capoeiras e Estreito.

Forbes encerra a sua fala lembrando que até o momento a empresa gerou 12 empregos na Capital, mas com a expansão dos serviços tem vagas para chegar a 30 colaboradores em Florianópolis.

As inscrições para as vagas podem ser feitas por meio do site oficial da empresa. Clique aqui e se inscreva. 

A prefeitura de Florianópolis foi buscada para comentar sobre o tema, mas até às 11h17 desta quarta-feira (21) não respondeu aos questionamentos da reportagem. O espaço segue aberto.

 

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