Em Florianópolis, estudantes aprendem ciências e história com impressora 3D

Acompanhar os momentos históricos da humanidade e ainda compreender a importância das células no organismo pode ser um desafio na aprendizagem. Seja pela complexidade das informações e conceitos ou dificuldades em visualizar o contexto, o aprendizado depende da memorização. Mas você sabia que a impressora 3D pode ser uma aliada no processo?

Entre os objetivos criados, o troféu foi um item feito com a impressora 3D na Rede Municipal de Florianópolis 

Entre os objetivos criados, o troféu foi um item feito com a impressora 3D na Rede Municipal de Florianópolis   – Foto: EBM Maria Conceição Nunes/Divulgação/ND

Na Rede Municipal de Florianópolis, algumas unidades já estão levando para a sala de aula a contribuição da tecnologia.

Na Escola Básica Municipal (EBM) Maria Conceição Nunes, no Rio Vermelho, as turmas dos oitavos e nonos anos foram instigadas a entender as Revoluções Burguesas e a corrida espacial com as criações da tecnologia. A ideia foi do professor de história Felipe Salvador Weissheimer.

O objetivo é aproximar o passado do presente, agregando novas experiências e abordagens.

“A materialização de objetos 3D possibilita a aproximação de conteúdos, conhecimentos e artefatos históricos com a realidade dos estudantes, explorando outros significados e percepções sensoriais”, conta o educador.

Os 130 participantes estão com uma nova tarefa, que inclui troféus e medalhas. “Para dois projetos distintos: um campeonato de timeline (jogo sobre cronologia histórica) e um ScapeRoom sobre a ‘Era das Revoluções’ (uma caça ao tesouro com questões sobre o Iluminismo, Independência dos Estados Unidos, Revolução Francesa e Era Napoleônica)”, diz o professor. Enquanto isso, no nono ano a missão são os foguetes espaciais, uma menção à Guerra Fria.

Na EBM José Amaro Cordeiro, a impressora 3D é uma aliada em diversos componentes curriculares. No caso das ciências, o foco são os modelos de células — as eucariontes e procariontes.

“É realmente conseguir que os estudantes se tornem protagonistas das atividades pedagógicas que estão participando, construindo os próprios recursos que serão impressos. Isso envolve o desenvolvimento por parte deles de novas habilidades, de novas responsabilidades e da própria autoestima. Eu acredito que isso é mais importante do que o suporte que os objetos oferecem para a aula”, opina o professor Luciano Kercher Greis, que trabalha na sala maker.

Impressora 3D em outros componentes curriculares

Mas se engana quem pensa que a tecnologia está sendo utilizada apenas para conhecer o corpo humano ou os momentos que ficaram na história.

Na EBM José Amaro Cordeiro, o objeto já é um parceiro em diversas abordagens: na matemática, com conectores para trabalhar sólidos geométricos; em geografia, com os mapas em relevo; e até mesmo no inglês, com o uso dos nomes das manobras do skate e a impressão de pistas.

Indo além, existe uma turma que está criando um jogo colaborativo de tabuleiro. “Ilha da Magia, Guardiões da Natureza” tem o intuito de salvar a cidade da inundação causada pelo descarte irregular do plástico — e as habilidades de cada jogador são inspiradas nas figuras do folclore de Franklin Cascaes.

Por mais que o mundo digital já seja uma realidade dentro e fora da sala de aula, é preciso pensar em uma união significativa.

“O desafio é conseguir trazer contextos de aprendizagem em que a tecnologia utilizada irá agregar valor, sendo efetiva, significativa e facilitadora para os processos de aprendizagem”, explica Luciano.

E há quem enxergue a participação dos educadores como uma etapa essencial.

“Para que essa ferramenta (impressora 3D) seja de fato significativa, os professores precisam mudar sua metodologia, saindo do ensino tradicional (baseado na transmissão de informações), para um modelo mais dinâmico e interativo, no qual seja possível desenvolver atividades manuais (metodologia maker), o famoso ‘mão na massa’”, completa Felipe Salvador Weissheimer.

As Escolas Básicas Municipais Intendente Aricomedes da Silva, Professora Herondina Medeiros Zeferino, Virgílio dos Reis Várzea, Darcy Ribeiro, Osvaldo Machado e Osmar Cunha também já receberam a nova ferramenta.

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