Empresa que teve 28,7 toneladas de barbatanas de tubarão apreendidas em SC diz que estoque acumulou em 3 anos


Maior parte do produto estava em uma pesqueira de Itajaí. Pesca de tubarões é proibida no Brasil, segundo Ibama. Barbatanas de tubarão aprendidas em mega operação em Santa Catarina
Ibama/Divulgação
A empresa responsável pela maior parte das 28,7 toneladas de barbatanas de tubarão apreendidas pelo Ibama em operação realizada nesta semana em Itajaí, Litoral Norte de Santa Catarina, disse que se trata de um estoque formado por “no mínimo, três anos de represamento no processo de exportação”.
O Ibama destacou que a atuação ocorreu por causa de diversas irregularidades cometidas pelas embarcações, “que vão desde a captura com ausência de licença para aquela modalidade de pesca, captura direcionada para tubarões em desacordo com a licença de pesca e pesca proibida com o uso de equipamentos em desacordo com a legislação”.
Em nota, a empresa pesqueira Kowalski disse que “industrializou o pescado e comercializou no mercado interno, sem que houvesse qualquer óbice. O subproduto do pescado (barbatanas) não consumido no Brasil foi direcionado para exportação, conforme requerimentos que datam o ano de 2021”, diz a Kowalski.
Segundo a empresa, o escoamento do produto foi inviabilizado “por ausência de formalização dos instrumentos recomendados por organização internacional”, gerando o estoque aprendido (veja nota completa abaixo).
Barbatanas de tubarão aprendidas em mega operação em Santa Catarina
Ibama/Divulgação
O balanço da operação, que começou em janeiro, foi divulgado pelo órgão na segunda-feira (19). Na ocasião, o instituto informou que foram encontradas barbatanas dos tubarões azul e anequim, também conhecidos como Mako, que entrou na lista de animais ameaçados em extinção em 22 de maio.
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Ibama apreende 28,7 toneladas de barbatanas de tubarão e estima morte de 10 mil animais
A pesca direcionada para tubarões, conforme o Ibama, é proibida no Brasil. Por isso, a suspeita é a de que as embarcações usadas para a captura dos animais “valiam-se de licenças de captura de outras espécies de peixe e atuavam com índices acima de 80% da carga permitida”, disse o Ibama.
As embarcações também deixaram de utilizar medidas obrigatórias para evitar a captura e morte de aves marinhas, o que acaba por causar milhares de mortes de aves, sendo algumas de espécies consideradas ameaçadas de extinção, disse o órgão.
O quantitativo apreendido representa a morte estimada de 10 mil indivíduos de tubarões, conforme informou o instituto.
Ibama apreende 28,7 toneladas de barbatanas de tubarão e estima morte de 10 mil animais
O que diz a empresa
A empresa COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE PESCADOS KOWALSKY LTDA., vem a público, através de seus advogados, esclarecer a notícia veiculada sobre a comercialização de subprodutos de cação, dando conotação absolutamente equivocada a população de se tratar de crime ambiental.
A empresa Kowalsky dedica-se a industrialização de pescados para comércio nacional e internacional, possuindo registro no Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, Ibama e demais órgãos públicos voltados a atividade pesqueira, motivo pelo qual é constantemente fiscalizada.
Todo o pescado que adentra em suas instalações passa por rigorosa inspeção por equipe técnica treinada, com analises documentais de origem e procedência, bem como analises de qualidade e identidade de matéria-prima.
Desta forma, a empresa garante que as espécies quando recepcionadas NÃO SE ENCONTRAVAM COM AMEAÇA DE EXTINÇÃO ou qualquer outra restrição.
As embarcações que promoveram as respectivas capturas possuíam Autorização de Pesca para tais espécies, cumprindo sua obrigação de informar o Ministério da Pesca todas as capturas, locais e horários.
Outrossim, a empresa industrializou o pescado e comercializou no mercado interno, sem que houvesse qualquer óbice. O subproduto do pescado (barbatanas) não consumidas no Brasil foram direcionadas para exportação, conforme requerimentos que datam o ano de 2021.
Ao contrario dos demais países exportadores, o Brasil representado pelo IBAMA, por ausência de formalização dos instrumentos recomendados por Organização Internacional, inviabilizou o escoamento do produto, culminando no estoque presenciado e noticiado.
Portanto, trata-se de um estoque formado por no mínimo 03 anos de represamento no processo de exportação.
Ademais, todo o estoque existente assim como toda a documentação necessária para comprovação de origem, processamento e destino são comunicados aos órgãos de fiscalização e principalmente ao IBAMA, qual possui em seu poder tais informações desde 2021.
Destaca-se também que o produto encontra-se apreendido desde o inicio do ano e não recentemente como noticiado. E desde sua apreensão a empresa não foi informada dos reais motivos ou de qualquer indicio de irregularidade.
Isto posto, a empresa Kowalsky garante que não recepcionou qualquer exemplar de cação anequim a partir de maio de 2023, quando incluído na lista de espécies ameaçadas. Garante também que o cação azul recepcionado na empresa não encontra-se incluído em lista de espécies ameaçadas.
A empresa tem certeza que o que foi narrado de forma absurda e descontextualizada por alguns agentes do IBAMA não parte de uma analise técnica interministerial e por isso tomará as medidas judiciais cabíveis para a justa retratação.
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