Entrevista: Arthur Chaves fala sobre carinho pelo Avaí e 1ª experiência no futebol europeu

“Quando eu era criança, colocava a cabeça no travesseiro e sonhava em jogar no profissional do Avaí. Consegui realizar esse sonho. O sentimento é sempre de gratidão”. A fala é do zagueiro Arthur Chaves, de 22 anos, cria das categorias de base Leão da Ilha.

Arthur Chaves completou a primeira temporada no futebol de Portugal - Académico de Viseu/Divulgação/ND
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Arthur Chaves completou a primeira temporada no futebol de Portugal – Académico de Viseu/Divulgação/ND

Arthur Chaves completou a primeira temporada no futebol de Portugal - Académico de Viseu/Divulgação/ND
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Arthur Chaves completou a primeira temporada no futebol de Portugal – Académico de Viseu/Divulgação/ND

O jogador, que chegou ao Avaí com 11 anos de idade, deixou o clube durante a Série A do Campeonato Brasileiro de 2022 rumo ao futebol de Portugal, onde fez boa temporada pelo Académico de Viseu.

Apesar da distância, a equipe azurra segue no coração do zagueiro. De férias em Florianópolis, ele concedeu entrevista ao Arena ND+, onde falou sobre a primeira experiência no futebol europeu e, claro, a relação que ainda mantém com a equipe catarinense.

Números de Arthur Chaves no futebol português:

  • 35 jogos (todos como titular)
  • 3.180 minutos
  • 1 gol
  • 89,4% dos passes certos (1484)
  • 54,5% dos duelos ganhos (574)
  • 217 interceptações
  • 348 recuperações de bola

Confira a entrevista na íntegra:

Arena ND+: Como foi a experiência desta primeira temporada completa no futebo europeu?

Arthur Chaves: Logo que chegou a oferta no ano passado eu fiquei muito feliz. É importante para o jogador se sentir valorizado. A adaptação foi bastante tranquila. Nos primeiros jogos, claro, senti a diferença do que estava vivendo na Série A no Brasil. Tem uma diferença técnica e tática, mas logo consegui me adaptar bem.

Viseu chegou próximo do acesso à primeira divisão – Foto: Académico de Viseu/Divulgação/ND

Por favor, explique mais sobre as principais diferenças do futebol de lá

Eu sempre comparo muito a Série B de lá [Portugal] com a daqui [Brasil]. Os jogos são muito físicos, tem muito contato, às vezes é aquela coisa de ter um centroavante grande e usar bola longa. Claro que há alguns clubes diferentes, o nosso time jogava com a bola no chão, por exemplo.

Como o torcedor do Viseu lida com o clube?

Lá é uma cidade pequena com 80 mil habitantes, comparando com a do Avaí, a daqui é maior, mais barulhenta. Mas lá é uma torcida que abraçou muito o time nessa temporada. Eu mesmo me senti abraçado pela cidade desde que cheguei.

Jogador esteve na sede do Grupo ND – Foto: NDTV/Reprodução

Como é o recebimento aos jogadores estrangeiros?

Eu fui extremamente bem recebido. Tem eu e mais seis brasileiros no elenco. Alguns portugueses, inclusive, parecem brasileiros. Eles tentam falar igual a gente, fazem piadas. Alguns termos a gente acaba estranhando, apesar de o idioma ser semelhante. No início tive que cutucar o colega para entender o que uma determinada palavra significava.

Como está sendo morar em outro país?

É um pouco diferente. Aqui a gente acorda todo dia e vê o mar, a praia. Lá eu acordo e vejo montanhas. Da minha cidade consigo ver a Serra da Estrela, que é onde neva em Portugal, é um pouco diferente, mas logo você consegue se adaptar. Comentei com amigos que logo que cheguei em Florianópolis, no aeroporto já consegui sentir aquele cheiro de maresia e pensei: “estou em casa”.

Como foi a experiência de ter enfrentado o Porto, um dos principais clubes da Europa, na Taça da Liga?

Foi sensacional. Principalmente pelo fato de o Pepe estar do outro lado. Ver ele reclamando com o árbitro, o posicionamento dele em campo, a gente aprende muito. Fomos realmente muito longe na competição, foi uma pena termos perdido para o Porto.

Qual o legado que o Avaí deixou para a sua carreira?

Eu sou extremamente grato ao Avaí, passei 10 anos lá. Foi lá que eu aprendi a jogar futebol, a ser quem eu sou. Não tenho nem palavras para descrever o sentimento que tenho pelo clube, não só como torcedor, mas como pessoa, com gratidão aos funcionários com que convivi todos esses anos.

Arthur Chaves durante o jogo contra o Internacional em 2022 – Foto: Beno Kuster / Avaí FC / ND

Qual sua principal lembrança do Avaí?

Sem dúvida o acesso à Série A em 2021. É interessante porque eu sempre via a invasão de campo de fora. Quando acabou o jogo, da maneira que foi, de virada, ver aquilo tudo de dentro de campo foi indescritível.

O quanto Eduardo Barroca foi importante no seu desenvolvimento na Série A do ano passado?

Eu sou extremamente grato ao professor Eduardo Barroca. Eu tinha 21 anos na época, ele me deu muita confiança para jogar. Como qualquer pessoa, cometemos erros e mesmo quando eu errava, ele me colocava no jogo seguinte. Isso nos dá confiança. Tive a sorte também de jogar com jogadores experientes como Bressan, Cortez, Bruno Silva e Vladimir. Isso também te ajuda a lidar com situações mais duras.

Qual é o sentimento do Arthur torcedor?

Acompanhei e torci todos os jogos possíveis no ano passado, mandava mensagem para os amigos que estão aqui, mandei mensagens de incentivo. A minha relação com o clube é maravilhosa. Todos os funcionários me recebem muito bem, desde o porteiro até o presidente. Quando eu era criança, colocava a cabeça no travesseiro e sonhava em jogar no profissional do Avaí, consegui realizar esse sonho.

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