Novo futuro: Cidade do Conhecimento, em Criciúma, quer mudar o conceito de morar e trabalhar

Um projeto de urbanização da região sul da cidade de Criciúma onde, numa área de 70 hectares, algo diferente vai surgir. Um espaço onde seja possível trabalhar, estudar, aprender, inovar e se divertir em um único lugar. Mas, que seja também, sustentável na geração de energia, emissão zero de carbono e reutilização de água da chuva. A Cidade do Conhecimento começou a ser planejada há cerca de 17 anos, visando um futuro até então desconhecido.

Novo futuro: Cidade do Conhecimento, em Criciúma, quer mudar o conceito de morar e trabalhar

Empreendimento está instalado em uma área de 70 hectares em Criciúma – Foto: Reprodução

“A gente começou isso lá em 2006 e a gente não sabia onde ia estar hoje. Então, se a gente olhar para os próximos cinco anos a gente também não sabe. O que a gente sabe é que este ano a gente vai desenvolver mais parcerias, mais negócios inovadores, formar pessoas e desenvolver inovação que é o propósito do projeto”, explica Gustavo de Lucca, coordenador da Cida do Conhecimento.

A SATC (Sociedade Assistência aos Trabalhadores do Carvão) é quem está movendo todas as forças para fazer surgir a Cidade do Conhecimento. Para isso, foi atrás de parceiros daqui e do exterior. Uma empresa de Israel, especialista em inovações globais, com iniciativas no Panamá, China e Europa veio a Criciúma para avaliar o projeto que se quer implantar na cidade. Deu certo, e hoje eles são mais um braço dessa engrenagem.

Uma parceria forte e importante explica o presidente da ABCM (Associação Brasileira de Carvão Mineral). “Essa empresa trouxe o modelo e avaliou que era possível nós fazermos a mesma coisa aqui e já está rodando. Já temos hoje contato de empresários com Israel, missões foram feitas, enfim, está andando essa parceria importante com Israel. Israel que é o país da inovação”, ressalta Fernando Zancan.

Hoje nas estruturas da SATC já há pesquisas, startups, coworking que representam a primeira fase de um dos maiores projetos da Satc em seus mais de 60 anos de história, representam o nascimento de algo inovador para Criciúma e para Santa Catarina.

Escritório responsável pelo projeto foi escolhido em competição nacional – Foto: Reprodução

Recentemente, o projeto da Cidade do Conhecimento entrou em uma segunda fase onde novas instalações serão erguidas para ampliar as atividades de inovação empresarial. Um espaço já foi escolhido para receber um edifício de dois mil metros quadrados a partir de uma ideia inovadora de construção.

O arquiteto responsável conta que será uma obra onde será levado em consideração a preservação ambiental. “Hoje um metro cúbico de concreto emite na natureza uma tonelada de CO2 e um metro cúbico de madeira engenheirada, a floresta sequestra da natureza uma tonelada de CO2. Proporção de um para um, então, gente está falando de um material que além de ser benéfico, renovável, ainda sequestra CO2 da natureza”, destaca Wilson Sbardelotto.

A escolha do escritório de arquitetura que irá comandar o projeto do novo prédio da Cidade do Conhecimento foi por meio de uma competição nacional. Profissionais de todo Brasil apresentaram projetos de uma arquitetura sustentável. Wilson Sbardeloto, vencedor com a melhor proposta, agora terá a responsabilidade de ser o agente transformador nessa mudança.

“A nível nacional este projeto vai ser revolucionário, vai ser um projeto de vanguarda tanto pelas questões de sustentabilidade, emissão de carbono, autossuficiência em energia. Vai ser um projeto maravilhoso para a região, para Criciúma, para Cidade do Conhecimento e para o Brasil todo”, explica Wilson.

Cidade do Conhecimento e Transição Energética Justa

Após este novo edifício, também, serão projetos um hotel, apartamentos residenciais, áreas de lazer e infraestrutura de conexão com um centro de eventos. São ideias para uma cidade que faz parte de um projeto grandioso de transformação que está diretamente ligado ao processo de transição energética justa que acontece no Brasil e em Santa Catarina e que deve mudar a indústria do carvão.

Projeto prometo prosperar “novas profissões, novos negócios, novas ideias para um universo” – Foto: Reprodução

“Grande diferencial da região sul é a questão da lei de transição energética justa. A gente precisa unir esforços: poder público, iniciativa privada, academia, enfim, todos esses atores do ecossistema para tirar máximo proveito possível desse grande diferencial que Santa Catarina tem que é a lei federal e a estadual de transição energética”, ressalta Marcelo Fett, secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O prefeito de Criciúma, destaca o trabalho da Satc, nesse processo de construção da Cidade do Conhecimento. “Agora nesse processo de transição energética justa a Satc dá esse pontapé, que não é o primeiro, para trazer uma cidade do conhecimento e o poder público municipal não vai ficar distante, muito pelo contrário, nós faremos parte dando apoio institucional e todo o apoio logístico, como a mobilidade”, destaca Clésio Salvaro.

Será uma mudança que irá fazer nascer novas profissões, novos negócios, novas ideias para um universo novo que vai encontrar na Cidade do Conhecimento a estrutura necessária para se desenvolver.

“O projeto da cidade do conhecimento faz parte da transição energética justa, a gente está numa região onde a base é o carvão e a gente precisa repensar essa indústria porque ela não vai parar de usar o carvão, mas precisa dar fins mais nobres para ele. E isso é sustentabilidade, é pensar no futuro, no planeta. Então, para isso a gente lançou um concurso de um prédio sustentável e a gente conseguiu. Agora é dar o próximo passo para tentar construir e fazer isso virar realidade”, comenta Gustavo.

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