Filhotes de raias em perigo de extinção nascem e passam a viver em aquário com a mãe em Balneário Camboriú

Eles são raias-manteiga e haviam sido transferidas para setor extra do local para ficarem sob avaliação profissional. Espécie é classificada como criticamente em perigo pelo ICMBio. Filhotes de raias-manteiga são soltos em aquário em Balneário Camboriú
Filhotes de raia-manteiga, espécie avaliada como criticamente em perigo de extinção, nasceram e passaram a viver, na sexta-feira (21), com a mãe em um aquário em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina. Quando eram recém-nascidas, elas estavam em outro setor na mesma cidade, para serem acompanhadas por biólogos e veterinários.
A espécie tem nome científico Gymnura altavela e aparece no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).
A reprodução da raia ocorreu no aquário e a mãe grávida foi levada para um outro setor para ter acompanhamento pelos biólogos e veterinários. A espécie é vivípara, ou seja, tem fecundação interna, desenvolvimento e gestação dos filhotes dentro do útero da mãe, explicou o biólogo Federico Armani, do Oceanic Aquarium. Ela também dá à luz filhotes vivos, não há ovos.
Eles nasceram em outubro de 2022. Foram nove filhotes, seis machos e três fêmeas. O maior deles, uma fêmea, nasceu com 157 gramas e atualmente tem 714 gramas e 58,5 centímetros, com ferrão e cauda, conforme o aquário.
Filhote de raia-manteiga é solto em aquário de Balneário Camboriú
Divulgação
O menor filhote é um macho, que nasceu com 70 gramas. Atualmente, pesa 294 gramas e mede 41 centímetros.
Durante o tempo em que os filhotes ficaram no setor extra, tiveram acompanhamento do crescimento, foram avaliados periodicamente, medidos e pesados. As fêmeas foram levadas para o mesmo aquário onde está a mãe.
O transporte dos animais é feito através de tanques menores e acompanhado por veterinários e biólogos.
Filhote de raia-manteiga sendo pesado em Balneário Camboriú
Divulgação
Os machos continuaram no setor extra. Os biólogos do Oceanic Aquarium esclareceram que, posteriormente, eles serão levados para outro aquário, para evitar a reprodução entre irmãos.
No aquário, as raias, junto com os tubarões e as moreias, ficam em água salgada.
A espécie
A raia-manteiga costuma se esconder na areia. A gestação é de, em média, seis meses. A espécie se alimenta geralmente de moluscos.
Exame de ultrassom em raia-manteiga em Balneário Camboriú
De acordo com o ICMBio, a raia-manteiga pode ser encontrada irregularmente distribuída em águas tropicais e temperadas do oceano Atlântico. No país, é mais comum no litoral das regiões Sul e Sudeste.
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O forte declínio do número de indivíduos da espécie no Brasil é atribuído à pesca de arrasto intensa durante todo o ano nas águas costeiras, segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.
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