Casos de chikungunya explodem em SC com salto de 200% em 2023

Santa Catarina registrou um crescimento de 200% nos casos de chikungunya, neste ano. Segundo dados da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), foram confirmados 18 casos no Estado em 2023, contra seis no mesmo período do ano passado. Diante do aumento, o órgão emitiu um alerta.

A chikungunya, transmitida por esse vetor, pode levar a dores articulares crônicas – Foto: Freepik/Reprodução

“Ainda não é uma situação alarmante. O alerta veio porque estamos monitorando e teve um aumento de casos do ano passado para este, e tivemos um município que teve casos autóctones (contraído dentro no município)”, explica a gerente de zoonoses da Dive, Ivânia Folster.

Além do vírus da doença estar presente em Santa Catarina, o Estado também enfrenta um aumento grande nos casos da dengue, sendo que o transmissor das duas doenças é o mosquito Aedes aegypti.  “A chikungunya também pode se tornar um caso grave, também pode matar”, alerta a profissional.

Por conta disso, ela recomenda que as pessoas fiquem atentas aos sintomas. Alguns deles são: febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas.

A gerente de zoonoses explica que a chikungunya é uma doença diferente da dengue, pois as pessoas ficam por mais tempo doentes, além de poder haver sequelas. “Por conta disso, precisamos ficar ainda mais atentos a essa doença”, destaca.

Ivânia ressalta que todas as pessoas são suscetíveis a serem infectadas com a doença se expostas. Contudo, as pessoas com comorbidades, idosos, gestantes e crianças devem ter a atenção redobradas, por já pertencem a grupos de riscos.

Situação da chikungunya em SC

O boletim da Dive leva em conta os casos comunicados de janeiro até 17 de abril. No total, já foram notificados 299 casos da doença. Além dos 18 diagnósticos positivos, há 137 em investigação e outros 144 que foram descartados.

Dos pacientes diagnosticados com a chikungunya, quatro contraíram a doença no Estado, sendo que três são moradores de Bombinhas e um de Florianópolis. Outros oito casos foram importados, ou seja, contraídos fora de Santa Catarina, sendo seis contraídos em Minas Gerais e dois na Bahia. Há ainda outros seis em que é investigado o local da transmissão.

De acordo com a Dive, foram identificados 32,1 mil focos do mosquito Aedes aegypti transmissor da doença, em 224 municípios, neste ano. Apesar disso, houve uma diminuição de 10,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo Ivânia, a presença do mosquito transmissor da doença, aliado ao fato do vírus já ter sido encontrado no Estado, são fatores que contribuem para o aumento de casos de chikungunya em Santa Catarina.

Por isso a profissional ressalta que é importante combater os focos do mosquito para evitar a proliferação.  “Não há um descontrole, mas o mosquito está presente nos municípios, por isso precisamos eliminar esses criadouros, para diminuir essa população de mosquito, e assim conseguir diminuir a incidência dessas doenças”, reforça.

Prevenção

Conforme a Dive,  “a melhor maneira de evitar as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é eliminar locais com água parada”. É necessário vistoriar, pelo menos uma vez por semana, locais onde possam acumular o líquido.

“A fêmea do mosquito deposita seus ovos nas paredes internas de recipientes que tenham ou que possam acumular água. O ciclo do mosquito acontece em aproximadamente sete dias. Por isso, é tão importante verificar semanalmente esses locais”, explica o órgão.

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