‘Questão de saúde pública’: conheça mulheres de SC que atuam no combate à violência de gênero

Somente no primeiro trimestre de 2023, 19 mulheres foram vítimas de feminicídio em Santa Catarina, segundo dados do TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina). No mesmo período, 7.484 mulheres realizaram o pedido de medidas protetivas e 331 foram vítimas de estupro no Estado.

Foi pensando em combater esses números que surgiu o Movimento Vida Mulher, um movimento da sociedade civil criado para promover maior sinergia entre a área da saúde e as políticas de enfrentamento à violência contra a mulher.

Vida Mulher é um movimento da sociedade civil criado para promover maior sinergia entre a área da saúde e as políticas de enfrentamento à violência contra mulher – Foto: Divulgação/ND

O Movimento foi criado em 2022 por cinco mulheres formadas na área da saúde: Giovana Gomes Ribeiro, Adriana Coelho, Giovana Menegotto, Ana Raquel Girsas e Graciella Schmidt.

“Após um feminicídio envolvendo um colega da área de enfermagem, um grupo de médicas e outros profissionais da área da saúde decidiram por criar um movimento,  cujo objetivo era conhecer a legislação e as políticas institucionais de proteção envolvendo mulheres em situação de violência”, explica Giovana Gomes Ribeiro, médica reumatologista.

Aos poucos outros profissionais como advogadas, jornalistas, administradoras, psicólogas, juízas e pedagogas foram participando e agregando conhecimento e energia ao movimento. Atualmente, cerca de 100 pessoas participam do Vida Mulher.

O Movimento busca divulgar programas estabelecidos em combate à violência contra as mulheres, articular a distribuição de materiais informativos e fomentar ações para que os profissionais de saúde estejam preparados para amparar mulheres com sensibilidade e assertividade.

“Não há um profissional específico com esta formação. Por isso, conhecer a legislação e rede de apoio e proteção a essa mulher em situação de violência é tão importante”, diz Giovana.

Problema de saúde pública

Para Giovana, o Movimento Vida Mulher permitiu que ela saísse da sua zona de conforto para lutar ativamente contra a violência de gênero.

“Eu saí da posição de ficar apenas reclamando como se nada estivesse sendo feito, para uma posição muito mais ativa, conhecendo e contribuindo efetivamente para as mulheres e famílias nessa situação”, diz.

Número de vítimas de feminicídio entre janeiro e março. – Foto: Núcleo de Estatística e Análise Criminal de SC/Divulgação/ND

Para reverter essa situação, o Movimento Vida Mulher conta com parceiros como o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) e OAB de Santa Catarina.

“Temos auxiliado em projetos e iniciativas importantes nesse sentido, junto às instituições públicas que há anos trabalham incansavelmente para reverter esta triste situação”.

“Nós, da área da saúde, encaramos a questão da violência contra a mulher como um importante problema de saúde pública”, finaliza a médica.

A rede de acolhimento e medidas legais a serem adotadas pelas mulheres em situação de violência será pauta do próximo encontro do Movimento Vida Mulher, que acontecerá no dia 4 de maio na ACM (Associação Catarinense de Medicina), em Florianópolis.

Outras informações e a programação podem ser acessadas pelo site do evento.

Para denunciar casos de violência contra a mulher em Santa Catarina ligue 181.

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