Grupo de célula neonazista internacional preso em SC é solto com tornozeleira eletrônica

O grupo suspeito de integrar uma organização internacional neonazista preso em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, foi solto mediante o uso de tornozeleira eletrônica concedida pela Justiça.

Grupo neonazista preso em SC é solto com tornozeleira eletrônica – Foto: PMSC/Divulgação/ND

Na decisão, o magistrado Elleston Lissandro Canali, da Vara Criminal da Região Metropolitana da Comarca da Capital, afirmou que “não se pode supor que os acusados iriam colocar em prática algum plano macabro contra quem quer que seja” e que o discurso de ódio “não ultrapassou o campo das ideias”.

O despacho desta sexta-feira (7) determinou, porém, que os oito acusados cumpram de uma série de medidas cautelares, como comparecimento quinzenal à Justiça para informar e justificar suas atividades; proibição de frequentar reuniões, bares, festividades públicas, casas noturnas ou quaisquer outros lugares onde possa ter contato com pessoas ou objetos dos crimes apurados no autos.

A decisão também proíbe os réus de manter contato com os demais acusados e de se ausentar da comarca de seus domicílios, além de não sair de casa à noite nem nos dias de folga.

“Personalidade doentia”

Apesar do magistrado considerar as condutas dos réus reprováveis, “fruto de uma personalidade até doentia”, as medidas cautelares mais severas a serem adotadas seriam as cautelares.

“Por mais ignóbil que possa ter sido a ação desempenhada pelos acusados em torno dessa causa criminosa, imoral e, por assim dizer, fruto de uma personalidade mal formada e até doentia, não se pode usar da prisão preventiva para simplesmente antecipar uma punição, antes mesmo de se propiciar, mediante regular contraditório, o exercício da ampla defesa”, afirma.

O juiz acrescentou que “não há provas seguras capazes de convencer este Juízo acerca da existência de perigo gerado pelo estado de liberdade dos imputados, requisito esse imprescindível ao decreto prisional”.

Armas de fogo e produção de material neonazista

O inquérito policial revelou que a célula que se reunia em um sítio usava coletes e peças réplica de uniforme nazista para a realização de treinamento com armas de fogo e discussão sobre ideário antissemita.

De acordo com a Polícia Civil, foram achados tambpem vídeos dos encontros entre os integrantes que mostravam a produção de material para divulgação do neonazismo e porte de arma de fogo ilegal.

Canali comentou sobre as fotografias e itens encontrados com o grupo na decisão mas, segundo ele, “não se pode supor que os acusados iriam colocar em prática algum plano macabro contra quem quer que seja”.

“Veja-se que há mensagens trocadas em 2016, em 2019, em 2021, em 2022, e não há qualquer menção, no aditamento à denúncia, quanto a um dos acusados ter praticado atentado criminoso contra alguma pessoa por questões relacionadas à discriminação racial. Então, ao que parece, até o presente momento, não se ultrapassou o campo das ideias”, frisou.

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