Kaká Werá vence o Jabuti em ano que celebra suas três décadas de literatura indígena

E quem disse que não viria um Jabuti para Floripa? Escritor, ambientalista e ativista das causas indígenas Kaká Werá, que reside em Florianópolis, é o organizador do livro “Apytama – Floresta de Histórias” que foi o vencedor na categoria “Melhor Livro Juvenil” do Prêmio Jabuti, anunciado na terça-feira, pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), em São Paulo.

É mais um reconhecimento no ano em que Kaká celebra suas três décadas de literatura.

Kaká Werá (de camiseta e calças bege) entre o diretor de cinema Tukumã Kunkuro e o escritor Daniel Munduruki, a editora Maristela Petilli e o escritor Cristino Wapichana, na cerimônia do Prêmio Jabuti, em São Paulo. – Foto: Reprodução/Instagram

Apytama” reúne uma série de textos, entre contos, poesias, crônicas e ensaios, de autores de diferentes etnias brasileiras, como o próprio Kaká, além de Daniel Munduruku, Cristiano Wapichana, Márcia Kambeba, entre outros. A publicação saiu pela Editora Moderna com ilustrações do artista Digo Cardoso, de Chapecó.

Kaká Werá é uma das grandes vozes e escritas da cultura indígena na literatura contemporânea. Em agosto desse ano, durante o CONFLUIR Festival Multicultural, em Florianópolis, ele lançou dois livros (“Tekoa – A Arte do Bem Viver” e “Corre Cotia”) e que celebram uma carreira literária e ativista de três décadas e reconhecida pela ONU e até pelo Dalai Lama.

Kaká Werá celebra 30 anos de pioneirismo na literatura indígena

Pertencente ao povo Tapuia, Kaká Werá é educador, terapeuta e escritor. Conhecido por suas obras literárias que promovem a cultura indígena, abordando questões ambientais e espirituais.

Desde sua estreia literária com “Todas as Vezes que Dissemos Adeus” em 1994, ele publicou 16 obras, algumas premiadas no Brasil e traduzidas internacionalmente. Além de escrever, Kaká recebeu prêmios internacionais por seu trabalho como empreendedor social. Ele participa de conferências globais, onde discute temas como espiritualidade, literatura, ecologia e valores humanos.

Eu conheci a obra de Kaká no final dos anos 1990 quando ele lançou o seu segundo livro “A Terra dos Mil Povos: História Indígena do Brasil Contada por um Índio”. Desde então ele se tornou uma das vozes, textos e ideias mais necessárias no mundo e especialmente sobre a questão indígena no Brasil.

Com o prêmio de kaká, são três Jabutis para Santa Catarina nessa edição. O escritor e ilustrador blumenauense Guilherme Karsten levou os prêmios nas categorias “Melhor Livro Infantil” e “Melhor Ilustração” com a obra “Cabo de Guerra“, produzida em parceria com Ilan Brenman. E ainda teve “Vão“, livro do escritor Walter Maldonado, de Florianópolis, entre os cinco melhores do ano na categoria “Romance Estreante”.

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