Estudo revela que 82,1% das mulheres foram vítimas de assédio no local de trabalho

Um grupo que busca fortalecer a voz feminina, a Women in Growth, realizou uma pesquisa com suas participantes para entender como a figura da mulher evoluiu no mercado de trabalho. A pesquisa visou mostrar as dificuldades enfrentadas pelas mulheres, incluindo assédio, a irregularidade de salários e preconceitos.

82,1% das mulheres foram vítimas de assédio no local de trabalho

Somente 23,9% delas denunciariam qualquer tipo de abuso cometido por outras pessoas, as demais, 76,1% responderam que pensariam ou que não fariam nada além se calar – Foto: Pexels/Divulgação/ND

Os resultados revelaram que 82,1% das entrevistadas já sofreram algum tipo de assédio no ambiente corporativo, e 97% conhecem outra mulher que também sofreu assédio. Além disso, 88,1% das participantes já foram vítimas de preconceito por serem mulheres e tiveram sua capacidade questionada.

Quando perguntadas se denunciariam abusos ou assédios no ambiente de trabalho, apenas 23,9% disseram que denunciariam, enquanto as demais, 76,1%, responderam que ficariam em silêncio ou pensariam em outras ações a serem tomadas.

Insultos e ataques verbais

Uma das participantes da pesquisa, que preferiu não se identificar, compartilhou sua história para encorajar outras mulheres a lutar por seus direitos. Ela relatou ter sofrido vários tipos de abuso no ambiente de trabalho, desde aqueles considerados socialmente aceitáveis até os mais graves.

Segundo ela, um exemplo comum era ter um homem interrompendo sua fala e assumindo a autoria de suas ideias. Ela também havia sido alvo de insultos e ataques verbais em reuniões com os diretores da empresa, que questionavam sua competência. Um dia, ela decidiu começar a gravar essas reuniões e, finalmente, tomou medidas legais contra a empresa por assédio moral.

“Já escutei calada diversas vezes. Falas altas e agressivas em reuniões, principalmente, com os diretores da empresa, dizendo o quanto eu era incompetente em frente a certas funções. Certo dia, comecei a gravar as reuniões onde a minha competência era pauta, assim, decidi não me calar mais uma vez e processar a empresa por assédio moral. Acredito que as mulheres não precisam mais se calar”, relembra.

Assédio e salário menor

“Ao analisarmos a pesquisa, descobrimos que, 23,1% das mulheres que participaram da entrevista ganham menos que homens na mesma função, simplesmente por serem muheres”, desabafa Carolina Zaccaro, uma das fundadoras do Women in Growth.

Dia após dia, as mulheres ainda precisam lutar por respeito, igualdade e equidade, apesar de assumirem diversas funções.

“Seguimos lutando diariamente para mostrar que somos capazes, inteligentes, que podemos sim ocupar cargos de liderança, formar uma família, se esse for nosso sonho, e não deixaremos de ser uma profissional dedicada”, conclui Marina Andrioli, também fundadora do grupo.

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