Mulheres serão maioria na medicina até 2035, aponta estudo

Os dados divulgados pela Demografia Médica no Brasil de 2023 apontam que a partir do ano que vem a maioria das especialidades médicas será atendida por  mulheres.

Atualmente, cerca de 10.187 mulheres são médicas em Santa Catarina e 288.673 no Brasil, segundo um levantamento do CFM (Conselho Federal de Medicina). O estudo ainda indica que, até 2035, o país terá mais de um milhão de médicos em atividade no país.

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Estudo aponta que mulheres serão maioria na medicina – Foto: Freepik/ND

“O estudo já indicava nas edições anteriores que haveria uma proporção maior de mulheres na medicina. Mesmo não existindo políticas de incentivo exclusivas para mulheres, elas estão conquistando seus espaços em uma das áreas mais concorridas do país”, disse Júlia De Castilho Lázaro, especializada em gestão financeira para empresas da área de saúde.

Em 2009 já existiam cerca de 133 mil médicas no país, em 2022 esse número dobrou e já somava 260 mil. Já o número de médicos cresceu 43%, índice que é inferior ao do gênero feminino.

Essa projeção também revela que, entre 2023 e 2025, o crescimento previsto entre as médicas será cerca de 118%, enquanto, entre os homens, será de 62%.

O estudo ainda indica que até 2035, 85% dos médicos e médicas do país terão entre 22 e 45 anos de idade. Desses, 70% das mulheres terão até 40 anos, enquanto 60% dos homens terão essa faixa de idade.

Evolução ao decorrer dos anos

A presença das mulheres na carreira médica começou a crescer no último século. Conforme o relatório, em 1910 eram 77,7% homens e 22,3% mulheres.

A presença masculina se amplia até 1960, quando chega a 87%, e as mulheres se limitam a 13%. A partir dos anos 1980, as mulheres ampliam sua participação e passam de 23,5% para 46,6%, em 2020.

A desigualdade na distribuição

Independente da proporção de gênero na medicina, tudo indica que a desigualdade entre médicos alocados pelo país continuará sendo uma questão na saúde pública.

O desequilíbrio geográfico de médicos é um problema mundial. Aqui no Brasil a escassez se concentra nas cidades afastadas dos grandes centros urbanos e nas periferias, notadamente nas regiões Norte e Nordeste.

O estudo aponta que nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, além do Distrito Federal, terão mais médicos por mil habitantes do que a taxa mundial. Nesses estados, estarão concentrados mais de 70% do total de médicos do país.

Em outra perspectiva, os estados da região Norte e o Maranhão deverão possuir menor densidade, abaixo da metade da taxa nacional. Essas regiões possuirão menores densidades, abaixo da metade da taxa nacional, com um total de 5% dos médicos.

“Essa desigualdade regional acende uma luz sobre a necessidade urgente de políticas públicas que ajudem a minimizar o déficit dos profissionais e equipes de saúde em áreas tão desprovidas de assistência”, reforça Júlia.

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