Cães de portes diferentes podem cruzar? Filhotes de Golden Retriever com Shih Tzu viralizaram em 2024


Cachorra de 45 kg engravidou enquanto a família de Joinville estava em uma viagem de férias. Caso viralizou na web. À esqueda, golden retriever Nina com os filhotes; à direita, o pai deles
Mirele Fotografia/ Divulgação e Arquivo pessoal
O ano de 2024 foi atípico para os tutores de uma golden retriever de Joinville, no Norte de Santa Catarina. Eles descobriram que a cachorra de 45 kg engravidou de um shih tzu, cão de porte pequeno, enquanto a família estava em uma viagem de férias. A história foi parar nas redes sociais e viralizou (relembre mais abaixo).
Os nove filhotes de Nina, como é chamada a cachorra, nasceram saudáveis e, nesta quarta-feira (1º), completam 3 meses e 12 dias.
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Com a repercussão do caso na época, internautas começaram a acompanhar as publicações da tutora nas redes sociais, observando o crescimento dos filhotes e se divertindo com a história.
Alguns, no entanto, passaram a questionar se a cruza entre cães de tamanhos diferentes exige mais atenção dos tutores.
Ao g1, a veterinária Bárbara Barbi de Freitas afirmou que sim, sobretudo quando a fêmea é muito menor do que o macho – diferente de situações como a de Nina, que tendem a gerar menos preocupação (veja mais abaixo).
Nove filhotes nasceram da cruza entre uma golden retriever e um shih tzu em SC
Arquivo pessoal/Divulgação
Cuidados
Coordenadora do curso de Medicina Veterinária da UniSociesc, Bárbara afirma que, em casos de machos maiores que as fêmeas, há risco de formação de fetos grandes demais para a estrutura da mãe, colocando em risco a vida dela e dos filhotes.
💡Ela destaca que o filhote sempre terá 50% da carga genética da mãe, e a outra metade, do pai. Por isso, há chance dos filhotes serem do maior tamanho nesses casos.
🐶 Em situações de fetos únicos, ainda conforme a especialista, “também há possibilidade de serem muito grandes porque acabam tendo toda a disponibilidade de nutrientes apenas para eles, e por isso crescem mais”.
Nessas situações, segundo ela, os riscos envolvem principalmente distocias, termo que se refere a dificuldades no parto.
“Na situação de fetos muito grandes, essa fêmea pode ficar muito tempo em trabalho de parto, e não conseguir parir. Além da exaustão materna, podemos ter lacerações, ruptura uterina, hemorragias, morte fetal e risco de morte materna caso não haja assistência veterinária”, contextualiza.
Casos como o de Nina, em que o macho é menor do que a fêmea, no entanto, tendem a gerar menos preocupação, segundo ela.
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“[Nesse caso], a fêmea já possui estrutura óssea, muscular compatível com os possíveis filhotes, então já nos gera menos preocupação em relação ao trabalho de parto”, explica.
A golden retriever foi acompanhada por uma veterinária assim que os tutores descobriram a gravidez, com 50 dias.
E se acontecer?
Embora esse tipo de cruzamento deva ser evitado, caso aconteça, é essencial que a fêmea tenha acompanhamento pré-natal com um médico veterinário, que fará os exames necessários.
“No terço final, exame radiográfico, para que possa ser avaliado a compatibilidade materno-fetal”.
🔴 Caso seja verificado que a fêmea não terá condições de dar à luz por incompatibilidade do feto, o veterinário deve sugerir que uma cesariana seja feita quando a mãe entrar em trabalho de parto.
“Isso vai garantir tanto a saúde e segurança da mãe como dos fetos.”
Relembre a história
Os tutores da golden Nina descobriram que a cachorra, que deu à luz em 20 de setembro, engravidou após a família voltar de uma viagem de férias nos Estados Unidos. Até chegarem a essa descoberta, no entanto, algumas coisas aconteceram (veja a ordem cronológica abaixo).
O caso viralizou após uma amiga da tutora divulgar o caso no X (antigo Twitter).
🛫 A família passou 15 dias em viagem e voltou ao Brasil em 20 de julho.
⏱ Dias após voltarem para a casa, notarem rigidez na barriga da cadela. Ela foi levada ao veterinário e submetida ao ultrassom, que atestou a gestação, já com 50 dias. O exame estimou o tempo de gravidez, e os tutores ligaram os pontos até chegar ao possível pai.
💘 O cruzamento, segundo Marcia, ocorreu no hotel para pets onde a cachorra passou dois finais de semana hospedada, em Joinville.
🔎 Ao questionar se havia algum outro cão não castrado nas mesmas datas, soube do shih tzu.
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