Hang descarta expansão da Havan ao exterior e mira Norte e Nordeste do Brasil para 2026

Extraordinário. É assim que a direção da Havan avalia o resultado financeiro de 2024. A empresa catarinense alcançou a maior receita bruta de sua história, R$ 16 bilhões. Este foi o valor gerado pela potência varejista em vendas ano passado.

Luciano Hang é dono da Havan

Luciano Hang é dono da Havan, uma das empresa de grande faturamento e empregabilidade no Brasil – Foto: Divulgação/ND

O número representa crescimento de 22,2%. Só no quarto trimestre de 2024, por exemplo, a receita bruta totalizou R$ 4,9 bilhões. A margem bruta, isto é, a lucratividade desconsiderando custos operacionais, despesas gerais e administrativas, cresceu 3,0 p.p., saindo de 37,9% em 2023 para 40,9%.

A avaliação da empresa é que a melhora na margem bruta se deve à mudança no mix de mercadorias, além de ajustes nos índices de perdas esperadas. O lucro líquido, que representa o lucro real da empresa, atingiu a marca de R$ 2,7 bilhões, crescimento de 82,4% frente ao resultado de 2023. Diante de tais resultados, a meta é seguir crescendo e, para isso, investir mais R$ 1 bilhão entre 2025 e 2026.

Havan, empresa de Luciano Hang, tem a maior receita bruta de sua história

Havan, empresa de Luciano Hang, atingiu em 2024 a maior receita bruta de sua história – Foto: Divulgação/ND

Dono da Havan, Luciano Hang atribui o sucesso dos números de 2024 ao empenho e à dedicação da equipe. Com centenas de megalojas no país, a empresa comercializa mais de 350 mil itens e emprega mais de 22 mil pessoas. Para o empresário, cada uma das pequenas ações dos colaboradores, a dedicação e a busca contínua por excelência foram essenciais para chegar aos resultados.

“O sucesso da Havan não está apenas nas pessoas de ‘dentro de casa’, mas cada fornecedor, com cada um de seus colaboradores, também faz parte desse resultado. Por isso, quero agradecer aos nossos clientes, colaboradores e fornecedores pela entrega de 2024”, ressalta o empresário.

E o Grupo Havan mira novos recordes para este e os próximos anos. Para 2025, a meta é superar a marca de R$ 18 bilhões de faturamento e chegar a 190 megalojas no Brasil. Em dois anos, 200 lojas no país e R$ 20 bilhões em receita bruta. Os detalhes, na entrevista a seguir, com Luciano Hang.

Luciano Hang fala sobre sucesso da Havan

Luciano Hang fala sobre sucesso e futuro da Havan – Foto: R7/ Reprodução/ ND

Luciano Hang comenta planos para a Havan

Jornal ND: Considerando que a Havan está em praticamente todo país, quais estados e regiões mais contribuem com a receita bruta?

Luciano Hang: Pelo número de lojas, Santa Catarina, seguida pelo Paraná, mas estamos em todo o território nacional e muito forte no Centro-Oeste. Hoje, Santa Catarina, Paraná, depois interior de São Paulo e assim por diante. A Havan é muito forte no físico, mas também tem venda digital.

ND: Como está essa proporção nas receitas? Quem vende mais? Quais as fatias de cada operação?

Hang: Temos 180 lojas espalhadas pelo Brasil. Esse ano vamos colocar mais dez, ano que vem mais dez, totalizando 200 lojas. Seguimos crescendo no físico, mas dando também toda atenção no digital, por exemplo, no Retira Fácil, que é comprar no digital e receber na loja, como também comprar e receber em casa. Entendemos que o cliente escolhe onde e como quer comprar. A Havan é completa. Tem gente que só trabalha no físico. Nós trabalhamos no físico e no digital e o cliente escolhe como quer comprar.

ND: Qual é a região do país em que a empresa quer expandir a atuação e abrir mais lojas?

Hang: Até o fim do ano que vem, vamos estar em praticamente todos Estados brasileiros, faltando somente Ceará, Roraima e Amapá. Até o final do ano que vem, todos os Estados terão a presença da Havan.

ND: Quais outros detalhes do plano de expansão da empresa? Miram o exterior, por exemplo?

Hang: Nosso plano de investimento 2025-2026 é de R$ 1 bilhão. Quando tivermos 40 anos, em 2026, nosso sonho é ter 200 lojas, 25 mil colaboradores e um faturamento de R$ 20 bilhões. Mas a Havan vai investir somente no Brasil. Nos dois próximos anos, R$ 1 bilhão.

ND: O dólar, no momento, a R$ 5,70, representa um problema para a empresa?

Hang: O dólar é a balança dos preços, tanto externos quanto internos. O dólar encarece, inclusive, produtos produzidos no Brasil. Mas a Havan vende 8% de importados e 92% de produtos nacionais, por isso, está mais blindada quando o dólar dispara.

ND: E a Selic em dígitos, a 13,25%, com mais uma alta contratada e a possibilidade de chegar a 15%, representa um problema para a empresa?

Hang: Os juros impactam nas compras dos clientes, mas a Havan tem um crediário próprio. Damos, diretamente, o crédito ao nosso cliente. Até 50% é vendido com cartão próprio, possibilitando ao cliente pagar em até dez meses, sem entrada e sem juros. Com isso, melhorando as nossas vendas, não impactando tanto os aumentos de juros para o nosso cliente.

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