‘Quero justiça’: mãe de adolescente encontrada morta em rio de SC faz relato emocionante

A morte de Maria Gabriella Nunes, de apenas 14 anos de idade, chocou a comunidade itajaiense. A mãe da adolescente morta encontrada no último dia 14 no rio Itajaí-Açu com mais de 10 perfurações de arma branca, cedeu entrevista emocionante ao Balanço Geral da NDTV Record, que foi ao ar nesta segunda-feira (24).

Foto dividida mostra mãe de adolescente morta em Itajaí e, ao lado, fodo da menina com o namorado

Mãe de adolescente morta deu entrevista para a NDTV Record – Foto: Reprodução/ND

Debora Alexandre Nunes recebeu a equipe de reportagem em casa e deu detalhes da noite do desaparecimento da filha. Segundo ela, Maria disse que sairia com o namorado para comer e o combinado era que voltasse até 21h. Porém, não foi o que aconteceu no dia 12 de fevereiro.

Anderson Luiz Burigo tem 23 anos, nove a mais do que Maria Gabriella, e namorava a menina há cerca de um ano. “Eu pegava no pé, tinha medo que ele levasse ela para alguma balada ou algo assim. Eu sempre falava ‘tal hora em casa’ e sempre era respeitado o horário”, disse a mãe.

Debora chegou a receber mensagens do número da filha por volta das 20h dizendo que iria comer um cachorro quente na casa da mãe de Anderson e que logo voltava. A mãe da vítima pegou no sono e, quando acordou, por volta das 23h40, notou que a filha ainda não havia retornado. Nesse momento, fez uma chamada de vídeo para o namorado.

“Eu disse ‘cadê a minha filha, o que você fez com a minha filha?’. Ali já me deu um desespero e eu senti que tinha acontecido o mal. Eu comentei com a minha mãe: ‘mãe, eu não vou mais achar a minha filha viva’”, conta.

Adolescente morta tentou terminar a relação

Na manhã do dia do desaparecimento, Maria Gabriella disse que planejava terminar o relacionamento pelo ciúme excessivo do namorado.

Imagem mostra adolescente encontrada morta com o namorado dentro de um carro

Anderson e Maria Gabriela tinham quase 10 anos de diferença de idade – Foto: Reprodução/ND

“Quando ela acordou de manhã, ela me disse: ‘mãe, o Anderson me mandou um monte de mensagens me esculachando, me chamando de tudo porque, como não respondi ele ontem à noite, ele pensou que eu estivesse na casa de outro homem, dormindo com outro’”, disse Debora à reportagem.

Investigações em andamento

No dia seguinte ao desaparecimento, Anderson chegou a prestar depoimento e até participou das buscas. Mas, na manhã do dia 14, assim que o corpo da adolescente morta foi encontrado, ele teria fugido para uma área de mata.

“Nos dirigimos até a residência dele, constatamos que realmente ele teria empreendido fuga, realizamos diversas buscas sem êxito e retornamos à delegacia com mais elementos para representar pela prisão dele“, explica dr. Roney.

Imagem mostra onde adolescente foi encontrada morta

Adolescente desaparecida em Itajaí foi achada morta em Navegantes – Foto: Reprodução/ND

A polícia acredita que o corpo da menina tenha sido jogado no rio na altura do bairro Brilhante II e percorrido cerca de 38km até a cidade de Navegantes, onde foi encontrado.

“Eu não queria que ele usufruísse da vida que ele privou ela. Não pudemos nem nos despedir, porque ela estava em um caixão lacrado” – Debora Nunes, mãe da vítima

O carro de Anderson passou por perícia e vestígios de sangue foram encontrados. Um laudo ainda vai determinar se o sangue pertence à Maria Gabriella. O desaparecimento da camisa que o suspeito vestia no dia do crime também é visto pela polícia como indício da autoria.

Por nota, a defesa de Anderson Burigo disse que o suspeito colaborou com as investigações, entregou o celular, autorizou perícia e nega qualquer envolvimento no crime.

“Reforçamos a importância da condução serena e responsável do caso, respeitando o devido processo legal e a presunção de inocência, princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito”, conclui a nota de Wendel Laurentino, advogado do suspeito.

“Eu quero justiça. Deus que me perdoe, mas só vou ter paz, entre aspas, quando souber do velório dele. Eu não queria que ele usufruísse da vida que ele privou ela. Não pudemos nem nos despedir, porque ela estava em um caixão lacrado. A gente não chegou nem perto dela”, finaliza, aos prantos, Debora.

Assista a reportagem da NDTV Record na íntegra:

*Com informações da reportagem da NDTV Record 

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