Com novos PEVs, Florianópolis poderá recolher mais de 7.000 toneladas de vidro por ano

Florianópolis hoje é referência e a capital que mais recicla no Brasil pelo pioneirismo e inovação da coleta seletiva – Foto: Prefeitura de Florianópolis/Divulgação

Com os cem novos PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) de vidro recebidos neste mês e outros 200 que ainda serão entregues até 2025, Florianópolis poderá praticamente dobrar sua capacidade de recolhimento de vidro anual e chegar à coleta de 7.000 toneladas do material por ano.

Do início deste ano até a última terça-feira (13), o município recolheu 1.950 toneladas de vidro. Em 2022, foram coletadas 3.700 toneladas do material na cidade, apontam dados da prefeitura.

Os novos PEVs serão distribuídos em escolas e pontos prioritários de Florianópolis, onde a prefeitura registra maior demanda nas rotas, e foram recebidos neste mês pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da empresa Verallia, terceira maior produtora de vidro no mundo.

A parceria ocorre em regime de comodato, após credenciamento por meio de processo administrativo. De acordo com o município, o objetivo do processo administrativo de credenciamento é o fornecimento de 300 unidades de contêineres de 2.500 litros para serem instalados na cidade, fortalecendo a Rede de Pontos de Entrega de Vidros, chamado PEVs de Vidros, ampliando a capacidade de coleta e aumento dos índices de reciclagem deste material no município.

Florianópolis hoje é referência e a capital que mais recicla no Brasil pelo pioneirismo e inovação da coleta seletiva. Foi a primeira cidade a adotar a modalidade de entrega voluntária de vidro em 2014, com a instalação inicial de 10 PEVs na área continental. Desde então, até o ano de 2022, a rede foi expandida   para 145 PEVs. Agora, com esse credenciamento, a estrutura aumentará para 445 pontos, com a implantação anual de 100 PEVs nos próximos dois anos.

Capital é referência nacional na logística reversa das embalagens de vidro

Os novos PEVs serão distribuídos em escolas e pontos prioritários de Florianópolis, onde a prefeitura registra maior demanda nas rotas – Foto: Prefeitura de Florianópolis/Divulgação

O investimento tornou a capital catarinense em um case de sucesso e referência nacional na logística reversa das embalagens de vidro, destaca o secretário municipal do Meio Ambiente, Fábio Braga.

O diretor de operações da Verallia, Etienne Lainé, ressalta a importância da parceria. “Nós estamos estimulando o uso desses equipamentos no Brasil todo e essa entrega em Florianópolis é uma forma de voltar à base, de onde partiram as iniciativas neste sentido. Sempre que chegamos em um novo local, salientamos sobre a necessidade de que aprendam com vocês, com quem acredita, defende e trabalha de forma consistente neste segmento”, afirma.

Economia de 1,7 milhões aos cofres públicos

O superintendente de Gestão de Resíduos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, UIisses Bianchini, lembra que com a adição das novas unidades, a capacidade de recolhimento por meio dos PEVs deve ultrapassar as 7.000 toneladas. “É uma redução significativa com a dispensa do envio para aterros, benefícios ambientais, além da geração de renda para os triadores”, ressalta ele.

Ele avalia que a redução da destinação do vidro ao aterro sanitário gerará uma economia de 1,7 milhões/ano aos cofres públicos. “Além disto, essa iniciativa reduzirá os altos custos com a manutenção dos caminhões compactadores cujos pistões de compactação e borrachas são danificados pelos vidros quebrados”, enfatiza o superintendente.

O vidro coletado pela Prefeitura de Florianópolis é doado para as associações de triadores e comercializado com indústrias como a Catarina Vidros, de Tijucas. Desta forma, a reciclagem do material contribui para que os triadores que atuam nas unidades de triagem tenham uma renda significativa.

O processo também fomenta a preservação do meio ambiente, pois evita a utilização de matéria-prima virgem e economiza energia na fabricação de novos produtos e que permaneça por milhares de anos no aterro sanitário.

 Acréscimo anual de 1.320 toneladas

Segundo dados da Prefeitura da Capital, cada PEV recolhe, em média, 1,1 tonelada de resíduos de vidros por mês. Com a implantação dos novos pontos, esse volume será acrescido de 1.320 toneladas ao ano. “Estima-se que em 2025, com os 445 PEVs, a coleta Flex de Vidro e entrega em ecopontos, a produção anual chegue a 7.643 toneladas/ano, ampliando em 107% a coleta deste material”, afirma Bianchini.

O vidro é um material inerte, 100% reciclável e infinitamente reciclável sem comprometer a qualidade do produto final. O material coletado é integralmente encaminhados às unidades de triagem e, posteriormente encaminhados à indústria, retornando ao ciclo produtivo. O vidro tem potencial para chegar aos patamares do alumínio. Hoje 98,7% das latas de alumínio distribuídas no Brasil retornam à indústria.

Seletiva flex de vidro

A seletiva flex Floripa adapta a coleta às características de cada bairro. O recolhimento só de vidro já é oferecido aos moradores do Itacorubi, Córrego Grande, Jurerê, Daniela, Canasvieiras, Ponta das Canas, Cachoeira, Brava, Canto do Lamim, Vargem Grande, Ingleses Norte e Campeche, aponta o gerente do Departamento de Coleta, José Vilson de Souza.

Também há um roteiro que atende 800 bares, restaurantes e padarias em vias gastronômicas do Centro, continente, bacia do Itacorubi, Lagoa, Santo Antônio e Sul da Ilha, Estreito e Balneário, explica a gerente da Divisão de Coleta Seletiva, Tamara Gaia.

Para participar, os estabelecimentos precisam adquirir contentor modelo europeu na cor verde.

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