Em Navegantes, crianças aprendem sobre meio ambiente com atividades em horta escolar

Pensar no descarte correto dos resíduos, fazer o uso racional dos recursos naturais e priorizar ações que preservam a fauna e a flora são tarefas que devem fazer parte do cotidiano daqueles que desejam viver em um mundo melhor. No Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Rosana Fátima Gaya Barreto, a horta escolar tem sido um instrumento para comprovar a importância dessas atitudes.

É por meio do cuidado com a terra, na horta escolar, que as crianças dividem as vivências na Educação Infantil

É por meio do cuidado com a terra, na horta escolar, que as crianças dividem as vivências na Educação Infantil – Foto: Matheus Nunes/Divulgação/its Teens

Por lá, as 249 crianças da unidade são incentivadas a colocar a mão na terra, aprendendo que os frutos do futuro só serão possíveis se o cuidado começar hoje.

A aproximação com a natureza é uma prática antiga. Tudo começou com a diretora Maria Losangela Maciel do Nascimento, que enxergou a necessidade de fazer a separação adequada do lixo.

Em 2021, a ação contribuiu para o sustento de duas famílias de Navegantes, que vendiam os recicláveis recolhidos por crianças, professores e comunidade.

Entretanto, foi em 2022 que os profissionais decidiram que era o momento para tentar o Selo Social, premiação que destaca organizações que pensam na evolução e no cuidado com o planeta, levando em consideração os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas).

Aprendendo na horta escolar

Pequenos aproveitam os momentos na horta escolar para aprender a plantar, regar e cuidar da natureza

Pequenos aproveitam os momentos na horta escolar para aprender a plantar, regar e cuidar da natureza – Foto: Matheus Nunes/Divulgação/its Teens

Reuso dos descartes, entrega de mudas e brinquedos com materiais recicláveis são atividades que já fazem parte da rotina no CMEI, mas existe uma nova prática que está ganhando a atenção da turminha: a horta escolar.

Por lá, todos têm a chance de plantar e regar, acompanhando o crescimento e desenvolvimento de cada pé. A escolha das sementes foi responsabilidade de cada turma, momento em que os pequenos puderam dizer aquilo que mais gostam ou que querem cultivar.

Pimenta, cebolinha, couve e morango — o campeão de votos — são algumas das preferências na horta escolar. Mas o ato de plantar e regar, por exemplo, é algo que vai além de ensinar.

“É uma vivência para a vida. Esse contato não só é uma experiência motora, porque antes de qualquer coisa eles precisam desse movimento para pegar na terra, esse contato com a terra, faz com que eles entendam o mundo de uma forma diferente. Para mim a natureza é tudo, então o contato com a natureza tem que ser primordial”, conta a professora Paula Pricila da Silva Korb, responsável por representar a unidade nas entregas e conquista do Selo Social.

Além da aproximação com a horta escolar, existe mais um ganho importante: apresentar outros ambientes para os pequenos, indo além daquilo que é visto em sala.

“Ao trabalharmos o meio ambiente na Educação Infantil, acreditamos também no ‘desemparedamento’. Desemparedar quer dizer sair de ambientes fechados entre paredes, onde o movimento e a liberdade são mais restritos, levando a criança a tocar e sentir a natureza”, comenta a supervisora Regiane Fatima Junges.

É nesse tempo no CMEI que elas têm a oportunidade de criar vínculos, desenvolvendo outras habilidades, incluindo a afetividade.

“Percebemos que é uma terapia, quando você faz uma pintura com a criança, quando mexe na terra, independente se é maior ou menor, eles vão levar para a vida toda”, finaliza a diretora.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

É na horta escolar que as crianças entendem a importância do cuidado com a natureza

É na horta escolar que as crianças entendem a importância do cuidado com a natureza – Foto: Matheus Nunes/Divulgação/its Teens

Mas se engana quem pensa que a tarefa de cuidar do ecossistema é algo que deve ficar restrito às unidades escolares. Na verdade, grande parte dos países têm assinado acordos e pensado em atitudes que podem melhorar a relação das nações com a fauna e a flora. Um exemplo disso são os próprios ODS.

Com 17 missões, o pacto global é um apelo ao cuidado com a natureza e à busca por uma vida com equilíbrio, seja nos fatores sociais ou econômicos. Erradicação da pobreza, água limpa e saneamento e a redução de desigualdades são outros fatores levados em consideração no acordo.

No caso do CMEI Professora Rosana Fátima Gaya Barreto, a premiação do Selo Social foi embasada em três princípios: saúde e bem-estar, educação de qualidade e vida terrestre.

Mais do que o aprendizado, aqueles que estão à frente do processo de inscrição e envio dos projetos compreendem o motivo e a importância do reconhecimento.

“Eu acredito que o meu propósito aqui dentro é poder fazer isso, é poder fazer com que as coisas venham de uma forma mais simples para as crianças, e que as crianças possam aprender melhor, para levar para a vida. E isso faz com que a gente veja as coisas com outro olhar”, completa Paula.

A validação é anual e cada instituição decide quais serão as ODS contempladas durante o processo de inscrição.

Em 2023 o objetivo é manter o mesmo plano, mas agora a meta é desenvolver novas parcerias e atividades, incluindo a distribuição de mudas e sementes para a comunidade.

4 práticas para adotar no Junho Verde

Profissionais e crianças que fazem parte da horta escolar no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Rosana Fátima Gaya Barreto

Profissionais e crianças que fazem parte da horta escolar no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Rosana Fátima Gaya Barreto  – Foto: Matheus Nunes/Divulgação/its Teens

Embora o Junho Verde tenha sido aprovado no último ano, por meio da Lei  Nº 14.393, existem ações antigas que podem fazer a diferença no cotidiano, desde atitudes básicas até aquelas que podem ser compartilhadas em casa e na escola. Confira:

1. Repense o uso do papel

Ainda que o livro ou o desenho em papel tenham um prazer especial, você já pensou em aderir ao digital? O uso de papel pode ser substituído pelas telas, acessando histórias digitais e atividades que podem ser compartilhadas na rede, mas sempre com moderação no tempo de uso.

2. Pense no uso do plástico

Por mais que seja difícil conviver totalmente sem o plástico, existem medidas que diminuem os impactos no meio ambiente. Na hora de beber água, por exemplo, escolha uma caneca de alumínio ou uma garrafinha. Assim você elimina o descarte dos copos plásticos.

3. Separe o lixo

As cores vermelho, azul, verde, marrom e amarelo representam a separação e o descarte correto dos seguintes materiais: plástico, papel, vidro, itens orgânicos e metal. Essa é uma forma visual de sinalizar o que deve ser colocado em cada latão. Por isso, aqui a dica é memorizar!

4. Plante mais árvores

Incluir a descoberta de novos espaços e seres também é uma forma de preservar a natureza. Aproveite aquele cantinho em casa e plante uma flor ou árvore. Além de contribuir com o ar que respiramos, o ato de cultivar e cuidar é sinônimo de amor.

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