Se chover, é melhor não tomar banho de mar no dia seguinte


Chuva ‘lava’ o terreno e pode carregar poluição difusa para as praias e comprometer a balneabilidade Em regiões litorâneas, principalmente durante o período de temporada de verão, com maior vinda de turistas de todos os cantos do País e do Exterior, aumenta a preocupação com a limpeza das praias, se elas estariam ou não em condições para tomar banho.
Ainda que diversas reclamações sejam realizadas diretamente à Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), fatores externos são grandes influenciadores de medidas de balneabilidade, principalmente a ocorrência de chuvas em excesso.
Como o aguaceiro traz também dejetos para os cursos das águas, ele aumenta a turbidez e piora a cor, levando matéria orgânica para os mares. Ou seja, com a qualidade da água comprometida, é melhor trocar de lazer e não tomar banho de mar no dia seguinte às fortes chuvas.
Balneabilidade
Na última temporada, Santa Catarina apareceu no noticiário de forma negativa por conta do comprometimento da balneabilidade da sua orla marítima. Em janeiro, 48,1% dos locais analisados pelo IMA (Instituto do Meio Ambiente) estavam com mar sem condições de ser frequentado pelos banhistas.
Chegou-se a especular que a epidemia de diarréia de mais de 3 mil casos foi provocada na água com alto índice de micro-organismos, mas o norovírus não foi identificado no mar. O norovírus é transmitido por alimentos ou bebidas contaminados e em locais com aglomerações. É propagada pela tosse ou por meio do contato pelas mãos.
Foram necessárias algumas avaliações do IMA – não apenas uma – para considerar a praia como imprópria. Por isso, às vezes há uma demora para que uma praia imprópria retorne a ser considerada própria. Em caso de semanas com precipitações intensas, as condições de balneabilidade das praias são prejudicadas, pois rios e canais podem desembocar nas águas.
Chuvas torrenciais podem também contaminar moradias que se valem de captação de água por ponteiras (poços rasos) e fossa séptica. Só no Norte da Ilha, estão mapeadas 20 mil ponteiras. Se, por exemplo, o sistema individual de coleta de esgoto estiver numa distância inferior a 30 metros, uma enxurrada pode comprometer a potabilidade da água de poço devido à contaminação do lençol freático.
Drenagem deve ser realizada pela prefeitura, não pela Casan
Como a operação de tratamento das redes de esgoto são realizadas pela Casan, há um entendimento equivocado por parte da população de que a drenagem urbana, como limpeza e desobstrução de bueiros, também deve ser feita pela companhia, o que não é verdade. Cabe às prefeituras a realização da tarefa de drenagem.
Da mesma forma que cabe à Prefeitura o desassoreamento de rios. Como está sendo feito com serviço de limpeza do canal artificial de drenagem no bairro Rio Tavares, no Sul da Ilha, iniciado para mitigar os impactos da chuva na região.
Ciente do tamanho do desafio, o prefeito Topázio Neto lançou o Pacto pelo Saneamento em fevereiro. Famílias que não possuem condições para execução de obras de adequação para conexão à rede de esgoto serão subsidiadas pelo poder público por meio de recursos do Fundo Municipal de Saneamento Básico.
Em Zonas Especiais de Interesse Social, o auxílio vai ser de 100%. Nas demais localidades, de até 20%. Os custos para efetuar as ligações aos sistemas existentes poderão ser pagos de forma parcelada e sem juros por meio da tarifa de água e saneamento da Casan.
Para conscientizar a população, a Casan desenvolve também, em parceria com as prefeituras, os programas Se Liga na Rede e os Tratos pelo Saneamento, como o Trato pelo Capivari, o Trato pela Lagoa em Florianópolis; o Trato pelo São José, em Chapecó e os Tratos por Laguna e Criciúma.
Em Florianópolis, por exemplo, o programa possibilita que a inspeção seja realizada de forma gratuita, com orientação sobre os próximos passos para a regularização da ligação na rede. Se o proprietário não marcar a inspeção na casa ou comércio, a Vigilância Sanitária pode autuar o imóvel e obrigar o responsável a pagar uma visita particular. Na capital, já foram realizadas pelo programa 8737 vistorias.
A orientação correta a respeito das atribuições é importante para que os catarinenses possam cobrar a realização dos serviços corretamente, com resposta mais ágil de quem vai efetuar aquele trabalho e pode responder com precisão.
Acesse o canal da Casan no portal do G1.
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