Escândalo de corrupção em SC, revelado pela Operação Mensageiro, é um dos principais do Brasil; relembre outros casos

Este já é considerado o maior caso de corrupção de Santa Catarina (Foto: MPSC, divulgação)

Este já é considerado o maior caso de corrupção de Santa Catarina (Foto: MPSC, divulgação)

Operação Mensageiro investiga o que é considerado o maior escândalo de corrupção de Santa Catarina, envolvendo irregularidades na contratação de empresas de lixo em cidades de todas as regiões do Estado. Em quatro fases, 15 prefeitos foram presos em um esquema fraudulento que já está na lista dos maiores casos do país.

As denúncias se juntam a outros casos que também revelaram esquemas milionários de corrupção em órgãos públicos. É o caso, por exemplo, da Operação Navalha, de 2007, que envolvia fraudes em licitações de obras públicas e se estendeu por 10 estados do país. Já no Rio Grande do Sul, a Operação Rondin condenou, em 2019, 49 pessoas e empresas a devolverem mais de R$ 148 milhões que foram desviados do Detran.

Mais recentemente, recursos que seriam destinados para o combate da Covid-19 também foram alvo de denúncias de possíveis esquemas de desvio em estados como Rio de Janeiro e São Paulo.

Também em Santa Catarina, outras operações envolvendo políticos ocorreram nos últimos anos. É o caso da Fundo do Poço, que fraudou licitações em municípios do Oeste, e da Alcatraz, que apurou supostas denúncias de corrupção no governo catarinense entre 2006 e 2018.

NSC Total separou algum casos envolvendo fraudes, desvio de recursos e outros crimes envolvendo agentes públicos em Santa Catarina e no Brasil. Confira:

Operação Navalha

Em 2007, foi deflagrada a Operação Navalha, que apurava o uso de emendas parlamentares para a realização de obras públicas. Ela teria iniciado na cidade de Camaçari, na Bahia, e se estendido para outros dez estados.

A apuração investigou fraudes em licitações e obras não explicadas, como o caso de uma ponte que ligava a nenhum lugar. A suspeita é de que o esquema tenha sugado R$ 1,06 bilhão em verbas de quatro ministérios: Minas e Energia, Cidades, Transportes e Integração Nacional.

Ao todo, 49 pessoas foram presas, entre elas o ex-governador do Maranhão.

Desvios no TRT-SP

Entre 1992 e 1998, o Tribunal de Contas da União apurou a suspeita de desvio de verbas na construção do fórum do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em São Paulo. De acordo com auditorias, a obra, que iniciou em 1992, teria apenas 64% pronta, sendo que 98% das verbas tinham sido liberadas.

Ou seja, dos R$ 232,5 milhões destinados à construção, cerca de R$ 169 milhões foram desviados.

O caso, que envolvia o ex-senador Luis Estevão, do Distrito Federal, se arrastou por anos. Ele foi preso em 2016 e condenado a 25 anos de prisão.

Banestado

Em 1996, o envio de recursos irregularmente ao exterior, por meio do Banestado, banco do Paraná, foi alvo de uma investigação do Ministério Público e sustentou, inclusive, uma CPI na Câmara dos Deputados. A suspeita é de que tenham sido desviado R$ 30 bilhões de reais, com sonegação de impostos.

Este também foi o primeiro caso que levou, o então juiz, Sérgio Moro aos holofotes. Além disso, o Banestado contou com o envolvimento do doleiro Alberto Youseff, que foi investigado durante o Petrolão.

Operação Placebo

A Operação Placebo teve início em maio de 2020 e apurou um esquema envolvendo a contratação para instalação de hospitais de campanha no Rio de Janeiro. Ele abrangeu o Instituo de Atenção Básica e Avançada à Saúde e a relação com servidores da gestão do sistema de saúde do Estado.

De acordo com as investigações, entre as irregularidades encontradas estão fraudes em orçamentos para montagem e desmontagem de tendas, instalação de caixas d’água, geradores de energia e pisos para as estruturas.

Entre os alvos estava o ex-governador Wilson Witzel, que sofreu impeachment por conta das denúncias. A suspeita é de que ele comandava e tinha conhecimento das contratações, mesmo sem assinar os documentos.

Operação Contágio

Outra operação também deflagrada durante a pandemia é a Operação Contágio, que investigou crimes de peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa em cidades do interior de São Paulo. De acordo com a Polícia Federal, uma organização social, responsável pelos contratos, teria subcontratado outras empresas sem experiência na área da saúde, que fizeram centenas de saques em espécie para burlar o controle contra lavagem de dinheiro.

O transporte do dinheiro era feito sob escolta armada de um guarda municipal, sócio de uma das empresas. Ao todo, cinco pessoas foram presas. Os desvios chegam ao montante de R$ 100 milhões.

Operação Entre Amigos

Também com desvios que chegariam a quantia de R$ 100 milhões, a ação teve como alvo uma organização social responsável pela gestão de um hospital de campanha em Divinópolis, em Minas Gerais.

De acordo com a Controladoria Geral da União (CGU), além de suspeita de favorecimento da Secretaria Municipal no processo de qualificação da empresa responsável, também havia suspeita de superfaturamento nos contratos. Quatro pessoas foram presas.

Operação Rodin

Deflagrada em novembro de 2007, a Operação Rodin que investigou desvios de mais de R$ 90 milhões do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS). Ao todo, duas empresas e oito réus foram condenados por improbidade administrativa.

Segundo a investigação, os acusados teriam contratado, de forma irregular, uma empresa para implantar um sistema informatizado no órgão de trânsito.

Operação Fundo do Poço

A Operação Fundo do Poço foi deflagrada em 2013 pelo Gaeco. De acordo com as investigações, desde 2009, empresas de perfurações de poços artesianos teriam estabelecido acordos para definir os vencedores em processos licitatórios em cidades das regiões do Meio-Oeste, Oeste e Serra, com a participação de agentes públicos.

Na época, 20 pessoas foram presas. Além disso, o então presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (MPSC), Romildo Titon, foi afastado do cargo.

Operação Alcatraz

Um das mais recentes operações, a Alcatraz foi deflagrada pela Polícia Federal em maio de 2019 e investiga supostos casos de corrupção no governo de Santa Catarina entre 2006 e 2018.

Porém, parte das ações que deram origem a investigação foram anuladas pelo Superior Tribunal de Justiça (STFJ). De acordo com o órgão, as provas devem ser consideradas nulas pelo compartilhamento de dados considerado irregular por parte da Receita Federal com o Ministério Público Federal (MPF).

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