‘Referência’: sargento fala sobre certificação do primeiro cão de odor específico do CBMSC

Na última semana, o sargento Romão e o seu cão, chamado de Fogo, alcançaram um feito inédito, a certificação do primeiro cão de odor específico do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. O evento de Certificação Nacional de Cães de Busca, Resgate e Salvamento foi realizado em Blumenau, no Vale do Itajaí.

‘Referência’: sargento fala sobre certificação do primeiro cão de odor específico do CBMSC – Foto: CBMSC/Reprodução ND

A certificação ocorreu entre quarta (26) e sexta-feira (28). Promovido pelo CBMSC, o evento contou com 13 binômios, dupla formada por bombeiro militar e cão, de cinco Estados do Brasil. Ao final das provas, nove cães alcançaram a aprovação e certificado.

O evento de Certificação Nacional de Cães de Busca, Resgate e Salvamento foi realizado em Blumenau, no Vale do Itajaí.  - CBMSC/Reprodução ND
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O evento de Certificação Nacional de Cães de Busca, Resgate e Salvamento foi realizado em Blumenau, no Vale do Itajaí. – CBMSC/Reprodução ND

O evento de Certificação Nacional de Cães de Busca, Resgate e Salvamento foi realizado em Blumenau, no Vale do Itajaí.  - CBMSC/Reprodução ND
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O evento de Certificação Nacional de Cães de Busca, Resgate e Salvamento foi realizado em Blumenau, no Vale do Itajaí. – CBMSC/Reprodução ND

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O evento de Certificação Nacional de Cães de Busca, Resgate e Salvamento foi realizado em Blumenau, no Vale do Itajaí. – CBMSC/Reprodução ND

Em entrevista ao portal ND+, Jacques Douglas Romão, o sargento Romão, comentou sobre a certificação inédita conquistada e a lacuna que foi preenchida com o cão de odor específico.

“Hoje, Santa Catarina é referência na busca com cães, utilizando a técnica de varredura de área, que é a mesma técnica que a gente usou em Brumadinho, Presidente Getúlio e Petrópolis, mas existia uma lacuna no nosso plantel, que era justamente a técnica de odor específico”.

Ele também explicou que a técnica é amplamente utilizada no Brasil e no mundo, mas que Santa Catarina ainda não a utilizava, mesmo sendo referência na busca de pessoas perdidas com cães.

A ideia de trazer um cão nessa técnica partiu do sargento Romão, que conversou com a coordenadora do Serviço de Cães do CBMSC. “Com apoio do meu Batalhão de Blumenau, que apoiou o investimento em uma técnica nova, eu fui atrás da raça do rastreador brasileiro. Eu vi qual era a melhor raça que se adequava ao meu trabalho, então eu cheguei no rastreador brasileiro e, nesses dois anos em que eu o peguei até semana passada, eu fiquei o treinando para poder certificá-lo e torná-lo operativo na busca de pessoas desaparecidas”, comentou.

Apesar de ser uma técnica amplamente utilizada no Brasil, é a primeira vez que o CBMSC tem um cão certificado nessa técnica, que consiste em apresentar um único odor ao cachorro para que ele o rastreie.

O cão Fogo participou da certificação ao completar dois anos de idade. “A exigência mínima de idade para participar de uma prova do CBMSC são 18 meses. Com 18 meses eu já estava aguardando uma data para a prova para poder submeter o meu cão a essa certificação. Essa certificação veio com 24 meses do meu cachorro”, explicou Romão.

O cão Fogo participou da certificação ao completar dois anos de idade - CBMSC/Reprodução ND
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O cão Fogo participou da certificação ao completar dois anos de idade – CBMSC/Reprodução ND

O cão Fogo participou da certificação ao completar dois anos de idade - CBMSC/Reprodução ND
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O cão Fogo participou da certificação ao completar dois anos de idade – CBMSC/Reprodução ND

O cão Fogo participou da certificação ao completar dois anos de idade - CBMSC/Reprodução ND
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O cão Fogo participou da certificação ao completar dois anos de idade – CBMSC/Reprodução ND

Rastreador brasileiro

O sargento explicou que escolheu a raça do rastreador brasileiro por ser um cão oriundo da caça, tendo facilidade em farejar através do odor. Fogo foi buscado em um canil localizado na cidade de Sacramento, em Minas Gerais.

“Fiz a escolha do filhote, tive a oportunidade da primeira escolha. É um cão muito rústico, por isso que o escolhi para fazer parte do plantel de Santa Catarina, porque ele é um cão que já faz o rastreio naturalmente. Ele coloca o focinho no chão para rastrear por causa da caça, porque é um cão oriundo da caça, só precisei adaptar ele para a técnica e consegui lograr o êxito na prova de certificação”.

Bravo e Fogo

O sargento Romão possui dois cães certificados, sendo o Bravo na varredura de área e o Fogo no odor específico. Os cães possuem técnicas distintas e serão utilizados de acordo com a demanda apresentada pela ocorrência.

“Tem lugares que o cão de odor específico é mais útil, em outras ocorrências é o cão de varredura de área. Por exemplo, eu cheguei em um lugar e só tem o último ponto visto da vítima, onde ela parou e entrou em determinado ponto, aí eu colho o odor dela e faço o cachorro seguir o último caminho que essa pessoa entrou”, explicou.

Em relação a aprovação, Romão comenta que são várias etapas, desde a escolha do filhote na ninhada até o dia da prova, que consiste na obediência e destreza apresentada pelo cão. “São várias as tapas em que a gente fica observando o cão, treinando ele para submetê-lo ao maior número possível de dificuldades, até chegar ao dia da prova e ele lograr êxito”, destacou.

Vínculo com o cão

Em Santa Catarina, os condutores que desejam ter cão de busca precisam ficar com o animal em suas casas. Além dos dois cachorros certificados, Romão também possui um terceiro, chamado de Soberano. Ele comenta que ficar com o animal em casa é uma exigência da coordenadoria de Serviço de Cães para aumentar o vínculo entre o cão e o condutor. “É uma relação de praticamente família, o vínculo é muito forte por eles morarem comigo”.

Referência

O sargento Romão destaca que Santa Catarina é referência no serviço de busca com cães na técnica de varredura de área, mas que possuía uma lacuna que foi preenchida com o certificado do primeiro cão de odor específico do CBMSC.

“A gente está abrindo novos horizontes. A partir de agora, com a certificação desse cão de odor específico, a gente está com todas as lacunas fechadas, porque temos cães de busca de cadáver, de vivo, busca em estrutura colapsada, em área rural, faltava só o cão de odor específico, e agora não falta mais”, enfatizou.

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