Mulher é ameaçada de morte ao pedir separação e pede ajuda às enfermeiras em Cordilheira Alta

Um homem de 22 anos foi preso por suspeita de ameaçar, agredir e manter em carcere privado a esposa no município de Cordilheira Alta, no Oeste de Santa Catarina. O crime foi registrado pela PM (Polícia Militar) quando a mulher pediu por socorro em um posto de saúde na manhã de quarta-feira (3).

O suspeito foi detido pela polícia próximo do posto de saúde, na manhã de quarta-feira (3). — Foto: Unsplash/Divulgação/ND

 

Em depoimento, a mulher contou para os policiais que ela disse ao marido que queria se separar e que desde então ele estaria “fora de si”. O suspeito passou a ameaçar a companheira constantemente, dizendo que iria lhe matar, “queimar a casa e destruir tudo”, conforme relato.

Além disso, na noite de terça-feira (2), quando anunciou o desejo de separação, o suspeito teria tentado lhe agredir com uma faca de carne, de aproximadamente 30 centímetros.

“Ela teve de lutar para contê-lo, mas mesmo assim restou machucada nos braços e pernas porque ele a agarrava, segurava e apertava, tentando mantê-la parada para lhe dar as facadas”, segundo boletim.

Em situação de carcere privado, o homem não deixou que ela fosse trabalhar. Já durante a manhã de quarta-feira, a vítima convenceu o suspeito a irem até o posto de saúde para buscar tratamento para ele, momento que aproveitou para pedir socorro aos servidores do posto de saúde.

Diante dos fatos, o suspeito foi encaminhado para Central de Plantão de Polícia Civil em Chapecó para os procedimentos cabíveis.

Região líder em feminicídios

A região Oeste de Santa Catarina lidera o ranking estadual de feminicídios. Já são três anos seguidos, segundo dados de 2020 a 2022 da SSP/SC (Secretaria de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina).

Até o dia 14 de dezembro de 2022, a região somou 19 dos 54 feminicídios registrados no Estado no ano, o que representa 35% das mortes motivadas por violência doméstica ou por menosprezo à condição de mulher.

Como denunciar

Em caso de suspeita de violação dos direitos de uma mulher, a vítima, ou o denunciante, deve procurar a delegacia de polícia especializada mais próxima. A denúncia pode ser feita nos números de telefone 180, 190 ou 197. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas, todos os dias da semana.

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que apoia a Operação Maria da Penha, também mantém a Central de Atendimento à Mulher — Ligue 180, que oferece escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência, registrando e encaminhando denúncias, reclamações, sugestões ou elogios aos órgão competentes.

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