Professor de Joinville que enalteceu ataque em creche diz que foi ‘tirado de contexto’

A Polícia Civil, no Norte de Santa Catarina, finalizou o inquérito que investigava o professor de Joinville que enalteceu o ataque à creche de Blumenau, ocorrido em 5 de abril. Ele é indiciado por três crimes. O caso foi denunciado por alunos após o professor ter apoiado o ataque ocorrido no Vale do Itajaí. Além disso, os estudantes afirmam que ele costumava fazer diversas declarações de ódio.

Creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, alvo de ataque – Foto: Eduardo Valente/Secom/Divulgação/ND

Conforme o delegado Vinícius Ferreira, durante as investigações, o professor declarou que foi mal interpretado e as falas foram tiradas de contexto pelos alunos.

Com o fim do inquérito, o procedimento policial segue para o Ministério Público, que poderá apresentar denúncia. “Há a possibilidade que ele responda também perante o Tribunal do Júri pelo crime de Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação de vítima menor de idade pelas falas em sala de aula”, explica o delegado.

O professor foi indiciado pela Polícia Civil por apologia ao crime, indução ao suicídio e outros crimes de ódio como racismo, xenofobia e intolerância religiosa.

Além de estar preso, o professor também possui medidas cautelares, como a suspensão da função pública no cargo de professor, ele não pode manter contato ou se aproximar dos alunos ou da instituição de ensino.

Relembre o caso

Pais e alunos denunciaram as declarações de ódio do professor do Ensino Médio dois dias após o ataque à creche de Blumenau. O profissional teria enaltecido o crime durante uma aula e foi gravado pelos estudantes.

Um vídeo que registra as declarações foi enviado à equipe do Portal ND+, que optou por não divulgá-lo. Nele, o professor apoia o ocorrido em Blumenau e sugere atos de violência. A reação dos alunos é de revolta. “Absurdo”, diz uma estudante.

Conforme relato de outros alunos, além desta fala violenta, o professor em questão já agiu diversas vezes com posturas de agressividade e teria, inclusive, agredido um estudante e virado uma carteira em outro aluno. O docente também teria se gabado das agressões.

Além das agressões físicas, xingamentos e violência verbal também seriam constantes. Uma aluna afirma que o professor já insinuou que uma estudante se suicidasse. “Falando que não fazia nada e desperdiçava oxigênio”, comenta. Ele inclusive responde por instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação.

“Só quem tem aula com ele sabe o quão sem noção ele é, única coisa que ele faz é espalhar o ódio por aí”, diz uma estudante.

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