Retrofit reforma prédios abandonados e revive centro de Florianópolis

Prédios no centro de Florianópolis estão sendo reformados com a técnica retrofit, que transforma edificações públicas e privadas que estão abandonadas em habitações e comércio. O conceito do retrofit busca trazer as pessoas de volta para o centro da cidade, onde é possível se reencontrar com o passado e viver o presente a passos de distância de casa.

Antes e depois do prédio Soho, localizado na avenida Rio Branco, foi um dos já entregues após a reforma com a retrofit

Antes e depois do prédio Soho, localizado na avenida Rio Branco, foi um dos já entregues após a reforma com a retrofit – Foto: Reviva Retrofit/Divulgação/ND

O engenheiro civil Gustavo Bulcão Vianna, sócio da Reviva Retrofit, explica a diferença entre a obra tradicional e o retrofit.

“Perante uma obra tradicional, o retrofit é mais eficiente em 30%, aproveita muito dos materiais já existentes e adapta às novas técnicas, para que torne a segurança a edificação mais segura, mais eficaz e com maior salubridade”, resume.

No centro de Florianópolis, a empresa de Vianna é responsável por, pelo menos, três prédios. Na avenida Rio Branco, um prédio que estava abandonado foi transformado em uma edificação residencial, com comércio abaixo. Outras duas obras são realizadas no prédio Oslo, localizado na rua Adolfo Melo, e no Fuji, que fica na rua Trajano.

Prédio Oslo, na rua Adolfo Melo, está sendo reformado - Reviva Retrofit/Divulgação/ND

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Prédio Oslo, na rua Adolfo Melo, está sendo reformado – Reviva Retrofit/Divulgação/ND

Prédio Fuji, na rua  Trajano, também passa por reformas - Reviva Retrofit/Divulgação/ND

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Prédio Fuji, na rua Trajano, também passa por reformas – Reviva Retrofit/Divulgação/ND

Segundo Vianna, revitalizar edificações no centro permite com que as pessoas reencontrem partes da história da própria cidade, que tradicionalmente se concentram nessa região do município.

Retrofit vai de encontro com o plano diretor de Florianópolis

O Projeto de Lei Complementar, que alterou o código de obras e previu o Retrofit como uma requalificação imobiliária, foi aprovado no início de junho em Florianópolis, com 15 votos favoráveis e quatro contrários.

A lei é de autoria da vereadora Manu Vieira (PL) e do falecido vereador Gabriel Meurer (PL), o Gabrielzinho.

Em 4 de julho a lei foi sancionada pelo prefeito Topázio Neto (PSD). Na data, o prefeito afirmou que uma das construções alvo da requalificação é a antiga sede dos Correios, às margens da Praça XV.

“Foi cedido ao município e vamos trazer algumas secretarias para cá: a área de atendimento ao cidadão, a Casa do Empreendedor e um museu. Vamos transformar num espaço vivo da cidade”, declarou Topázio na data.

Segundo a prefeitura de Florianópolis, o objetivo do Retrofit é beneficiar especialmente o Centro-Leste da cidade, transformando edifícios comerciais, muitos deles ociosos, em residenciais.

Vianna reforça que o retrofit está alinhado com o novo plano diretor do município. O engenheiro, que também é diretor de desenvolvimento urbano do Sinduscon (Sindicato de Construção Civil) Grande Florianópolis, explicou que a entidade mapeou duas mil habitações que podem vir a ter um novo uso com a lei. Dessas, 120 são edificações antigas e 30% são edificações históricas que estão abandonadas e passando por um processo de degradação contínuo.

“Ajuda muito a mobilidade urbana trazer essas residências para o Centro. Além disso, a arrecadação aumenta porque você tem mais atrativos aqui para a cidade […] mais pessoas que residem no centro da cidade trazendo uma sensação de mais segurança. Evita assim a depreciação de patrimônios e calçadas e consecutivamente melhora a iluminação do local”, lista o engenheiro.

“É morar, trabalhar, estudar e se divertir tudo em uma caminhada, com uma volta pelo o centro”, completa.

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