SC confirma investigação de morte por febre do Oropouche

Santa Catarina confirmou nesta segunda-feira (22) a investigação da suspeita do primeiro caso de morte por FO (Febre do Oropouche). O registro foi identificado no Paraná e o paciente morreu em abril deste ano.

Mulher olha mosquito no microscópio enquanto usa luva em mão que encosta no equipamento. Foto ilustra matéria sobre febre do oropouche

Autoridades sanitárias investigam morte de paciente no Paraná, com possível transmissão em Santa Catarina (Foto ilustrativa) – Foto: Prefeitura Municipal de Campinas/Divulgação/ND

Febre do Oropouche em SC: morte suspeita foi registrada no Paraná

A Dive-SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina) da SES (Secretaria de Estado da Saúde) informou que acompanha a investigação conduzida pelas autoridades sanitárias do Paraná, com apoio do MS (Ministério da Saúde).

“O caso foi identificado pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, sendo o paciente atendido por serviços de saúde locais do Paraná, onde foi a óbito no mês de abril de 2024. O Ministério da Saúde recomenda a investigação dos óbitos suspeitos ou confirmados pela doença.

Durante a investigação, foi estabelecido que o local provável da transmissão foi em Santa Catarina, uma vez que o paciente teve registro de viagem ao Estado.

Neste momento Santa Catarina não investiga outros casos suspeitos de óbito pela doença”, diz o comunicado da Dive-SC publicado nesta segunda.

Ainda segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica, ao todo, Santa Catarina tem 140 casos confirmados e os municípios com o maior número são:

  • Luiz Alves – 65
  • Botuverá – 35
  • Blumenau – 9
Mosquitos maruins em mão de pessoa de pele branca

Picada do Maruim, mosquito que transmite a doença, pode causar dor, urticária e vermelhidão na pele – Foto: PMSJ/Reprodução/ND

Ao ND Mais, o Ministério informou que além do caso com possível transmissão em Santa Catarina, a pasta ainda investiga outros dois óbitos na Bahia. Veja o posicionamento:

“Até o momento, não existe morte confirmada por febre Oropouche no país. Existem três óbitos em investigação por Febre Oropouche, sendo um em Santa Catarina e dois na Bahia.

Vale lembrar que para se confirmar um óbito pela doença, é preciso uma avaliação criteriosa dos aspectos clínicos epidemiológicos, considerando o histórico pregresso do paciente e a realização de exames laboratoriais específicos”, diz o MS, em nota.

Vírus causador da doença pode afetar a gestação

Recentemente, o MS emitiu uma recomendação a estados e municípios para aumentar as ações de vigilância e combate ao vírus causador da febre do Oropouche.

A medida do MS foi tomada depois que o IEC (Instituto Evandro Chagas) detectou a presença de um anticorpo do vírus causador da febre do Oropouche em amostras de um caso de abortamento e em quatro de microcefalia.

“Significa que o vírus é passado da gestante para o feto, mas não é possível afirmar que haja relação entre a infecção e o óbito e as malformações neurológicas”, afirmou o ministério em nota divulgada na quinta-feira (11).

Pessoa grávida de pele branca fazendo exame de ultrassom na barriga

Vírus pode ser passado para o feto durante a gestação, diz Ministério da Saúde – Foto: Freepik/Reprodução/ND

A orientação do documento também aponta a necessidade de intensificar a vigilância durante os últimos meses de gestação, bem como no acompanhamento dos recém-nascidos de mulheres que tiveram infecção por dengue, febre do Oropouche, Zika e Chikungunya.

Sintomas

Podem ser prescritos analgésicos e antitérmicos comuns para aliviar os sintomas da febre do Oropouche, parecidos com os da dengue e da chikungunya:

  • Dor de cabeça;
  • Dor muscular;
  • Dor nas articulações;
  • Náusea;
  • Diarreia.

Ainda conforme o MS, a maioria dos casos no Brasil foi registrado em pacientes com idade entre 20 e 29 anos. Também houve casos nas faixas etárias de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 10 a 19 anos.

Transmissão da doença

A transmissão da febre do Oropouche não ocorre pela picada do Aedes aegypti (que transmite a dengue) e sim de outros mosquitos, sobretudo pelo Culicoides paraensis, conhecido como maruim.

Eles se proliferam principalmente durante períodos de calor em ambientes úmidos, como em áreas próximas a mangues, lagos, brejos e rios.

Segundo o Ministério da Saúde, a febre do oropouche é uma doença causada por um arbovírus. Não existe tratamento específico, mas o paciente deve permanecer em repouso e ter acompanhamento médico.

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