Semana das mães: estudo revela que quase 40% das puérperas apresentaram sintomas de depressão

Segundo dados do estudo conduzido no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina e no Hospital Universitário, ambos da USP (Universidade de São Paulo), a taxa de mães puérperas brasileiras com depressão pós-parto quase dobrou em 2020, se comparada a anos anteriores, e alcançou o índice de 38,8%.

Os dados, publicados no periódico Journal of Affective Disorders, sugerem que a ansiedade gerada pela pandemia de Covid-19 aumentou a prevalência de depressão pós-parto. O estudo encontrou ainda elevada prevalência de ansiedade (40,8%) e ideação suicida (14,3%).

mães puérperas podem sofrer com depressão pós-parto

Conhecido popularmente como resguardo, o puerpério é o período que se estende do nascimento do bebê até a volta da mãe ao seu estado anterior a gravidez. – Foto: Pexels/ND

A condição quase sempre se manifesta como consequência da falta de apoio da família e do parceiro, sobrecarga emocional, privação de sono, alimentação inadequada e isolamento. Conhecido popularmente como resguardo, o puerpério é o período que se estende do nascimento do bebê até a volta das mães ao estado anterior a gravidez.

Durante essa fase, as mães passam por mudanças físicas e psíquicas, devido à readaptação de rotina, com mais responsabilidades e intensas variações hormonais. Esse momento a torna suscetível a desenvolver transtornos, a exemplo da depressão pós-parto.

Mães precisam de atenção e rede de apoio

De acordo com a Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, “Uma atenção pré-natal e puerperal de qualidade e humanizada é fundamental para a saúde materna e neonatal e para sua humanização”.

A informação presente no Manual Técnico para Pré-natal e Puerpério confere que, durante esse momento da vida da paciente, é essencial que haja a assistência necessária para manter o bem-estar da mãe e de seu bebê.

Vanessa Vanzella, de 38 anos, recorreu ao auxílio de um cuidador quando engravidou de gêmeas. A paranaense já tinha um filho antes dessa gestação, Rafael, que na época tinha dois anos de idade.

Ela conta que pensava em ter somente dois filhos, uma vez que, em João Pessoa, local que reside atualmente, não contava com a rede de apoio familiar de Cascavel, sua cidade natal. As viagens de trabalho do marido também tornavam a rotina mais extenuante.

“A situação no início foi muitíssimo complicada em razão de serem dois bebês, de eu ter me submetido à cesárea e por meu filho mais velho estar com bastante ciúme em razão da chegada das irmãs. As cuidadoras foram extremamente profissionais, pacientes e sensíveis com a situação e me ajudaram demais a passar por este momento”, pontua Vanessa.

A mãe optou por aderir à assistência de cuidadoras durante 24 horas, como forma de garantir o bem-estar de suas filhas e de sua saúde física e psicológica.

“Hoje as gêmeas estão com 6 meses e me deixa muito feliz e com o coração aliviado ver o quanto as cuidadoras realmente se dedicam às minhas filhas e também ao meu filho mais velho, que adora as ‘tias’ que estão aqui todos os dias conosco”, finaliza.

Se você está passando por sofrimento emocional, procure ajuda no CVV (Centro de Valorização da Vida) através do número 188. Se você acredita que outra pessoa está em risco de cometer suicídio e tem o contato dela, fale com as autoridades locais para receber ajuda imediata.

O CVV atende voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.

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