Atleta de Florianópolis mostra preparação para o Campeonato Mundial de Crossfit

Mãe, atleta, trabalhadora… Muitas vezes o dia da gaúcha (quase manezinha) Gabriela Soares de Azevedo, 47 anos, precisa ter mais do que 24 horas. Ela se “divide” na rotina pesada do dia a dia enquanto se prepara para o Campeonato Mundial de Crossfit.

Gabi Azevedo vai participar do Mundial de Crossfit

Gabi Azevedo vai participar do Mundial de Crossfit – Foto: Ian Sell/ND

Ao lado do treinador Felipe Peres Panerai, ela recebeu a reportagem do Arena ND+ durante uma tarde de treinamentos no Box 48, no bairro João Paulo, em Florianópolis, para contar sobre a rotina de preparação para as “Olimpíadas” do Crossfit, em agosto, além dos cuidados que a atleta de alto nível precisa ter.

A modalidade faz parte da vida da Gabi, como os amigos a chamam, há 5 anos. Mas isso não significa que o esporte já não “corria nas veias” dela.

Antes do crossfit, ela foi atleta de ultramaratona e também fazia aulas de funcional. “Eu fazia funcional para a corrida e decidi vir fazer aula [de crossfit] num box, acabei me apaixonando. O crossfit é desafiador, são muitos exercícios de diversas variações e era um desafio aprender”, conta.

Vida do atleta de alta performance

“Aqui [treino] é só uma parte. Preciso sempre ser regrada, dormir oito horas, além de manter uma alimentação, que não chamo de dieta, mas sim um estilo de vida. Não bebo e também já passei da fase de festas [risos]”, conta Gabi ao ND+.

“Normalmente a dieta é o básico de arroz, feijão, carne, salada, não foge disso. Carboidratos, proteínas, não invento muita coisa. Prefiro comer comida de verdade do que suplementar”, completa.

Parte do treinamento da atleta de Florianópolis – Vídeo: Ian Sell/ND

Quanto tempo duram os treinamentos?

Os treinamentos da atleta, traçados em conversas diárias com o treinador Felipe Panerai, são bastante específicos e focados em cada competição que ela for participar.

As atividades normalmente acontecem duas vezes ao dia, no início da manhã e no fim da tarde.

“Conseguimos avaliar a capacidade de o organismo suportar determinados estímulos com volumes calculados semanalmente. Na base, ela [Gabi] acaba trabalhando um volume de força, com sessões mais longas, volumosas”, explica o treinador.

Parte do treinamento de Gabi Azevedo – Vídeo: Ian Sell/ND

“Nesse tipo de estímulo, de hipertrofia, você precisa dar um descanso e as séries são mais longas, com 10 a 12 repetições. Além disso, as sessões podem durar em torno de duas a duas horas e meia”, completa.

Classificação para o campeonato nos EUA

A Campeonato Mundial de Crossfit acontece entre os dias 1º e 6 de agosto em Madison, nos Estados Unidos. A atleta de Florianópolis terá, no total, cerca de 90 dias de preparação para o torneio.

A ideia do “Crossfit Games” é encontrar o homem e a mulher melhores condicionados do mundo.

Dessa forma, foi criado o Open (fase eliminatória), que é uma competição aberta onde qualquer pessoa que pratica o esporte pode participar. Participantes de todo o planeta passam por três provas, uma a cada semana.

“Acaba sendo um campeonato bem democrático, porém, na segunda etapa apenas 10% de todo mundo que se inscreveu passa para a próxima fase”, explica Panerai.

Nas quartas de final, sobe o sarrafo. Ao invés de três provas, são cinco, o nível de exigência sobe. Desse percentual se classificam apenas as 30 melhores mulheres, no caso da categoria da Gabi, para as semifinais. A competição é no formato online. As provas são feitas no box, seguindo regras.

Nessa semifinal, dessas 30 mulheres, se classificam apenas 10 para a etapa mundial que é o Crossfit Games.

“No Open, com 11 mil mulheres, ela [Gabi] conseguiu nessa três provas ficar em primeiro, depois nas quartas de final com mais de 1 mil mulheres, ficou em primeiro de novo, e agora, entre as 30, ficou em sexto. Como as 10 primeiras se classificavam foi o suficiente para ela passar para a etapa”, explica o treinador.

Felipe Panerai explica como funciona o treino de Gabi – Vídeo: Ian Sell/ND

“A Gabi passou por um campeonato de nível regional, depois teve a etapa da classificatória, foi feita uma periodização específica para ela. São desafios específicos, elementos específicos. E como ela trabalha sempre com um objetivo, fica bem claro, de acordo com o que você vai precisar em cada etapa”, completa.

Rotina de mãe/atleta

Talvez o maior “inimigo” do dia a dia de Gabi seja o tempo. Além da preparação como atleta, ela trabalha no setor administrativo de uma empresa oito horas por dia, além de ter a rotina de mãe com o pequeno Iuri Azevedo Lauer, de 11 anos.

“Organização é a palavra-chave. O Felipe [treinador] já me manda o treino durante a noite, já consigo organizar se vou vir de manhã, ou de repente faço o treino em apenas uma sessão e organizo tudo que tenho para fazer”, explica.

Gabi explica a rotina de treinos e em casa com o filho – Vídeo: Ian Sell/ND

“Deixo tudo organizado para já saber de manhã a roupa que eu vou treinar de manhã, a roupa que vou treinar à tarde, a alimentação que vou precisar fazer durante o dia que preciso levar. É organização, se organizar certinho é possível fazer tudo. Mas seria bom que o dia tivesse mais que 24 horas [risos]”, completa.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.