O CRM-SC (Conselho Regional de Medicina) afirmou que proibir médicos de prescrever hormônios e anabolizantes para fins estéticos vai de encontro com uma “necessidade de saúde pública“. A proibição passou a valer a partir da publicação da resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) nesta terça-feira (11).

Segundo o CFM, não há comprovação científica suficiente que sustente o benefício e a segurança do paciente que usa esteroides ou anabolizantes – Foto: Pixabay/Divulgação/ ND
De acordo com o conselheiro do CRM e endocrinologista Itairan Terres, a resolução é um posicionamento mais firme em relação ao abuso de anabolizantes em excesso.
“Essa resolução que disciplina o uso veio ao encontro de uma necessidade de saúde pública”, afirma o médico.
O que diz a resolução
Segundo o CFM, não há comprovação científica suficiente que sustente o benefício e a segurança do paciente que usa esteroides ou anabolizantes para ganho de massa muscular ou melhora do desempenho esportivo.
A resolução nº 2.333/23 do CFM destaca alguns dos inúmeros riscos para os que usam terapia hormonal acima dos níveis fisiológicos, como infarto, doenças e insuficiência hepática, transtornos mentais e de comportamento, além de infertilidade, disfunção erétil e diminuição de libido.
Uso recomendado
O endocrinologista Itairan Terres explica que os hormônios e anabolizantes ainda podem ser prescritos para condições de deficiência de hormônio masculino e de disforia de gênero, no caso de pessoas transsexuais, por exemplo.
De acordo com Terres, o profissional que violar a resolução estará sujeito a um processo por infringir o Código de Ética e poderá perder a licença para atuar.
Conforme o R7, a decisão do CFM foi celebrada pela SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). Segundo o presidente da Sociedade, Paulo Augusto Miranda, a decisão do CFM representa “uma vitória da boa medicina e da ciência”.
“Ela [resolução] protege a sociedade de uma narrativa que vinha sendo contada de que existe segurança no uso de terapias hormonais para essas finalidades, e em doses supra fisiológicas, o que não é corroborado pelas evidências científicas disponíveis e coloca em risco a vida dos pacientes”, afirmou em comunicado.