Bebê de tartaruga-de-couro morre em praia de Santa Catarina

Um filhote da espécie tartaruga-de-couro foi encontrado morto na faixa de areia de uma praia de Balneário Barra do Sul, no Litoral Norte de Santa Catarina. O registro aconteceu ainda em março, mas foi divulgado apenas nesta sexta-feira (14) pelo PMP-BS (Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos) com a Univille (Universidade da Região de Joinville).

Bebê de tartaruga-de-couro morre em praia de Santa Catarina – Foto: Divulgação/ND

Especialistas consideram raro o resgate de um filhote da espécie no litoral catarinense, pois, as tartarugas-de-couro não costumam viver em praias do Estado. Por ser recém-nascido, segundo o Projeto, há indícios de que o animal veio de uma família nas proximidades, deixando a história ainda mais curiosa.

“Ficamos extremamente surpresos com este registro, pois as áreas de nidificação da tartaruga-de-couro no litoral brasileiro ocorrem regularmente no Norte do Espírito Santo e mais recentemente em praias na região do Delta do Parnaíba, no Piauí”, disse o Projeto em nota. Essa é a maior espécie de tartaruga marinha, por isso, é também conhecida como tartaruga-gigante.

Giulia Lemos, médica veterinária de São Francisco do Sul/SC, acredita que tenha ocorrido uma desova de alguma praia próxima do local onde o filhote foi encontrado por um técnico que realizava monitoramento. A hipótese se baseia na constatação de características típicas de tartarugas recém-nascidas, como a excesso de vitelo. Alexsandro Santos, pesquisador do Projeto Tamar, confirmou ser um bebê.

“Nos dias seguintes, a nossa equipe montou uma força-tarefa e vasculhou quilômetros de faixa de areia à procura de mais indícios que apontassem para a localização do ninho, mas sem sucesso”, salienta o texto.

Laudo da morte

Uma equipe do Projeto de Monitoramento de Praias realizou a necropsia estética do filhote de tartaruga-de-couro e coletou algumas amostras para análise.

Olá amantes da fauna marinha!😍Um caso que aconteceu mês passado, deixou toda a equipe do PMP-BS/Univille intrigada e…

Posted by Projeto de Monitoramento de Praias – PMP/ BS Univille – Trecho 5 on Friday, April 14, 2023

O laudo constatou que a morte foi causada por uma lesão hemorrágica no fígado, possivelmente relacionado a um trauma. O animal ficará agora na coleção biológica do acervo da Univille.

Desovas ocasionais já foram identificadas em Sul do Brasil em outras oportunidades, como em 2021 no Sul de Santa Catarina, mas sem nascimento, e no Paraná, além de São Paulo.

Risco de extinção da tartaruga-de-couro

A tartaruga-de-couro é considerada uma espécie vulnerável à extinção, de acordo com portaria do Ministério do Meio Ambiente. Em alguns locais, como no Brasil, já é considerada criticamente em perigo.

Entre os motivos que levaram a tartaruga-de-couro ao risco de extinção estão: a intensa coleta dos seus ovos e a captura acidental na pesca.

Outro motivo relacionado com a morte de tartarugas-de-couro é a presença de lixo nos oceanos, pois esses animais acabam ingerindo plásticos ou outros resíduos sólidos por confundi-los com alimentos. Por não conseguirem realizar a digestão, acabam morrendo.

Existem outras duas tartarugas marinhas também em risco de extinção, a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e a tartaruga-verde (Chelonia mydas).

Curiosidades sobre a tartaruga-de-couro

  • A tartaruga-de-couro pode viver até 300 anos.
  • O maior indivíduo de tartaruga-de-couro já encontrado pesava mais de 900 kg.
  • Em alto-mar, as tartarugas-de-couro podem atingir até 35 km/h.
  • Sua carapaça, também conhecida como casco, possui a coloração preta ou cinza com pequenas manchas brancas.
  • A textura e aparência assemelha-se com couro, daí o nome da espécie.
    Tartaruga-de-couro - Tamar/Arquivo/ND
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O Projeto

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto procura avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.

O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. A Univille monitora o Trecho 05, compreendido entre Araquari a Itapoá.

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