Criciúma vê o retorno do orgulho e das famílias ao Heriberto Hülse

Há uma constatação uníssona ao redor do estádio Heriberto Hülse: A cidade de Criciúma está feliz. Em meio a melhor fase desportiva e institucional desde o começo da década passada, a comunidade é assertiva ao manifestar seu orgulho em amarelo, preto e branco.

Torcida do Criciúma chegando ao estádio Heriberto Hülse; quase 14 mil pessoas na estreia da Série B - Diogo de Souza/ND
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Torcida do Criciúma chegando ao estádio Heriberto Hülse; quase 14 mil pessoas na estreia da Série B – Diogo de Souza/ND

Torcedores do Criciúma fizeram fila, na manhã deste domingo, para acompanhar o time vencer o Tombense - Diogo de Souza/ND
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Torcedores do Criciúma fizeram fila, na manhã deste domingo, para acompanhar o time vencer o Tombense – Diogo de Souza/ND

Torcedores aproveitaram o domingo ensolarado, no Sul de Santa Catarina, para ir ao estádio - Diogo de Souza/ND
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Torcedores aproveitaram o domingo ensolarado, no Sul de Santa Catarina, para ir ao estádio – Diogo de Souza/ND

Na manhã deste domingo (16), estreia com vitória na Série B, diante do Tombense pelo placar de 2 a 0, foram quase 14 mil pessoas no estádio Heriberto Hülse, em mais um momento de grande público no Sul de Santa Catarina.

A reportagem do Arena ND+ esteve em Criciúma nos últimos dias para entender o “boom” do clube nos últimos tempos e o porquê de ser, com todos os méritos, no momento o principal clube de futebol de Santa Catarina.

Em busca dessa resposta foi possível constatar uma unanimidade: o torcedor resgatou o orgulho e sua condição de pertencimento.


Criciúma vai apostar no fator casa para voltar à Série A – Vídeo: Diogo de Souza/ND

“Tinha um tempo que isso aqui vivia abandonado. Tu não via ninguém em dias normais e pouca movimentação em dias de jogos. Até achei que nunca mais seria como antigamente, não tinha nem vendedor ambulante por aqui. Agora eu tenho que me programar para não sair de casa em dias de jogos, olha o jeito que tá aí, cheio e todo mundo sorrindo”, revelou Ângela de Oliveira Ávila, moradora da região do estádio Heriberto Hülse.

Outro torcedor, mais antigo e residente em outra região da cidade, revelou que fazia tempo que não via a cidade tão “engajada” com o Criciúma. “Tu deve ter visto por aí, tem bandeira e camiseta do Criciúma em tudo que é lugar, nas janelas, nos carros, nas ruas. Esse clube é muito especial” derreteu-se o senhor que disse que não queria dar o nome, mas disse que tinha 82 anos.

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Dirigentes e funcionários seguem a mesma linha

Pelos corredores do clube ou até mesmo no ecoar do amplo Centro de Treinamento do Criciúma, o Antenor Angeloni, o sentimento é o mesmo.

Há o entendimento de que os torcedores, desde a grande virada de chave da gestão que começou com Anselmo Freitas e segue com Vilmar Guedes, voltaram a “sorrir”.

Viviani Olimpio é gerente de marketing do Criciúma - Caio Marcelo/Especial para o ND
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Viviani Olimpio é gerente de marketing do Criciúma – Caio Marcelo/Especial para o ND

Viviani Olimpio é gerente de marketing do Criciúma e chancela esse novo momento do Tigre - Caio Marcelo/Especial para o ND
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Viviani Olimpio é gerente de marketing do Criciúma e chancela esse novo momento do Tigre – Caio Marcelo/Especial para o ND

Para Viviani Olimpio, gerente de marketing e comercial, trata-se de uma percepção de que o torcedor “já nasce Criciúma”. “É uma coisa que, talvez, só aconteceu lá em 1991”, contou Viviani.

Esse momento contrasta com o que fora registrado há cerca de 3 anos, momento em que o clube vivia problemas dentro e fora do campo, apesar de publicamente afirmar que não tinha dívidas.

“O que mais me chamou a atenção quando eu cheguei aqui, foi o desânimo da torcida. O torcedor tinha perdido o prazer de acompanhar o Criciúma”, relembrou o empresário Anselmo Freitas.

“O Criciúma é um clube que agrega. Nós conseguimos a proeza de agregar pessoas, independente de quem seja, simplesmente agregar e trata-se de uma filosofia da nossa gestão”, emendou o presidente do Criciúma, Vilmar Guedes.

Os números, inclusive, consolidam essa condição. O Criciúma, nessa semana, bateu a marca dos 18 mil associados no que corresponde a 10%, aproximadamente, da população do município.

Torcida apaixonada

O grande expoente da paixão do torcedor do Criciúma, inevitavelmente, está nas torcidas organizadas do clube. A Barra Os Tigres, respeitada em todo o País pelo seu método de apoio, também vê dessa maneira.

Fabiano Coelho é vice-presidente da organizada do Criciúma – Foto: Caio Marcelo/Especial para o ND

Ainda que tenha aquele conceito de que “é fácil torcer na fase boa”, a organizada compreende que isso faz parte do futebol e da cultura de torcer, sobretudo, no Brasil.

“A queda à Série C foi muito ruim, mas foi bom. Foi ali que a gente retomou aquele sentimento, aquele pertencimento, aquela coisa de entender que o Criciúma é nosso. A campanha do clube era bem sobre isso, ‘o Criciúma é nosso’”, relembrou Fabiano Coelho, vice-presidente da Barra Os Tigres.

O que se espera do Criciúma

Fabiano Coelho aproveitou a oportunidade, em entrevista concedida a reportagem do Arena ND+ de frente ao muro do estádio Heriberto Hülse, para revelar ali seu grande desejo.

“A gente tem uma música que diz que ‘jogar pela América é o que eu imagino’, mas queria poder voltar a essa época de poder jogar uma Libertadores, uma Sul-Americana. Não para participar, mas para competir mesmo”, sonhou o torcedor que tem 36 anos e é administrador de empresas.

Quem também mencionou essa alegria foi o adepto Diógenes de Oliveira Cruz, com 37 anos, auxiliar administrativo.

Diógenes, que estava no último sábado acompanhando um duelo entre Criciúma e Camboriú, pelo Catarinense sub-20, relembrou seus momentos mais difíceis onde fez até uma confissão: “sinceramente, eu cheguei a perder a esperança de encontrar motivos para, por exemplo, vir até aqui no CT para acompanhar o ‘Tigrinho’”, admitiu.

Entre alguns devaneios e outros objetivos mais palpáveis para o Criciúma, tem um, que é o mais aguardado de todos tanto pela “proximidade” da possibilidade, quanto pela real chance para que isso aconteça: o retorno à Série A.

Torcida do Criciúma está de volta ao seu lugar: o estádio – Vídeo: Diogo de Souza/ND

O presidente Guedes, inclusive, reiterou em entrevista concedida ao ND+ que o grande objetivo do Criciúma é subir, “mas não subir para passear, mas para se manter por longos anos entre os maiores do País”, prometeu o mandatário que seguirá, pelo menos, até o final de 2024 a frente do tricolor.

O que o futuro reserva ao Tigre, até lá, torcedor? É preciso aguardar para saber – apesar do desejo do carvoeiro estar bem claro.

 

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