7 motivos para você visitar São Joaquim

São Joaquim é um município de pouco mais de 27 mil habitantes localizado na Serra Catarinense. Capital Nacional da Maçã, além de ser vendida para o Brasil e para o mundo, a fruta é também uma atração turística que rende diferentes experiências aos visitantes no município.

Igreja Matriz de São Joaquim

Igreja Matriz de São Joaquim – Foto: Secretaria de Turismo de São Joaquim/Divulgação

Outra fruta que tem incrementado o turismo em São Joaquim são as uvas. Na verdade, a bebida feita delas: os vinhos finos de altitude. Para quem gosta de visitar vinícolas e experimentar bons rótulos, São Joaquim é a principal cidade para estar no roteiro.

Como o município de São Joaquim é predominantemente rural, admirar paisagens e visitar propriedades são as principais atrações por lá. Entretanto, no Centro da cidade há bastante coisa para desbravar. Saiba o que conhecer e sete opções de roteiros para colocar São Joaquim como destino turístico neste ano.

1. Visitar as vinícolas

São Joaquim é a cidade que concentra o maior número de vinhedos na Serra catarinense: são 21 que somam uma área de cerca de 300 hectares e quase 20 vinícolas que produzem os famosos vinhos de altitude.

Santa Catarina vem se destacando no Brasil e também na América Latina, por causa de seus vinhos de altitude. Em 2021, a bebida produzida em 29 municípios, entre eles São Joaquim, recebeu a certificação de Indicação Geográfica (IG), que atesta a qualidade dos vinhos e sua diferenciação em comparação aos similares do mercado.

Isso contribui ainda mais para um tipo de turismo que vem ganhando cada vez mais espaço na serra: o enoturismo. Admiradores do vinho buscam por locais como São Joaquim para conhecer suas vinícolas e o processo de fabricação das bebidas, participar de degustações e de vindimas (eventos de colheita da uva).

Para quem ainda não é um grande apreciador do vinho, a visita às vinícolas vale a pena por outros motivos: o principal deles é a paisagem. As propriedades, em sua maioria, estão localizadas no interior de São Joaquim, a mais de mil metros de altura, de onde se pode ver os parreirais e também os morros verdes no horizonte. Assistir ao pôr do sol dentro de uma vinícola é bastante especial.

2. Visitar as plantações de maçãs

Florada das Macieiras, em São Joaquim – Foto: Velocino Salvador Bolzani Neto/AMAP

Além dos vinhos finos de altitude produzidos com uvas selecionadas, outra fruta dá a São Joaquim destaque nacional: a maçã. Considerada a Capital Nacional da Maçã, a cidade produz em média 300 mil toneladas da fruta por ano para abastecer o Brasil e também outros países.

A maçã Fuji cultivada na região de São Joaquim também ganhou em 2021 o selo de Indicação Geográfica (IG).

O mais legal é que o turista pode conhecer e aproveitar diferentes fases do processo de cultivo da fruta. De janeiro a maio, é o período de colheita da maçã e várias propriedades rurais abrem as portas para que os visitantes participem desse momento. É o conhecido “Colha e Pague”.

Já no fim do inverno, a alta temporada em São Joaquim, e início da primavera, as macieiras começam a florescer e viram outra atração turística. Quando entra setembro, os botões rosados começam a se transformar em pétalas rosas-claras e desabrocham em até duas mil flores por árvore.

Plantadas bem próximas umas das outras, o olhar se preenche com elas diante de um campo de macieiras. É igualmente possível ver de perto esse processo em diferentes propriedades produtoras da cidade.

É também em setembro que o município homenageia a fruta na grande Festa da Maçã, com atrações musicais nacionais e confraternização pela safra do ano.

Apenas em São Joaquim há 1.560 produtores da fruta. Algumas das que abrem seus portões para visitação são a Colha e Pague Martins, Pousada Rural Luz do Sol, Cantinho da Vovó e Sítio Sant’Ana.

Ainda é possível visitar a Estação Experimental de Fruticultura da Epagri e conhecer a macieira matriz da Fuji no Brasil – foi ela quem originou as demais cultivadas na cidade.

Próximos a elas, você encontra os bustos de pesquisadores que contribuíram com o processo de cultivo da maçã em São Joaquim. Tanto a macieira quanto árvores cerejeiras ficam ao redor de um lago e um imenso gramado, onde se pode fazer piquenique ou então sentar em uma cadeira de praia e curtir um bom chimarrão.

3. Vivenciar a vida no campo

Santa Catarina possui uma rede de produtores rurais familiares que abre as portas de suas propriedades para visitantes. O objetivo da associação Acolhida na Colônia é valorizar o modo de vida no campo promovendo o agroturismo ecológico. Em São Joaquim, três propriedades rurais fazem parte do projeto e estão abertas à visitação, com agendamento.

Em cada uma delas é possível ter diferentes experiências. Na propriedade Cantinho da Vovó, como o nome já indica, uma típica casa de vó recepciona os visitantes com quitutes e a simpatia do povo interiorano.

Por lá, você pode andar a cavalo, conhecer as práticas de produção orgânica de morango e maçã, além de desfrutar de um almoço colonial ou um café na colônia caprichado.

Café colonial você também encontra na Pousada Rural Luz do Sol. Com agendamento prévio, a mesa posta conta com rosca de coalhada, doce de leite, geleia de maçã, queijo artesanal serrano, entre outros pratos da culinária regional.

É possível igualmente fazer um passeio pela propriedade, passando pelo Rio São Mateus, pelo pomar de maçãs e por um balanço suspenso. A propriedade também dispõe de dois chalés para hospedagem.

Por fim, o Sítio Sant’Ana oferece aos turistas em São Joaquim visitas técnicas ao pomar de maçãs “Colha e Pague”, além de degustações. Você ainda pode adquirir por lá maçã orgânica e vinagre caseiro da fruta.

4. Experimentar a gastronomia serrana

Arroz cremoso com pinhão e bacon – Foto: Soya

A gastronomia serrana é uma combinação entre aspectos geográficos, climáticos e culturais. Sendo a região mais alta de Santa Catarina, a serra é também a mais fria, o que contribui para o desenvolvimento de árvores como as araucárias, cuja semente é o pinhão.

O uso desse alimento pelos habitantes remonta à povoação indígena dos kaingangs no Estado. Menos destacado, mas ainda sim muito presente na serra, é a truta – peixe de água doce e gelada que se adaptou bem nesta parte do território catarinense.

Soma-se à geografia e ao clima, as contribuições culturais dos tropeiros e dos gaúchos. Os primeiros eram homens que, no século 19, atravessavam Santa Catarina transportando gado de São Paulo ao Rio Grande do Sul.

Para aguentar o frio e as longas viagens era preciso preparar pratos fartos e nutritivos, como a paçoca de pinhão, uma mistura de carne bovina e suína moída, bacon e pinhão cozido triturado.

É igualmente contribuição tropeira, dos bandeirantes paulistas e dos migrantes açorianos vindos de Laguna a produção queijeira na Serra Catarinense.

Desde 2020, o queijo artesanal serrano, também encontrado em São Joaquim, é reconhecido com Indicação Geográfica (IG) pela forma como é produzido. A textura amanteigada do alimento, o aroma e seu sabor são algumas das características que o diferencia dos demais queijos.

O churrasco, igualmente muito presente na Serra Catarinense, tem sua influência dos vizinhos gaúchos. Ao longo do tempo, a culinária serrana foi se construindo à base de muito fogão à lenha, fogueira e fogo de chão, em um estilo simples que pode ser chamado de caboclo.

Todas essas características podem ser encontradas nos mais de 20 estabelecimentos concentrados especialmente na área central de São Joaquim. Das experiências mais rurais às releituras de pratos e novas receitas criadas por chefs é possível ter uma deliciosa experiência gastronômica na cidade.

5. Fazer um tour pelo Centro da cidade

As principais atrações de São Joaquim estão concentradas no interior do município, nas áreas rurais onde estão as vinícolas, as produtoras de maçãs e as mais belas paisagens. Mas estando na cidade não deixe de fazer um tour por alguns pontos da região central, a começar pela Igreja Matriz de São Joaquim.

Localizada na arborizada Praça João Ribeiro, o templo é uma construção imponente de pedra basalto. Além de um lindo altar, dentro da igreja os visitantes encontram esculturas de profetas bíblicos e vitrais coloridos. Na parte de fora, há esculturas de Adão e Eva.

Em frente à igreja, você verá uma pequena casa de madeira amarela. Ali está instalada a loja da Apiários Real, uma empresa que trabalha com mel e seus derivados há décadas. Por lá você encontra mel puro e também bolachas, bolos e pães feitos com o alimento produzido pelas abelhas.

Vale uma visita também na chocolateria e cafeteria Chocolate do Bosque, onde são produzidas receitas caseiras e artesanais, a apenas 500 metros de distância da Igreja e do Apiários.

Na segunda rua paralela à cafeteria está a Casa do Vinho, estabelecimento que é o maior distribuidor dos vinhos finos de altitude da Serra catarinense. A casa também organiza degustações em grupo.

Ainda no Centro de São Joaquim, visite o mirante Belvedere, localizado na Rua José Jaime Rodrigues, no fim do Boulevard. A escadaria de 89 degraus o leva a um pequeno morro de onde se tem uma vista panorâmica da cidade e dos morros verdejantes que a cercam.

Um pouco mais distante, mas ainda na área central de São Joaquim, não deixe de conhecer o Parque Nacional da Maçã. É lá onde acontecem eventos como a Festa da Maçã e o Festival Vindima de Altitude.

Dentro do espaço você encontrará a Exponeve, uma feira permanente de artesanato e produtos locais. É um bom local para adquirir lembranças da cidade serrana.

6. Visitar museus

Museu de Artes Martinho de Haro em São Joaquim – Foto: Mycchel Legnaghi/Prefeitura Municipal de São Joaquim/Divulgação

São Joaquim conta com dois espaços de memória, ambos ficam no Centro da cidade. No Museu Histórico Municipal de São Joaquim – Assis Chateaubriand, você terá contato com um acervo de móveis e especialmente peças de utilidade doméstica e campeira.

Os materiais ganham vida a partir das histórias contadas durante a visita guiada. Os visitantes ficam assim conhecendo diferentes momentos históricos do município, como o tropeirismo e o ciclo madeireiro.

O museu ainda conta com uma sala dedicada a Assis Chateaubriand, comunicador visionário e responsável pela chegada da TV ao Brasil, que esteve em São Joaquim na década de 1930. O espaço fica na Rua Major Jacinto Goularte, 168 e funciona de terça a sexta-feira.

Já o Museu de Artes Martinho de Haro está instalado na Praça Cesário Amarante, a apenas 500 metros da igreja. Por lá, você encontra obras de artistas de São Joaquim e outros catarinenses. Os quadros ocupam uma sala e um auditório do prédio onde também funciona a Casa da Cultura do município.

7. Conhecer o Snow Park

O Snow Valley (Experience Park ou Vale da Neve) está localizado às margens da SC-110, a dez quilômetros do Centro de São Joaquim. Inspirado em parques nacionais norte-americanos, o Snow Valley é focado no turismo de experiência, cujo principal atrativo é a natureza.

Instalado em uma área a 1.450 metros de altura, a paisagem do parque é o primeiro atrativo do local. Cercado por araucárias, grandes xaxins e cachoeiras, todas elas fazem parte das vivências que se pode ter no parque.

Na trilha sensorial, por exemplo, você caminha em meio a mata de xaxins gigantes, passando por quatro cascatas e ativando todos os sentidos para ouvir e sentir na pele e por meio do olfato as sensações da natureza.

Os que gostam de mais emoção têm como opção a tirolesa de 900 metros que parte do topo de uma araucária e cruza o vale de xaxins pelo alto. De brinde, ainda é possível avistar duas cachoeiras. O retorno ao ponto de partida é em um muscle car americano off road 4×4.

Outra atração é o circuito de arvorismo com 150 metros de extensão e nove etapas de diferentes obstáculos e níveis de dificuldade. O parque em São Joaquim ainda conta com um campo de paintball em meio a mata nativa onde se pode jogar com os amigos.

O Vale da Neve ainda dispõe de cabanas de hospedagem e também de programas de imersão em inglês para diferentes tipos de público.

Onde fica São Joaquim?

São Joaquim está localizada na Serra Catarinense. A cidade faz divisa com Lages, Painel, Urupema, Urubici e Bom Jardim da Serra e está a 232 quilômetros de distância de Florianópolis.

Como chegar em São Joaquim?

São Joaquim não conta com aeroporto. O mais próximo é o de Lages, a 80 quilômetros. Para quem for de carro, acompanhe abaixo a distância entre cidades de diferentes regiões e as vias para chegar até São Joaquim.

Distância de Joinville a São Joaquim: cerca de 380 quilômetros. O acesso mais próximo neste momento é pela BR-101 e BR-282. Há pedágio pelo caminho.

Distância de Blumenau a São Joaquim: aproximadamente 290 quilômetros, via BR-470 e SC-114.

Distância de Florianópolis a São Joaquim: 232 quilômetros. O principal acesso se dá pela BR-282 e SC-110.

Distância de Criciúma a São Joaquim: cerca de 110 quilômetros, via SC-390.

Distância de Lages a São Joaquim: 80 quilômetros. O principal acesso é pela SC-114.

Distância de Chapecó a São Joaquim: aproximadamente 410 quilômetros. A principal via de acesso é a BR-282.

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