Constelações indígenas: alunos aprendem sobre o tema com o uso da tecnologia em sala de aula

Basta admirar o céu para ficar encantada com as estrelas. Mas será que você conhece o papel das constelações indígenas? Na Escola Municipal Doutor Abdon Baptista, os alunos do quinto ano da turma de 2022 conheceram bem as curiosidades da relação entre as constelações e os indígenas.

Trabalho sobre constelações indígenas em evento

Trabalho sobre constelações indígenas foi exposto em evento – Foto Arquivo pessoal/Divulgação

A ideia de trazer o projeto para sala de aula foi da professora Ana Paula Luciano de Amaral. Motivada pelo desejo de entender a cultura dos povos antigos, o desafio foi identificar as figuras, as origens e o que o agrupamento dos astros significa para os indígenas.

Uma característica das constelações indígenas é que cada tribo forma agrupamentos de acordo com as próprias orientações, tendo como guia um determinado ponto e a visualização de uma figura, comprovando que o céu abriga muito mais do que os desenhos que estão ligados aos signos. “Não são só os povos de fora, os indígenas também tinham essa cultura e utilizavam na horta”, conta a professora.

Durante as atividades, a primeira etapa foi conhecer as constelações mais famosas, compreendendo o espaço que ocupam e as referências. O passo seguinte foi desenhar as figuras indígenas, reconhecendo as imagens por meio de estrelas importantes. O processo ultrapassou o papel, contando com o auxílio da tecnologia.

Mais do que responder aos questionamentos e curiosidades da professora, a temática apresentada nas aulas de ciência, matemática e português já deram resultado, pelo menos para Yasmin Lindemann, 12. “Quando olho para o céu vejo as Três Marias. Eu nunca tinha reparado”, observa a estudante.

A surpresa foi compartilhada com outros colegas. “Eles (indígenas) se inspiram nas constelações, coisas que vemos no céu, imaginar um animal naquilo”, conta Vinícius Mello, 11.

Em 2023, os estudantes do quarto ano devem continuar com o projeto. O foco é apresentar outros elementos dessa cultura tão rica, explorando muito mais do que as constelações indígenas.

Homem Velho e Ema: o significado das constelações indígenas

Engana-se quem pensa que os desenhos feitos com estrelas e uma dose de criatividade são escolhidos sem motivo. Na verdade, cada constelação conta com uma história, enredo utilizado para ajudar na memorização e no interesse dos novos indígenas. No caso do Homem Velho, por exemplo, os povos contam que ele foi morto pela mulher — o desejo dela era estar com o cunhado.

Ela foi responsável por cortar as pernas do ex-amor. Como recompensa, os deuses fizeram dele uma estrela. A Ema também tem a própria lenda, isso porque os antigos acreditam que o animal queria comer as estrelas do céu.

Constelações indígenas

Independentemente da idade, admirar as estrelas e aquela noite de céu limpo é algo que encanta e desperta a atenção. Pensar na imensidão do universo e em cada pontinho brilhante é fascinante, além de ser um convite para a imaginação.

Mas você sabia que as constelações indígenas também são utilizadas como guia? Além de clarear o planeta, cada um dos astros é capaz de orientar tarefas das tribos, criando um vínculo entre a Terra e o céu.

A tradição não é de hoje. Na verdade, o que está acima de nós sempre foi usado como orientação, indo além do calendário e das quatro estações. O diferencial das estrelas é que elas conduziram e ainda conduzem o plantio, a colheita e até mesmo as gestações — existiu um tempo em que a gravidez, por exemplo, era indicada nos meses de calor, evitando o inverno e possíveis complicações para os bebês.

Por aqui, aqueles que ainda usam a guia das estrelas sabem que a constelação do Homem Velho está relacionada com o verão, enquanto a Ema representa o inverno.

É por meio das indicações do céu que eles mantêm a relação com a natureza, acreditando que o processo vai além dos frutos — o bom relacionamento é uma gratidão por tudo o que o ambiente oferece.

Como encontrar as constelações indígenas no céu?

Se você ficou curioso e quer saber como avistar as constelações indígenas, existem algumas direções que podem facilitar o processo. Confira:

  • Homem Velho (inverno): o conjunto é formado pelas constelações Taurus e Orion.
  • Anta do Norte (Primavera): perto das constelações Cisne e Cassiopéia. Composta pelas estrelas das constelações Lagarta, Cefeu e Andrômeda.
  • Cervo (Outono): próximo das constelações Vela e Cruzeiro do Sul.
  • Ema (Inverno): perto das constelações Cruzeiro do Sul e Escorpião.

Além de conferir algumas criações dos povos indígenas, aproveite para inventar o seu próprio desenho. Escolha uma noite estrelada e passe um tempo com a família ou com os amigos imaginando e dando vida às imagens que estão acima de nós. Está preparado?

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