Pela primeira vez na The Ocean Race, Mylena Ciribelli fala sobre pioneirismo e atuação feminina

A jornalista e apresentadora Mylena Ciribelli reforçou a equipe da NDTV e Record News na cobertura da The Ocean Race, em Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina.

Desde a última quinta-feira (20) na cidade, ela conversou com a reportagem do ND+ sobre a trajetória e expectativa de cobrir pela primeira vez a maior regata transoceânica do mundo.

Mylena Ciribelli reforça time da cobertura da NDTV Record na The Ocean Race – Foto: Bruno Golembiewski/ND

Como é cobrir a The Ocean Race pela primeira vez?

Eu sempre fui apaixonada por esporte. Meu gosto pelo esporte cresceu principalmente por causa do meu pai, que era atleta quando jovem. Meu pai que me ensinou a nadar, jogar vôlei, futebol e ele sempre incentivou muito a gente a gostar de esporte.

Então quando eu comecei a me interessar e também praticar, eu queria muito ter feito alguma coisa com vela, mas não deu na época pra brincar disso. Agora eu ter sido convidada para participar do evento com vocês, eu já fiquei super feliz, né? A Record me chamando agora, a NDTV estar dando todo esse suporte, realmente tá tudo lindo, perfeito.

Quando me convidaram eu já fiquei muito feliz de estar aqui na Fórmula 1 dos mares, da vela. Estar aqui entre atletas de ponta com currículos incríveis, realmente muito emocionante e inédito na minha vida e carreira.

Você acompanhou a In-Port Race de dentro do barco do Biotherm, como foi essa experiência?

Eu fui no barco da Biotherm junto da tripulação. Os quatro tripulantes ficaram lá fazendo todas as manobras e eu fiquei do lado de fora como como convidada. Foi muito emocionante trocar um pouco com pessoas de outros países, que eu acho sempre motivador, emocionante você saber um pouco da historinha de cada um.

Inclusive para um dos repórteres a bordo eu perguntei: “Como você veio parar aqui, cobrir esse tipo de competição?” E ele me respondeu “porque produz muitas histórias bacanas”. E eu acho que é disso que a gente gosta tanto, nós jornalistas. De histórias que nos inspirem, que nos emocionem.

Que de alguma forma estimulem a gente para frente, para procurar novas experiências, oportunidades na nossa área. Porque acho que na vida a gente tem que procurar também ter uma variação das nossas atividades. Eu estou acostumada a estar estúdio, a noticiar o que está acontecendo, a dar o resultado. Então estar lá como atleta dentro do barco, foi muito especial, muito mesmo. Foi tudo lindo, mesmo com chuva, foi uma experiência incrível.

Você foi uma mulher muito pioneira no jornalismo esportivo, sendo uma das primeiras a trabalhar com isso. Como você vê sua trajetória e o impacto que isso causou e ainda causa nas mulheres que sonham em trabalhar com esporte?

Eu sempre fui um pouco pioneira, né? Porque eu comecei numa época que não tinha ninguém de mulher, era um reduto masculino. Hoje em dia já temos um outro espaço, mas ainda é um reduto muito masculino. Se você parar pra pensar, ainda em 2023, estamos buscando e querendo dar mais do espaço para as mulheres.

E hoje tem muito mais, graças a Deus, mas é tudo muito demorado, difícil, né. Então a gente tem que ajudar o máximo que puder para poder viabilizar tudo isso. Sempre tem alguém que me manda uma mensagem dizendo que se inspirou no meu trabalho, que eu influenciei de alguma forma.

Mylena Ciribelli fala sobre pioneirismo no jornalismo esportivo – Foto: Bruno Golembiewski/ND

Eu fico muito feliz porque e a gente quer mais isso mesmo, né? Abrir espaço cada vez mais para as mulheres. Acho que sempre levei essa bandeira “Vamos meninas, podemos chegar lá”, e acho que abri caminho mesmo. Me sinto muito feliz com isso.

São 40 anos nesta profissão e grande parte dela no jornalismo esportivo. O que você ainda sonha em realizar?

Com esse convite aqui para a The Ocean Race acabei percebendo que não fiz tantas coisas assim! (Risos). Por que cobri todas essas competições mas muitas delas foram do estúdio. Eu tinha um sonho que era participar in loco de uma Olimpíada e aconteceu em 2012, em Londres, quando a Record comprou os direitos e fez uma super cobertura de lá, e eu fui presencialmente.

Era incrível ver os atletas, Usain Bolt, enfim, tantos outros, de perto. Era a emoção que me faltava sabe. Assim é outra vivência, motivação, sensação, outro sentimento de você estar realmente no local onde tá tudo acontecendo.

E eu de repente, a partir desse convite para vir para a The Ocean pensei, nossa, eu nunca tinha ido numa competição de vela. E isso deixa mais claro que têm muitas outras coisas pra gente ainda fazer no Esporte, né?

Eu acho que eu agora vou até observar mais para poder buscar e para poder experimentar mais esportes diferentes. Eu ainda quero muita coisa na minha vida. Eu sou assim, pra mim eu não penso muito em idade. Eu me sinto jovem, eu quero sempre aproveitar tudo, da melhor maneira possível, tudo que eu puder. E eu tenho pique hein!? Eu tenho vontade e tenho energia, graças a Deus. Então eu quero experimentar muitas coisas bacanas ainda no esporte e na vida.

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